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PlayStation 3

Legendary

13/11/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Mecânica em jogo
Em uma geração que é considerada a dos jogos de tiro em primeira pessoa, diante da avalanche de títulos do gênero como "Halo 3", "Call of Duty 4" e "Resistance", que se tornam fenômeno de popularidade, é inevitável que produtos inferiores surjam para tirar proveito da situação. É o que acontece com este "Legendary", um game de ação que parte de uma idéia muito interessante, brincando com temas mitológicos, mas que a desperdiça graças a uma produção capenga e idéias velhas.

Caixa de Pandora

Há alguma coisa muito errada quando você percebe que o a história de um jogo, que provavelmente seria apresentada em algum vídeo ou trecho animado antes do início da partida, se resume a algumas telas desenhadas à mão com uma narração robótica ao fundo. É assim que o roteiro de "Legendary" é despejado para o jogador, através de uma opção no menu principal, revelando de maneira rápida e sem a menor idéia de como construir personagens o pano de fundo da aventura.

O protagonista é o sofisticado ladrão Charles Deckard, contratado por uma misteriosa organização secreta chamada Black Order para invadir o Museu de Nova York para roubar uma relíquia recém-descoberta. O sujeito não sabe, mas o objeto é a mítica Caixa de Pandora, que na mitologia grega é uma urna que pode liberar todos os males contra a humanidade. E, como não poderia deixar de acontecer, o artefato acaba sendo utilizado por engano, libertando uma horda de monstros bizarros por toda a cidade.

Durante o processo, Deckard acaba ganhando uma marca sobrenatural em uma das mãos, e passa a ser capaz de absorver a energia das tais criaturas, chamada de Animus. Com isto, ele pode lançar raios ou recuperar sua própria energia, enquanto tenta encontrar uma maneira para sair vivo desta bagunça e impedir que a Black Order destrua o resto do planeta com o poder da Caixa.

Making of
É um princípio bem interessante, mas que não consegue ser explorado como deveria. Além da abertura paupérrima, a narrativa nunca faz a menor questão de desenvolver o protagonista ou sua parceira Vivian, que o orienta através de um PDA, ou criar situações de suspense convincentes. O máximo que conseguem é copiar cenas de filmes como "Independence Day" ou "Cloverfield", só que sem menos impacto ou supresa. Isto sem contar a verdadeira convulsão de estilos que acaba misturando lendas de várias culturas diferentes sem muito nexo, apenas porque alguém deve ter achado legal colocar em grifos, lobisomens, golems e dragões de fogo em uma mesma aventura.

Caminhos traçados

Se a ação e a mecânica de "Legendary" ainda fossem divertidas o bastante para nos distrair das falhas do roteiro, tudo bem, mas isto passa longe de acontecer. Fora os poderes da energia Animus, o jogo se comporta como um jogo de tiro genérico, com armas simplórias e desinteressantes, sem nenhuma outra característica especial. No máximo há algumas passagens que requerem que você abra válvulas para apagar incêndios ou abra portas eletrônicas criando um curto-circuito no painel; tarefas que não requerem o toque de mais que um botão.

E, nas seqüências que deveriam ser mais eletrizantes, em que você espera que monstros interajam com o cenário, por exemplo, para abrir um buraco em uma parede para que possa atravessar, as coisas pioram ainda mais. Como há muitas situações assim, não há liberdade para que você encontre seu próprio caminho, te forçando a seguir o trajeto determinado pelos desenvolvedores - chega a ser vergonhoso, entre outros casos, ver uma chuva de estilhaços que cai de um prédio cair de maneira perfeitamente alinhada no chão apenas para servir de corredor para o protagonista.

Recursos desperdiçados

Produtores comentam
A apresentação de "Legendary" também é dura de engolir, em especial porque desperdiça o poderoso motor gráfico Unreal Engine 3, o mesmo de "Gears of War". Mesmo com esta moderníssima ferramenta, a equipe da Spark conseguiu lançar um jogo que mais parece um título de PC de cinco anos atrás. Os modelos são pobres e terrivelmente animados, os cenários são enfadonhos, sem detalhes e com texturas lisas e borradas, e os mapas reaproveitam elementos como esgotos, trilhos de trem, escombros e corredores genéricos à exaustão.

Até mesmo o multiplayer consegue ser apático. E olha que não é algo fácil quando se cria um esquema de times que têm poderes especiais e devem lutar contra exércitos de lobisomens. Mas com apenas quatro mapas e com graves problemas de conexão, é preciso ter muita sorte para encontrar alguém para jogar.

CONSIDERAÇÕES

"Legendary" é um jogo de tiro em primeira pessoa que não tem o menor propósito, uma razão para existir. Apesar de partir de uma premissa interessante, consegue falhar em praticamente todos os outros aspectos, com uma mecânica sem graça, gráficos ultrapassados e nenhuma coesão. Não há nenhum motivo aparente para que fãs do gênero tentem experimentá-lo, ainda mais em uma época disputadíssima, com muitos concorrentes de qualidade infinitamente superior chegando ao mercado.

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    GALERIA

    Legendary: The Box (Playstation 3)

    81 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Spark Unlimited
    Lançamento: 31/10/2008
    Distribuidora: Gamecock
    Suporte: Cartão de memória
    Outras plataformas: PC X360
    DesprezívelAvaliação:
    Desprezível

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