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Mortal Kombat Vs. DC Universe

26/11/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Na década passada, quando os jogos de luta ainda estavam em seu auge, a Capcom apostou em vários projetos no segmento e, dentre eles, games estrelados pelos super-heróis da Marvel Comics como "X-Men: Children of the Atom" e "Marvel Super Heroes". A estratégia deu tão certo que a produtora japonesa apelou até mesmo para uma prática comum nos quadrinhos, o chamado crossover, que geralmente une personagens de universos distintos em um acontecimento especial. Daí surgiram grandes pérolas dos anos 90, como "X-Men Vs. Street Fighter" e até mesmo dois "Marvel Versus Capcom".

Quase dez anos depois, agora em uma época em que jogos de luta já esfriaram, parece estranho testemunhar a união dos rivais em um artifício semelhante. De um lado a clássica série "Mortal Kombat", célebre por sua brutalidade, e do outro os heróis da editora DC Comics, lar de nobres figuras como Super-Homem e Batman. Mas, ainda que batida, esta continua sendo uma grande jogada de marketing, principalmente em um período em que veterana Midway passa por sérios apuros financeiros e precisa desesperadamente de um sucesso.

Controle da fúria
"Mortal Kombat Vs. DC Universe" então já começa com esta missão, deixando claro valeu tudo para garantir boas vendas. Não importou a cronologia de "Mortal Kombat" ou a percepção de que os dois universos não dividem lá muitas similaridades e proporções. E até mesmo a tradição foi jogada pela janela quando a empresa resolveu a censurar os famigerados Fatalities, aqueles golpes finalizadores que arrancam cabeças e membros, para tentar alcançar uma classificação etária mais branda e chegar a um público mais jovem.

O mais estranho é que, mesmo com tais concessões, o jogo acabou funcionando.

Mundos em fusão

Além do tradicional modo Arcade, em que você escolhe seu personagem e vai enfrentando oponentes até chegar ao final, "Mortal Kombat Vs. DC Universe" traz um modo de história que tenta justificar o crossover e dar novidade ao gênero. Neste modo, você pode apenas selecionar o lado do conflito (DC ou MK) e é apresentado a uma narrativa fragmentada em estágios.

No lado da DC, por exemplo, você começa a primeira fase jogando com o Flash em uma série de confrontos que incluem o Exterminador, Kano, Mulher-Gato até chegar ao Batman, que vira a estrela do segundo capítulo. O esquema de revezamento prossegue assim até o final, com um herói protagonizando cada estágio até que Super-Homem conclui a história - no outro lado, cabe a Raiden tal papel.

É, com certeza, uma idéia interessante que passa novo verniz no gênero, ainda que não seja totalmente satisfatório. O roteiro diminui bastante o ritmo da ação e não é lá dos mais originais, mostrando uma fusão entre os dois universos causado por alguma encrenca criada pelos vilões Shao Khan e Darkseid. Para piorar, não é possível realizar os Fatalities (ou Brutalities, no caso dos heróis da DC, já que eles não matam), uma vez que não seria legal destroçar personagens importantes para o enredo antes da hora.

Novidades no ringue

Super-Homem versus Scorpion
Com o modo de história um tanto quanto limitador, só é possível explorar a mecânica do jogo no modo arcade ou em partidas multiplayer - que online, aliás, contam com sala de chat para o início de confrontos. Neles você verá que, lá no fundo, ainda continua o mesmo jeitão abrutalhado da franquia, com combos exagerados e alguns golpes que pouco precisos ou desbalanceados. De uma maneira estranha, mesmo fugindo da classe de um "Street Fighter" ou da complexidade dos jogos da SNK, ainda é um game de luta bastante divertido e profundo, repletos de golpes especiais e momentos inesperados.

Nada como jogar contra alguém que nitidamente acredita que irá vencer somente soltando magias de longe e desviar de todos os ataques somente ao explorar o ambiente 3D, que permite a mudança de plano. Não é um jogo totalmente tridimensional como "Virtua Fighter", por exemplo, mas é possível se deslocar para os lados em situações estratégicas. Isto também garante outros pontos interessantes, como o Free Fall e o novo Test Your Might, caso você se posicione para lançar o inimigo contra paredes e outros obstáculos do cenário.

No primeiro caso, você acaba se lançando do alto de alguma estrutura (de um prédio, por exemplo, no cenário de Gotham City) no meio do combate, golpeando o inimigo em pleno ar até chegar ao chão. No segundo, você arremessa alguém contra uma parede e pressiona os botões rapidamente para quebrar várias em seqüência utilizando seu adversário como aríete.

Para apimentar ainda mais, há o Rage Power, um medidor que garante invulnerabilidade parcial e a quebra de combos, além do esquema de agarrões, que foi modificado para se chamar Klose Kombat. Nele, você deve pressionar alguns botões e o oponente deve tentar adivinhar sua seqüência, em tempo real, para tentar um contra-ataque.

São todas novidades interessantes, que causam uma boa primeira impressão. É inegável o espanto quando você está no meio de uma luta brutal e, rapidamente, se vê caindo do alto da batcaverna em cima de um computador. Pena que, com o tempo, tais artifícios ficam velhos e começam atrapalhar o ritmo das lutas, naquela altura em que você já viu tudo o que tinha para ver e só quer mesmo é dominar as habilidades de cada personagem.

Personagens bombados

'Fatalities' em cena
Para uma grande produção, "Mortal Kombat Vs. DC Universe" impõe respeito. Bom, pelo menos sob um olhar rápido. Os personagens são grandes e bem detalhados à distância, com alguns golpes bem impressionantes, assim como os cenários, que evocam de forma satisfatória a mitologia de ambos os universos. Porém, com uma visão mais atenta, é possível perceber algumas coisas muito feias, como as texturas pouco definidas de alguns uniformes e movimentos um pouco robóticos, além de detalhes pobres de cenografia. E estes altos e baixos continuam por toda a apresentação, com cada lutador fluido e imponente como um Sub-Zero sendo ofuscado por uma Mulher-Maravilha que uma boneca de plástico sem articulações.

O áudio segue o padrão da franquia, com músicas que evocam um espírito épico às batalhas e muitos efeitos sonoros exagerados, como barulhos de socos que parecem ter sido tirados de algum velho filme de kung-fu. Até aí nada mal, é algo que se espera da franquia, mas a dublagem derruba um pouco da emoção, com alguns atores bem canastrões.

Para os fãs, pouca coisa disto deve importar, diante da relevância dos Fatalities. Como foi dito lá no início, muita coisa foi censurada e o grande charme da franquia acabou diluído. Não espere ver cabeças explodindo ou tripas voando para todo o lado. O que geralmente acontece é uma seqüência absurda de golpes sem muita conseqüência visual aparente - uma vez que as roupas já se rasgam e hematomas aparecem durante o decorrer das brigas - ou alguma tela preta que esconde as maldades dos vencedores.

CONSIDERAÇÕES

"Mortal Kombat Vs. DC Universe" é um jogo que tinha tudo para dar errado, partindo da união de dois universos bastante distintos sob a pressão de salvar uma empresa de uma situação financeira ruim. Mas, surpreendentemente, o game sustenta a mecânica clássica da franquia de luta e se beneficia com o carisma dos super-heróis da DC, o que já deve ser o bastante para uma conferida. Mas com a falta da brutalidade dos Fatalities e extras interessantes, como objetos colecionáveis ou modos escondidos, além da apresentação irregular, não é um game tão essencial quando alguns dos exemplares anteriores.

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    Mortal Kombat VS DC Universe (Playstation 3)

    91 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Midway
    Lançamento: 16/11/2008
    Distribuidora: Midway
    Suporte: 1-2 jogadores, multiplayer online, cartão de memória
    Outras plataformas: X360
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

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