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PlayStation 3

Rise of the Argonauts

09/01/2009

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Heróis versus monstros
Para algo que mexe com a imaginação das pessoas ao redor do planeta e é de domínio público - ou seja, é de graça - a mitologia grega sempre foi pouco explorada no mundo dos games. Alguns jogos encontraram sucesso ao longo dos anos, como "Altered Beast", "Kid Icarus" e "Rygar", mas foi preciso o blockbuster da Sony, "God of War", para movimentar as produtoras na criação de algo mais imponente e sóbrio. Algo que pudesse alcançar um público mais amplo, interessado em viver as emoções dos mitos, mesmo sem ter muita intimidade com os controles.

A Codemasters aproveitou a idéia e investiu em "Rise of the Argonauts", uma aventura que faz uma verdadeira salada de referências e várias concessões para apresentar a jornada do rei Jasão e seus Argonautas em busca do velo de ouro. A mecânica tenta incorporar um sistema de combate em tempo real, como em um jogo de ação em terceira pessoa, com vários toques de RPG - como árvores de diálogos e algo parecido com pontos de experiência - sem se aprofundar em nenhum aspecto de maneira realmente empolgante.

Da ação ao RPG

O início de "Rise of the Argonauts" nos leva a acreditar que se trata de uma cópia cara de pau de "God of War". Você começa controlando Jasão depois que sua noiva sobre um atentado e parte para a briga, desferindo golpes brutais contra os assassinos. São golpes simples e combos de apenas dois ou três ataques, com espadas, maças e lanças, que despedaçam e esmagam os inimigos sem a menor piedade, mas sem o clima imponente do clássico da Sony ou seu dinamismo.

Hércules, Jasão e cia.
Depois de algum tempo, quando o protagonista pára para respirar e trocar idéias com seu amigo Hércules para desenvolver o enredo, temos uma idéia melhor de como funciona o resto do jogo. Aparecem então árvores de diálogo como em "Mass Effect", que exploram o relacionamento entre os personagens e podem garantir (ou não), em alguns casos, facilidades para o avanço na história. Infelizmente as opções são bem mais simples do que no jogo da Bioware, portanto boa parte das conversas está lá apenas para construir o enredo e sua população, o que não é necessariamente ruim, só comum demais.

Para tornar o avanço menos doloroso, Jasão pode evoluir ao preencher uma série de requisitos que lembram as Conquistas do Xbox 360 - como matar um determinado número de inimigos. Ao completar tal lista, é possível oferecer a um deus específico e trocar por alguma habilidade especial, que pode aumentar seu poder de ataque ou sua barra de energia, por exemplo.

Jasão conta ainda com a ajuda de figuras notáveis como Hércules, Aquiles e Atalanta no campo de batalha - ainda que não seja possível dar-lhes ordens - e é indicado também buscar upgrades para armaduras e armas. Na prática, no entanto, são medidas que parecem perfumaria, uma vez que você nunca realmente sente o benefício delas. Não há uma sensação de poder ampliado, porque os mesmos golpes de sempre continuam sendo os mais eficazes. Só o caos na tela se torna maior, com mais inimigos voando pelos ares - o que infelizmente acaba afetando a taxa de quadros de animação negativamente.

Mitologia recriada

Sangue em nome dos deuses
Apesar da queda ocasional de quadros, em geral, os gráficos de "Rise of the Argonauts" são bem interessantes, principalmente o design dos personagens. Jasão e seus Argonautas são incrivelmente detalhados, com muitos equipamentos, acessórios, hematomas e veias pulando, e outros cuidados também foram tomados em sua movimentação - o herói, por exemplo, move sua cabeça para acompanhar a trajetória dos inimigos quando está correndo. Os cenários também são bastante variados, com belos detalhes, ainda que sofram com algumas texturas que custam a aparecem de vez em quando.

O áudio já se mostra bem menos inspirado. Dependente de muitas horas de diálogo, o jogo infelizmente conta com um elenco de pouco carisma, que tem dificuldade em prender a atenção do jogador menos interessado mesmo nas cenas mais calorosas e contundentes da trama. Com isso boa parte do impacto se dilui, mesmo com o bom roteiro. A trilha segue o mesmo caminho, sem nenhum trecho de destaque, que apenas cumpre seu papel de pontuar a ação e o drama nos pontos devidos.

CONSIDERAÇÕES

"Rise of the Argonauts" faz uma grande mistura sobre o mito de Jasão e os Argonautas com o intuito de criar um RPG de ação simples e acessível. Pena que tal simplicidade tenha diluído a mecânica ao ponto de transformar o jogo em uma aventura de pancadaria de apenas dois ou três golpes, interrompida por muita falação. Ainda assim, o roteiro é interessante o suficiente para prender a atenção daqueles que curtem o tema.

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    Rise of the Argonauts (Playstation 3)

    84 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Liquid Ent.
    Lançamento: 16/12/2008
    Distribuidora: Codemasters
    Suporte: Cartão de memória
    Outras plataformas: PC X360
    RegularAvaliação:
    Regular

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