Quando Peter Jackson decidiu dirigir os filmes baseados nos livros da saga "O Senhor dos Aneis", talvez não imaginasse que o mundo seria tomado por uma onda de jogos intermináveis usando o universo criado por J.R.R. Tolkien. Desde o fim da saga nos cinemas, em 2003, até hoje, diversos games surgiram utilizando a Terra Media como pano de fundo para suas histórias. E "Lord of the Rings: Aragorn's Quest" não é diferente, mas agora o intuito é colocar o jogador na trilha do Rei de Gondor, empunhando sua espada e escudo.
A história de "Aragorn's Quest" se passa alguns anos depois da coroação de Aragorn e da partida de Frodo para Valinor, e tem como ponto de partida o bom e velho Condado dos hobbits que está preparando para receber o Rei. Como não poderia ser diferente, o velho Samwise Gamgee está eufórico com a chegada do amigo e conta a história dele para seus filhos - um deles, Frodo Gamgee, controlado pelo jogador.
Lá e de volta outra vezUsando traços cartunescos e bastante simples. Por mais uma vez vamos ver como foi a saga de Aragorn em direção a Mordor e seus atos heróicos. Das florestas de Brie, às planícies de Rohan e a Cidade Branca. Todos os pontos que foram apresentados nos filmes estão lá. Não chega a ser um game bonito, mas também não é algo que causa repulsa. No início - assim como nos livros - é necessário ser perseverante para continuar ligado, pois a história só pega ritmo depois de uma ou duas horas, quando o jogo engrena e rende alguns momentos divertidos.
No início o game vai ensinando como os controles funcionam, mostrando os golpes de espada, como usar o escudo, o arco e flecha, comandos esses que serão usados à exaustão até o fim do título e que podem cansar dependendo dos controles escolhidos.
Os jogadores podem escolher entre diversas opções de controles, como usando apenas o DualShock, o Move com o DualShock, ou o Move com o Navigation Controller. Por mais que as opções sejam variadas, nem todas são funcionais.
Com o Move os golpes são feitos de forma simples, bastando chacoalhar o controle para os lados para fazer os golpes laterais, ou levantaro e baixar para aplicar os ataques verticais. O Navigation Controller fica encarregado do movimento do personagem, além de escolher qual tipo de defesa, como escudo ou uma tocha.
Falta de precisãoO maior problema do controle de movimentos nesse jogo é que as respostas são lentas e imprecisas. É possível fazer o movimento e um segundo depois ver ele sendo repetido na tela, uma falha imperdoável e que deveria ser corrigida o quanto antes. A Electronic Arts não chegou a usar um por cento da precisão dos movimentos do Move.
Todavia, o game também não exige golpes exatos para acabar com os inimigos e chefes, sendo até previsível a forma de lidar com eles - basta ficar se esquivando e atacar na hora exata. Além disso, nenhuma gosta de sangue cai nos combates, evidenciando ainda mais o caminho infantil escolhido pelos título. O game possui a alternativa de usar o bom e velho DualShock, o que acaba com a irritação dos movimentos demorados, pena que isso tire todo o charme e elimine o diferencial do game - um dos primeiros a usar o Move e o Navigation Controller.
Um ponto positivo é que o segundo jogador não é uma cópia barata de Aragorn, mas sim o poderoso mago Gandalf. Com ele o sistema de jogo fica mais focado em ataques à distância e na proteção de Aragorn. Pena que para os fãs da saga isso é um pouco incongruente, pois assim o personagem participa de episódios dos quais ficou de fora nos livros e filmes.
CONSIDERAÇÕES
"Lord of the Rings: Aragorn's Quest" é apenas o primeiro de muitos jogos de Wii que serão transportados para o PS3 e seus novos controles sensíveis ao movimento. Com ele dá para perceber que muitos problemas de adaptação estão por vir. Ainda assim, o jogo pode ser encarado como uma introdução para os jogadores mais novos ao mundo de faz de conta de "O Senhor dos Aneis".