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Lollipop Chainsaw

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

04/07/2012 15h01

"Lollipop Chainsaw" transborda com uma deliciosa personalidade maluca, mas é um jogo medíocre, que esquece de fazer o básico e se apoia em suas excentridades.

A líder de torcida Juliet Starling cativa com mais do que apenas suas belas curvas, assim como os outros personagens e vilões, mas a ação do game é fraca e limitada, com combates rasos e repetitivos e diversos problemas gráficos.

Para coroar, "Lollipop Chainsaw" é uma experiência de pouco mais de 4 horas com poucos incentivos para jogar de novo - o que justifica ainda menos a falta de capricho.

Introdução

Depois de estrear na alta definição com "Shadows of the Damned", o designer japonês Suda51 leva seu circo de bizarrices para uma nova atração no PlayStation 3 e Xbox 360 com "Lollipop Chainsaw", jogo de ação estrelado por uma garota cheia de curvas sinuosas.

A líder de torcida Juliet Starling estrela um game de pancadaria que lembra vagamente os moldes de "Devil May Cry" ou até "God of War", com grandes grupos de inimigos, muitos golpes e minigames variados.

No dia do aniversário de 18 anos da moça, um portal para um mundo decadente é aberto, trazendo hordas de zumbis e outros monstros. Integrante de uma família de caçadores de zumbis, Juliet empunha sua motosserra para detonar tudo e todos - na companhia da cabeça decapitada e falante do namorado Nick, presa como um chaveiro na cintura da mocinha.

Pontos Positivos

Personalidade forte

"Lollipop Chainsaw" não nega ser parte da grife de bizarros títulos criados por Suda51. Desde a protagonista, uma adorável líder de torcida que caça zumbis com uma motosserra, até os chefões, zumbis que representam estilos musicais, sendo o chefão final uma divertida surpresa, tudo transpira maluquice.

Os diálogos não se inibem em desfilar palavrões e piadas de duplo sentido, pesando demais a mão às vezes, e tudo pode ser bem compreendido por jogadores brasileiros graças a um belo trabalho feito nas legendas em português.

Variedade de estilos

Para sair da mesmice dos combates, "Lollipop Chainsaw" abre um leque variado de minigames. A lista inclui pressionar botões no ritmo certo, trechos de aventura plataforma 2D, moer zumbis com um trator e mais.

Ainda que ajudem a quebrar o ritmo e renovar o interesse, a maioria desses joguinhos é crua e simples demais, pecando geralmente por controles incômodos.

Pontos Negativos

Combates rasos

A pancadaria é ponto central de "Lollipop Chainsaw", mas o resultado é muito mal acabado. Enfrentar grupos imensos de inimigos é tarefa repetitiva que logo se torna chata.

Juliet dispõe de vários golpes novos para comprar, mas pouco ajudam, já que os golpes básicos da guria são mais do que suficientes para terminar o jogo. Vale o mesmo para os ataques especiais feitos com Nick, o namorado cabeça falante: os golpes são totalmente desnecessários.

Para piorar, os embates contra chefes carecem de criatividade, já que todos podem ser vencidos com o mesmo esquema de "circule o chefão, espere uma brecha e desça a porrada".

Aventura curta

Com sete fases, que levam cerca de 30 a 40 minutos para serem batidas cada uma, "Lollipop Chainsaw" é um jogo que pode ser terminado em pouco mais de quatro horas. Ou seja, muito curto para os padrões atuais, em especial se falando de jogos de ação para PS3 e X360.

Depois do final, os incentivos para jogar de novo são apenas dificuldades maiores, tabelas de pontuação online e a busca por itens melhores para comprar e outros escondidos pelas fases - nada muito convidativo.

Problemas nos gráficos

Para um jogo curto e de combates tão simplórios, era de se esperar que "Lollipop Chainsaw" primasse ao menos nos gráficos, mas não é o caso. De fato, os modelos tridimensionais são detalhados e bonitos, assim como alguns cenários, mas os problemas são muitos e atrapalham.

Algumas texturas lembram jogos do Nintendo 64 e é constante o efeito de pop up, no qual as texturas são carregadas durante o jogo e vão melhorando conforme você chega perto do objeto. O problema é que isso é evidente e gritante, dando a impressão de uma produção pobre.

Por fim, há uma série de irritantes problemas de colisão e câmera que chegam ao ponto até de atrapalhar o jogo. Em certo ponto, por exemplo, o game pedia que eu atirasse em um helicóptero, mas quando ele apareceu no meu campo de visão já tinha caído e matado Juliet.

Piora: no combate contra o chefão final, por algum erro de colisão, o vilão se afastou mais do que devia da plataforma e tornou impossível acertá-lo, obrigando a voltar ao último checkpoint para continuar a aventura.

Nota: 5 (Medíocre)