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Saints Row: Gat Out of Hell

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

21/01/2015 12h42

Expansão 'standalone' para "Saints Row IV", "Gat Out of Hell" marca a chegada da série de ação aos consoles PS4 e Xbox One (ao lado de uma previsível versão remasterizada do jogo principal). A aventura é curta e repete todos os elementos típicos da franquia.

Para salvar o presidente dos EUA das garras do diabo, você vai vagar pelo Inferno dando tiros, usando superpoderes, golpes de luta livre e armas bizarras em gangues de demônios. Além da pancadaria, você explora a cidade em busca de vários colecionáveis - são tantos que é raro pular por um prédio e não tropeçar em algum item.

Visualmente, o jogo não apresenta grandes diferenças entre as plataformas novas e os veteranos PS3 e Xbox 360. Exceto pelas texturas que não demoram para carregar, os gráficos são praticamente os mesmos, inclusive com quedas na taxa de quadros por segundo quando você se move muito rápido pelo cenário.

O ponto alto de "Gat Out of Hell" é o senso de humor, com um roteiro cheio de piadas grosseiras e o sarcasmo característico de "Saints Row". Pena que tudo isso está em inglês, dificultando a compreensão para um público maior.

Introdução

"Gat Out of Hell" acontece logo depois de "Saints Row IV". A gangue está reunida para comemorar o aniversário de Kinzie e, durante um inocente "jogo do copo", um portal se abre e leva o presidente para o Inferno. Jonhy Gat intimida uma tábua de ouija (com tiros e ameaças!) e descobre o paradeiro do chefe. Gat e Kinzie descem até lá para o resgate.

A partir daí, o jogo não é diferente dos "Saints Row" mais recentes: Gat e Kinzie precisam ganhar o apoio de facções infernais e provocar tumultos pela cidade para atrair a atenção de Satan, detonar o diabo e resgatar o presidente.

As novidades são poucas: o cenário infernal, novos poderes (alguns bem divertidos), asas angelicais para voar pelo mapa e a opção de alternar entre Gat e Kinzie como personagem jogável.

Pontos Positivos

Violência inconsequente

Poucos jogos oferecem um playground tão inconsequente quanto "Saints Row" e "Gat Out of Hell" não é diferente. O jogo permite extravasar instintos de destruição, massacrar gangues de rua, explodir veículos e fazer isso tudo com os mais variados estilos, desde tiros de pistola ou armas mais insanas (o ponto alto é uma poltrona equipada com duas metralhadoras enormes) até super poderes, invocações de demônios e golpes de luta livre.

Não espere por grandes desafios: os inimigos em geral são mais fracos do que o jogador ou bem previsíveis, telegrafando seus movimentos mais poderosos com bastante antecedência. Mesmo alguns vilões mortos dos jogos anteriores parecem estar lá apenas para serem espancados novamente pelo jogador. O objetivo do game parece ser divertir, mais do que desafiar.

Bom humor

"Saints Row: Gat Out of Hell" segue com a pegada sarcástica e bem humorada dos jogos anteriores. Os membros da gangue se comportam mais como subcelebridades adolescentes do que como heróis de ação ou bandidos super violentos e o jogo é pontuado por piadas de duplo sentido e situações que poderiam aparecer em um episódio de "South Park" ou em filmes como "Todo Mundo em Pânico". É bobo, mas divertido... desde que você não tenha problemas com o inglês.

Pontos Negativos

Repetição excessiva de ideias

"Gat Out of Hell" é ambientado em uma versão infernal de Steelport, composta de cinco ilhas e com a metade do tamanho da cidade original. Cada ilha representa uma das fases da campanha e é governada por um assecla de Satan, o chefão final. O objetivo do jogador ao longo do game é aumentar o nível de "Piss Off Satan" (Encher a paciência de Satâ, em português). Para isso, você causa problemas e derrota as hordas infernais.

A fórmula é a mesma vista nos dois últimos "Saints Row", mudando apenas os personagens secundários e o tema do jogo. Assim como na 'Matrix' de "Saints Row IV", você cumpre uma série de tarefas, provoca o caos e enfrenta gangues de rua para atrair a atenção do chefe da fase, repetindo o processo até chegar ao fim do jogo. Cada facção do jogo dá um poder diferente para os personagens e cada região conta com seu próprio conjunto de colecionáveis.

Alternar entre Gat e Kinzie é legal para ouvir alguns comentários diferentes, dar umas risadas e compreender a história por completo. Mas, na prática, ambos os personagens são iguais: usam as mesmas armas e os mesmos poderes (a evolução das habilidades vale para os dois) para quebrar tudo e todos.

Embora tivesse potencial para trazer novos elementos e maximizar a "zoeira" de "Saints Row", "Gat Out of Hell" é essencialmente o mesmo jogo de sempre. Cabe ao jogador decidir se para ele, isso é bom ou ruim.

Visual mediano

O Inferno da Volition se chama New Hades e parece muito com a versão virtual de Steelpoint apresentada em "Saints Row IV", mas com toques arquitetônicos diabólicos aqui e ali, como um enorme lago de fogo e um céu escuro e tempestuoso.

Tudo é muito cinzento, os pedestres são cadáveres que vagam sem rumo muito lentamente, ou dirigem carros e motos caindo aos pedaços pelas ruas da cidade. Os membros de gangues são mais espertos e tem veículos bem chamativos, mas se repetem muito rapidamente. Depois de um tempo, você percebe que os únicos personagens realmente bem feitos são Gat, Kinzie, seus aliados e os chefões. O resto é totalmente genérico.

Os gráficos no PS4 e no Xbox One não são diferentes do que é exibido nos consoles mais antigos, mas ao menos o carregamento de texturas não é demorado. Por outro lado, quando você se move muito rápido pelo cenário, a queda na taxa de quadros por segundo é facilmente percebida.

Nota: 6 (Razoável)