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SOCOM 4: U.S. Navy Seals

AKIRA SUZUKI

Da Redação

30/06/2011 11h23

No fim das contas, "SOCOM 4: U.S. Navy SEALs" consegue ser o game de tiro orientado por tática que sempre foi, mas também abre espaço para que novos jogadores tenham a chance de conhecer melhor a série (até então, "SOCOM" era praticamente um clube fechado). Trata-se de um jogo que não tem nenhuma característica espetacular, mas é consistente em tudo que oferece. O modo de competição online ainda é a principal estrela, mas também conta com um modo de campanha para passar o tempo até se tomar coragem para encarar as feras no mundo online. Com "SOCOM 4", o jogador tem a opção tanto de se lançar em competições frenéticas como participar de partidas mais táticas, em que é necessário coordenar ações.

Introdução

Iniciada em 2002, a série "SOCOM: U.S. Navy SEALs" possui uma importância estratégica no portfólio da Sony: o primeiro game da franquia foi usado para mostrar que o PlayStation 2 também podia ter multiplayer online, recurso que, na época, era o principal apelo de venda da Xbox Live, a rede online do videogame rival. E, ainda hoje, os aspectos de competição via rede têm um grande peso dentro da franquia.

"SOCOM: U.S. Navy SEALs" é uma série de tiro em terceira pessoa com elementos táticos, tendo como protagonistas, como o título diz, militares das forças especiais da Marinha norte-americana. Esse grupo de elite ganhou projeção este ano, por ter sido o grupo responsável pela operação que matou Osama bin Laden, considerado o mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001.

No PlayStation 3, a franquia começou com o pé esquerdo, já que "Confrontation" foi lançado com diversos problemas que afetaram a diversão do game (isso só foi corrigido mais tarde com atualizações). Pode-se dizer que "SOCOM 4" aprendeu com esses erros, mas, desta vez, o problema foi externo: a rede PlayStation Network caiu na semana de lançamento do game (o que também contribuiu para a demora desta análise).

Pontos Positivos

Atende tanto os fãs da série como novos jogadores

A série "SOCOM: U.S. Navy SEALs" era, até agora, como com um clube fechado, dedicado apenas para quem gosta de jogos de tiro em que os aspectos táticos se sobrepõem ao tradicional "run and gun" de franquias como "Call of Duty" ou "Medal of Honor", mais voltados para a dinâmica da ação.

Porém, o quarto game numerado da franquia abre espaço para jogadores de primeira viagem, contando com um modo de campanha e regras mais casuais nos modos de competição online. No entanto, o velho "SOCOM" de guerra continua aí, com seu desafio elevado nos níveis de dificuldade mais altos e as regras clássicas do multiplayer online, ou seja, sem direito a "respawn".

Modo de história voltou

A estreia de "SOCOM" no PlayStation 3 não teve uma modalidade de campanha single-player, por isso, a simples inclusão dela pode ser considerada um avanço. Não se trata de uma história complexa, mas algo suficiente para motivar os jogadores. Sem personagens que deixem fortes impressões, sobressai-se a personalidade da tenente Park, da 607ª Divisão das forças sul-coreanas, uma raro grupo de operações especiais que contam com integrantes do sexo feminino. Ela também tem papel de destaque nas missões de infiltração, em que passa a atuar sozinha.

O modo de história cumpre também a missão de treinar os jogadores, principalmente quem é novato na série. A dificuldade é amena e, até a modalidade Normal, os subordinados do protagonista são capazes de vencer os oponentes por si mesmos; desafio mesmo, somente do modo Hard em diante, quando passa a ser necessário um acompanhamento mais atento do grupo. Felizmente, o sistema de ordens é simples e funcional, apesar de a inteligência artificial às vezes complicar com suas decisões sem sentido.

Modo multiplayer online consistente

O principal aspecto de "SOCOM" continua intacto: o bom desempenho dos modos multiplayer online, principalmente a vertente competitiva. São vários tipos de regras com duas variações principais: tradicional e clássico. Na primeira, lembra games de tiro mais "arcade", com direito a ressurreição e recuperação de energia. Já na opção clássica, é uma única vida por round. Aqui, as partidas são mais tensas, mas a tendência é frustrar marinheiros de primeira viagem, já que o tempo de espera pode ser muito grande, ao contrário do modo tradicional.

Há uma boa quantidade de mapas e os cenários são bem criativos: há muitos obstáculos para usar (o mato também serve para se esconder), várias rotas de escape e invasão e estruturas mais altas que permite melhor visualização do terreno. Um headset ajuda na comunicação com o time, mas é possível usar o direcional para tornar os inimigos visíveis para os aliados.

O game conta com uma bom código online, fazendo com que o tempo de espera seja bem pequeno e que mascara bem eventuais problemas de conexão (você só vai perceber isso se os tiros não parecerem fazer efeito no oponente; enfim, continua sendo uma falha, mas é melhor que ficar travando a cada engasgada do provedor de internet).

Bom suporte ao PlayStation Move e Sharpshooter

"SOCOM 4: U.S. Navy SEALs" usa praticamente todas as tecnologias e acessórios feitos para o PlayStation 3. O game tem suporte ao 3D e ao PlayStation Move, o controle de movimento do videogame. O sistema ainda não reconhece de imediato para onde o Move está apontando, mas esse tempo parece bem menor que em outros títulos.

Com o acessório, fica bem mais fácil fazer mira, mas é mais complicado para controlar a câmera. Usar o Move ou o Sharpshooter, assessório em formato de espingarda, proporciona uma experiência mais autêntica de game de tiro, mas, em termos de competividade, o controle DualShock 3 ainda é superior. No controle de arma, há ainda a agravante de o botão para esconder no cenário ter acesso difícil.

Pontos Negativos

Modo cooperativo genérico

"SOCOM 4: U.S. Navy SEALs" possui uma modalidade cooperativa para até cinco jogadores, mas só é possível criar missões genéricas baseadas em trechos do modo de campanha. Seria muito mais interessante ter uma opção cooperativa dentro do modo de campanha, trocando os aliados controlados por computador por jogadores de verdade.

Interface e inteligência artificial ruins em alguns momentos

Em geral, não há dificuldade em navegar pelos menus, mas ao menos uma tela não é nada intuitiva: a de seleção de armas e acessórios. Aqui, a escolha se dá por indicadores numéricos, que mais confundem que ajudam. Além disso, custava o jogo lembrar-se da última seleção em vez de trazer as opções-padrão?

E a inteligência artificial do game funciona, na maioria das vezes, muito bem, mas é exatamente por essa razão que as decisões sem sentido ficam evidentes. Os soldados, como os de uma boa tropa de elite, conseguem se virar sozinhos (de tão eficientes, até tira um pouco do desafio), mas às vezes ficam do lado errado da cobertura ou ficam presos em pontos específicos do cenário.

Visual pobre para os padrões atuais

Embora a modelagem dos personagens seja interessante, alguns cenários são pobres e nota-se contornos quadriculados em folhagens. E com vários games que permitem um alto grau de destruição do cenário, em "SOCOM 4: U.S. Navy SEALs" há pouquíssimos lugares que sofrem com a ação das balas e explosões.

Nota: 7 (Bom)