Moon Diver

Muitos lembram com saudade de "Strider", game de ação da Capcom do final da década de 80 que marcou época nos fliperamas e Mega Drive. O título emplacou com sua ação frenética, alta dificuldade e personagem cheio de estilo (uma espécie de ninja do futuro, munido de uma espada de plasma e aliados robóticos), rendendo versões para outras plataformas e até continuações - que não deram lá muito certo.

Para os nostálgicos, "Moon Diver" é o melhor remédio e não poderia ser diferente: o título da Square Enix conta com o toque de Kouichi Yotsui, designer que criou o primeiro "Strider", para fliperama. Assim o título preserva muitas das características citadas acima, acrescentando à fórmula gráficos em alta definição, multiplayer online e elementos de RPG.

O resultado final é simples, porém competente, conseguindo resgatar e atualizar o espírito retrô de "Strider" para agradar a velha guarda de fãs e apresentar o estilo para uma nova geração de jogadores.

Nostalgia renovada e desafio elevado

A história não é lá muito importante e basicamente envolve um futuro pós-apocalíptico, um vilão cheio de roupas exóticas (ao bom estilo Square Enix de ser) e quatro herois, cada um com estilos diferentes. Enquanto dois possuem atributos equilibrados, outro capricha na magia e o último na força bruta. Mas isso pouco importa a longo prazo, visto que é possível evoluir os personagens com pontos de experiência, distribuindo entre os vários atributos e moldando-os como quiser.

Planejamento é essencial, já que "Moon Diver" é um jogo longo e difícil, bem difícil, honrando mesmo o legado que carrega meio sem querer de "Strider". São 12 fases, cada uma dividida em várias áreas menores totalmente infestadas de inimigos, buracos, chefes e tiros. O visual mescla ambientes poligonais com elementos 2D, a exemplo dos protagonistas e boa parte dos adversários, e a mecânica resgata o estilo plataforma bidimensional. Poderiam ter caprichado mais nesse ponto - ambientes e personagens carecem de mais detalhes ou nitidez - mas o resultado final não decepciona.

Ação frenética de "Moon Diver" lembra o clássico "Strider"

Felizmente, os herois são versáteis e podem correr, dar pulos duplos, se agarrar nas paredes e tetos, dar rasteira nos inimigos e mais. Para atacar há golpes de espada (que podem ser carregados ao estilo "Mega Man" para causar mais dano) e também um amplo leque de magias, algumas até de apoio, como recuperar energia e ficar invisível.

A brincadeira fica ainda mais completa no modo multiplayer, que coloca até quatro pessoas na tela simultaneamente para enfrentar as hordas de bandidos. O poder de fogo aumenta graças aos especiais combinados, que podem ser feitos em dupla, trio ou até com o quarteto todo na tela. Aliás, a opção é competente e pouco sofre com atrasos (os lags), oferecendo partidas fluidas e rápidas.

"Moon Diver" conta apenas com duas questões que podem ser encaradas por alguns como problemas: é simples e repetitivo. Quem apreciar a mecânica vai encontrar horas de diversão, encarando adversários mais difíceis que o outro em diversas fases e ainda personalizando e evoluindo os herois, mas quem busca por variedade há de cansar do jogo e talvez até se frustrar com a impiedosa dificuldade.

Nota: 7 (Bom)