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LEGO The Hobbit

Luiz Hygino

do Gamehall

15/05/2014 15h22

Diferente do blockbuster dirigido por Peter Jackson, o clássico livro “O Hobbit”, de J.R.R. Tolkien, é uma obra claramente direcionada ao público infantil, algo que é resgatado em “LEGO: O Hobbit”, o décimo quinto jogo da franquia LEGO que chega aos videogames com produção da TT Games.

A inesperada jornada de Bilbo e da Companhia de Anões é adaptada, sem grandes novidades, à já tradicional fórmula dos jogos LEGO de forma divertida. Quebra-cabeças, exploração e combate parecem suceder-se infinitamente, mas antes que a monotonia ataque, o enredo e o bom-humor da história dão as caras.

Simples, mas não simplório, “LEGO: O Hobbit” é mais um capitulo da franquia pronto para introduzir jovens jogadores ao mundo dos videogames, além de presentear os mais experientes com uma boa dose de nostalgia.

Introdução

Adaptação da segunda trilogia tolkeniana de Peter Jackson nos cinemas, “LEGO: O Hobbit” conta a história do pacífico hobbit Bilbo Bolseiro que, do dia para a noite, é apresentado a um mundo de aventuras, ao lado do mago andarilho Gandalf e da Companhia de Anões liderada por Thorin Escudo-de-Carvalho.

A missão dos anões é recuperar seu reino perdido, Erebor, há anos dominado pelo terrível e gigantesco dragão Smaug. Bilbo, é contratado como o ladrão oficial da Companhia, função que jamais havia exercido na vida, sob indicação de Gandalf.

Por enquanto, a história de “LEGO: O Hobbit” contempla os fatos passados nos dois primeiros filmes da trilogia cinematográfica: “Uma Jornada Inesperada” e “A Desolação de Smaug”. No final deste ano, simultaneamente ao lançamento do último filme da saga, um DLC promete adicionar o capítulo final do jogo, “A Batalha dos Cinco Exércitos”.

Pontos Positivos

Mundo gigante

A Terra-Média de blocos de “LEGO: O Hobbit” é herança de “LEGO: O Senhor dos Anéis”. Grande parte dos cenários são idênticos aos do jogo anterior, caso do Condado, Bri e Valfenda. Com o material já pronto, os produtores decidiram manter até algumas locações que não figuram nos dois filmes iniciais da nova trilogia de Peter Jackson, como os Portos Cinzentos ou a casa de Tom Bombadil.

Embora a decisão possa parecer preguiçosa, à primeira vista, de fato não havia necessidade para mudar algo que funcionava tão bem, e as novas locações, como Erebor, a Floresta das Trevas e a Cidade do Lago, mantém a mesma qualidade na adaptação.

O tamanho do mundo, mais uma vez, deu à TT Games a possibilidade de espalhar dezenas e dezenas de pequenas missões e desafios, que vão além da quest principal, no jogo. Muitas delas, inclusive, obrigam o jogador a visitar pontos completamente opostos no mapa.

Trabalho em equipe

Uma das mais bonitas lições embutidas na obra original de Tolkien, o valor do trabalho em equipe está presente do começo ao fim em “LEGO: O Hobbit”. Quase todos os personagens tem habilidades únicas, fundamentais para o avanço no jogo. Por vezes, as habilidades precisam ser combinadas para que se obtenha êxito.

Com o passar do tempo, é possível construir versões de Mithril, o precioso metal dos anões, de todos os itens exclusivos, conferindo tais habilidades a qualquer personagem do jogo. Mas a obtenção dos projetos de tais ferramentas, de peças de Mithril e de outras matérias primas não é tarefa fácil, e a grande maioria delas só poderá ser produzido após o termino da história principal.

E em tempos de hiperconectividade, a série LEGO continua apostando no bom e velho multiplayer local, experiência que veste como uma luva em “O Hobbit”.

Horas e horas de jogo

Ao terminarem “LEGO: O Hobbit” dando atenção somente à aventura principal, jogadores terão completado somente um quarto de tudo o que o jogo tem a oferecer.

Todas as fases convidam o jogador a revisitá-las de tempos em tempos, com novas armas e habilidades podendo abrir novos caminhos e possibilidades.

As novas incursões, no entanto, não apresentam novidades interessantes o suficiente para manter jogadores mais velhos tão envolvidos. Os gamers mais jovens, eles sim, deverão passar horas revisitando as locações da Terra-Média.

Bom humor

Marca registrada da série LEGO, o bom humor será sempre um dos trunfos da franquia nos videogames. Com diálogos originais dos filmes, em inglês e português, é sempre intrigante e refrescante descobrir qual piada ou brincadeira a equipe da TT Games incutiu nas cenas adaptadas dos filmes.

O humor é leve, capaz de agradar marmanjos e pequenos, e funciona também para amenizar momentos mais tensos e assustadores do jogo.

Pontos Negativos

Moleza

Por vezes, “LEGO: O Hobbit” pode parecer fácil e repetitivo demais, especialmente nas missões e desafios que vão além da história principal (e que respondem por cerca de três quartos do game).

Personagens espalhados pelo mundo demandam ações quase idênticas em troca de recompensas, muitas vezes longas e enfadonhas demais.

Mas é sempre bom lembrar: este é um jogo infantil. Os mais crescidinhos têm a série “Dark Souls” à disposição, caso queiram desafios quase impossíveis.

Nota: 7 (Bom)