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PlayStation 3

Rock Band

14/12/2007

FABIO PANCHERI
Da Redação
Para um jogador "Guitar Hero" é o melhor custo-diversão, mas "Rock Band" é o pacote completo. Os dois simuladores musicais são dos mesmos produtores. Lá pelo final de 2005, a Harmonix lançou o primeiro "Guitar Hero" para PlayStation 2. Sucesso instantâneo, logo vieram a continuação, uma edição anos 80 e a separação. Explica-se: os criadores viraram pop star e a MTV, em parceria com a Electronic Arts, contratou os talentosos garotos da Activision, distribuidora do jogo. Assim nasceu "Rock Band".

Entre feridos e desafinados, quem acabou ganhando foram os roqueiros de sofá. A franquia "Guitar Hero" continua na Activision e firme nas paradas, com a terceira edição, a primeira sem o time original, vendendo na casa dos milhões de cópias. Não tira o brilho de "Rock Band" que surge como game revelação. Como o nome sugere, ele não inclui apenas o controle em forma de guitarra, mas também bateria e até mesmo o microfone para os vocais. De quebra, uma segunda guitarra pode ser acoplada para as vezes do baixo. Prepare-se para o show.

Rock de primeira

UOL toca "Epic"
Naturalmente, "Rock Band" tem muito do DNA de "Guitar Hero", começando pela excelente seleção de faixas. Aqui, a parceria com a MTV pesa a favor. O conhecido canal de TV foi buscar na EMI, Warner, Hollywood Records, Rhino, Sony BMG e Universal músicas de grupos como Aerosmith, Radiohead, Black Sabbath, Faith No More, R.E.M. e Metallica. Paro por aqui ciente que cometi injustiças, pois nas 45 faixas de "Rock Band" têm muitas lendas do rock. Isso não inclui as 13 canções que podem ser destravadas e o conteúdo adicional à venda nas redes do PlayStation 3 e Xbox 360.

Seja na guitarra, no baixo ou na bateria, a mecânica é bem similar a de outros jogos do gênero musical. Escolha seu instrumento e acompanhe a partitura na tela tocando a cor correspondente em sincronia. A quantidade de notas varia conforme a dificuldade, mas são cinco as variantes, que podem vir sozinhas ou combinadas: na guitarra e baixo elas são representadas por cinco cores e na bateria quatro, mas o pedal que funciona como bumbo deixa tudo igual.

Se parecidos em estrutura, a opção entre baterista e guitarrista implica em habilidades diferentes. Por ser novidade, batucar é bem mais tentador, mas o primeiro contato é frustrante, mesmo no nível fácil. Para quem é mestre em "Guitar Hero", estranhará o tempo de resposta. Na guitarra, o jogador tem, literalmente, o controle na ponta dos dedos. É dedilhar e ver o resultado na tela. Na bateria não. Ao ver os acordes na tela, o jogador movimenta as baquetas em direção à bateria. Esse segundo de atraso é a diferença entre acertar ou errar a nota. Exige treino para melhorar a sincronia, que envolve braços e perna. E cansa! Vista uma roupa leve e encontre uma posição confortável, pois consome energia. Vale comentar que o jogo tem um sistema de calibragem que ajusta a sincronia do som com o seu tipo de TV.

O vocal é quase um módulo à parte, mas também remete a jogos de karaokê já lançados no mercado. Não há botões ou centenas de notas para "matar". O bono vox do grupo deve acompanhar a letra que aparece no topo da tela. Também não há penalidades se o cantor esticar um pouco mais a frase ou começar um pouco antes, deixando uma margem para a criatividade. No entanto, ele deve igualar o volume do som indicado por uma seta que acompanha a letra, que não é nada exigente nos níveis mais fáceis, mas que dá orgulho em conseguir cinco estrelas no "expert".

Harmonia e cooperação

Show durante a E3 2007
Com perdão da redundância, banda de rock é um conjunto. "Rock Band" tem modo carreira para um jogador, mas as peculiaridades e qualidades aparecem quando duas ou mais pessoas sobem ao palco. A diversão também cresce proporcionalmente. Sozinho é um bom jogo, mas com quatro integrantes é um espetáculo. Para isso, o jogador precisará de uma guitarra extra do "Guitar Hero", já que a embalagem de "Rock Band" só oferece uma e instrumentos avulsos ainda não estão à venda. No entanto, esse empréstimo do jogo concorrente só vale para o Xbox 360 já que, ao menos por ora, no PlayStation 3 ela não funciona.

Vocalista, baixista, guitarrista ou baterista podem salvar um integrante que foi eliminado através do "overdrive". Como em "Guitar Hero", algumas notas ou seqüências preenchem uma barra que pode ser acionada para multiplicar seus pontos. Em "Rock Band" ela também tem o poder de trazer um membro de seu conjunto de volta ao game. Baixista e guitarrista acionam esse recurso inclinando o instrumento para posição vertical. Já no microfone e na bateria deve-se esperar a oportunidade. No primeiro, em alguns momentos, o campo da letra da música aparece em amarelo. Nesta hora, o vocalista deve gritar alguma coisa para incentivar a platéia, algo como "vamos agitar, galera!" Já a bateria oferece solos nos quais se pode usar a criatividade. O "overdrive" é acionado logo após essa performance, desde que o jogador acerte o prato que finaliza o solo.

Aliás, esses solos também aparecem na guitarra e baixo, em conjunto, ou separado da bateria. A hora é de extrapolar, mas os pontos extras só são computados se todos acertarem suas respectivas seqüências finais. Boa sintonia entre o grupo é importante nestes momentos e também na hora do "overdrive". Isso porque, diferente do modo para um jogador, o multiplicador de pontos só atinge o máximo se todos os integrantes acionarem o "overdrive" ao mesmo tempo. Completa a interação entre os jogadores as chamadas seções unidas, nas quais todos devem acertar 100% das notas para ganhar um bônus. Essas adições à mecânica básica de "Guitar Hero" são o grande trunfo de "Rock Band": o game faz com que o jogador se sinta parte de um grupo.

Rock na rede

"Highway Star" abre o jogo
O modo carreira, que leva sua banda do Rio de Janeiro a Tóquio, é extenso. Bem viciante, sua banda vai acumulando (ou perdendo) fãs a cada performance. De grupo de fundo de garagem, literalmente, os músicos passam a viajar de van, ônibus e até jato particular. Dinheiro ganho nas turnês pode ser usado para dar um "upgrade" no visual com acessórios, tatuagens, pinturas no rosto e excêntricos cortes de cabelo. Bem antes de dar a volta ao mundo, no entanto, é inevitável ter de tocar "In Bloom", do Nirvana, pelo menos uma dúzia de vezes.

Duas boas notícias e uma ruim: as redes online Xbox Live e PlayStation Network têm músicas extras para download; uma vez baixadas elas se integram a todas as modalidades de "Rock Band"; e o dinheiro virtual do jogo não serve para pagar. Com o dólar na casa dos R$ 1,80, o pacote com três músicas custa mais ou menos 10 reais. Já faixas avulsas saem por volta R$ 3,50. David Bowie, Black Sabbath e The Police são alguns dos pacotes extras já disponíveis, mas tenha certeza de que muitos outros vêm por aí, já que a MTV vê nessas microtransações uma fonte de renda atraente. Por falar em investimento, "Rock Band" custa 170 dólares nos EUA, mas a embalagem gigante deixa o preço do jogo nas importadoras brasileiras bem mais salgado.

O retorno do investimento nas músicas baixadas é imediato. Na turnê mundial, por exemplo, alguns dos desafios dão liberdade para que a banda crie seu repertório. Músicas compradas podem ser incluídas e elas entram também em provas que as faixas do show são aleatórias. Foi uma boa sacada de "Rock Band". Comprar conteúdo online não é novidade nesta geração de consoles, mas geralmente ele fica à margem da modalidade principal.

O online não se resume a gastar dinheiro. Jogador pode recrutar outros integrantes para a sua banda na rede do console. Infelizmente, o recurso não vale para o World Tour, o principal do jogo. No competitivo, pode-se disputar o melhor placar online em qualquer instrumento ou duelar no diferente "Tug of War" que funciona assim: dois jogadores com o mesmo instrumento tocam diferentes seções de uma mesma música; quem conseguir arrancar mais aplausos e gritos da platéia vence. Interessante, mas pálido se comparado com o modo carreira, o World Tour. Uma pena o online ter ficado fora desse último, já que "Rock Band" dá liberdade para criar múltiplas bandas e personagens.

Eventualmente, alguns riscos

A lendária Fender Stratocaster
Se por um lado o acabamento da guitarra que imita a Fender Stratocaster - que tem ainda botões na parte inferior para os solos ou para pequeninos astros do rock - é de crescer os olhos, a durabilidade é questionável. Na semana após o lançamento, choveram reclamações de botões emperrados após poucas horas de uso.

A bateria também tem seus poréns. O plástico duro deixa-a bem barulhenta, atrapalhando a música. Melhora bastante colocar dois amortecedores de borracha na ponta das baquetas - algo que se encontra em qualquer loja de instrumentos musicais. Além disso, o pedal é muito alto e cansativo. Já que se trata de um jogo, talvez fosse mais interessante que fosse curta e mais próxima a de um botão. Há também relatos no site oficial de pedais que emperraram.

De acordo com a Electronic Arts, foram feitos ajustes nos lotes posteriores e os problemas foram resolvidos. Para quem comprou no lançamento, um aviso na caixa assegura que o equipamento tem 60 dias de garantia. No entanto, para quem comprou o jogo no Brasil, usufruir dessa salva-guarda não é tão simples.

Outro crime de "Rock Band" é o descaso com o público feminino. Não é segredo que tanto PlayStation 3 como Xbox 360 são bem mais populares entre os homens, mas num jogo que tem vocação para atrair amigos e parentes, independente de gênero, ter apenas "I Think I'm Paranoid", cantada pela Shirley Manson, do Garbage, numa seleção de 45 faixas não pode nem ser chamado de desproporcional. É um absurdo. Poderia ter alguma música da Tina Turner ou Alanis Morissette, né? Quem sabe podemos ter "Middle Of The Road", do Pretenders, cantada pela Chrissie Hynde, em algum download futuro. Aliás, é importante dizer que a maioria das músicas de "Rock Band" são gravações originais. Covers são quase exceções.

CONSIDERAÇÕES

Não é exagero chamar "Rock Band" de o melhor simulador musical dos videogames. Apesar de oferecer conteúdo e variedade para uma carreira solo, o game mostra seu potencial quando compartilhado com um grupo de amigos. É um jogo cooperativo. Tal qual um "Counter-Strike" a afinidade entre os integrantes pesa e treinar junto rende recompensas. Essa qualidade social talvez seja uma das formas de diluir o preço, nada convidativo, mas compreensível pelo que a embalagem contém - que cada um pague uma parte. Pesam contra também o repertório, que apesar das bandas excepcionais, podia ser um pouco mais aberto a diferentes públicos; e a durabilidade dos acessórios que, ao menos neste primeiro lote, deixa a desejar. Enfim, problemas que não têm ligação direta com a essência do jogo, que já nasce como um verdadeiro astro.

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    Rock Band (Playstation 3)

    24 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Harmonix Music
    Lançamento: 20/11/2007
    Distribuidora: Electronic Arts
    Suporte: 1-4 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: WII X360 PS2
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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