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PlayStation 3

Virtua Fighter 5

09/03/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Em 1993, quando os gráficos 3D ainda estavam engatinhando - eram usados principalmente para jogos de corrida -, o designer Yu Suzuki, da Sega, teve a ousadia de usar a nova tecnologia para recriar modelos humanos, infinitamente mais complicados que animar um carro ou um avião.

Aproveitando que os jogos de luta estavam em voga - graças à "Street Fighter II" -, fez uma interpretação em 3D do estilo de jogo, e mal sabia ele que "Virtua Fighter" viraria um marco. Mas foi além: simplesmente, formatou um gênero. Todos os jogos de luta 3D que vieram depois foram influenciados pela obra-prima de Suzuki.

Agora, quase 15 anos depois, os pioneiros lutadores fazem sua estréia para o PlayStation 3 com "Virtua Fighter 5". Ganhou de herança um sistema de luta equilibrado e até simples, mas que permite uma vasta gama de estratégia. A mecânica prima pela justiça: o fator sorte influi muito pouco no resultado do combate.

A vitória do mérito

A mecânica não é especialmente complicada. Usa-se apenas o direcional e três botões, que têm a função de socar, chutar e defender, respectivamente. É claro que muitos dos movimentos necessitam apertar mais de um botão, mas, mesmo assim, a quantidade de golpes é relativamente pequena.

Apesar de haver alguns comandos realmente mais complexos de fazer - alguns movimentos requerem precisão de 1/60 segundo -, esse não é o maior desafio do game, e sim utilizar os golpes de forma eficiente. Em "Virtua Fighter 5", você não vai encontrar aquele ataque "1001 utilidades", que por si só é capaz de arrancar uma vitória do oponente.

Além disso, também não há nenhum personagem que seja muito mais poderoso que o outro. A equipe de produção honra os ensinamentos de Yu Suzuki e ajustou o equilíbrio entre os lutadores perto da perfeição. Nesse sentido, nenhum game bate a franquia "Virtua Fighter".

Isso promove uma luta justa entre os jogadores, pois a vitória depende somente da habilidade, e não porque alguém pegou um personagem mais vantajoso - é claro que não existe a imparcialidade total, mas o grau de desequilíbrio é muito pequeno. Tampouco o apertar frenético de botões é capaz de fazer frente a um oponente consciente: como dito, o importante aqui é usar cada movimento no momento certo, e não simplesmente soltá-lo a esmo. A habilidade do jogador reflete diretamente no desempenho das partidas.

Todos os lutadores, em maior ou menor grau, têm seqüências prontas, mas para fazer uma cadeia de golpe realmente poderosa é preciso "montar" seu próprio "combo". Ou seja, é mais um ponto em que os experientes levam vantagem. Os cenários também precisam ser levados em conta: em alguns, você perde ao sair do ringue, enquanto em outros há paredes e existem seqüências mais fortes que só podem ser feitas nesses lugares.

"Virtua Fighter 5" traz poucas adições no campo da mecânica. Alguns golpes foram revistos - muito dos lutadores são de versões passadas, com apenas duas novas caras - e o arremesso ficou mais lento. A novidade mesmo é um movimento chamado offensive move, que permite atacar pelos flancos dos adversários. Ou seja, é mais uma alternativa na já vasta gama de estratégias que o game permite.

Conteúdo anêmico

Com um sistema tão bom, o melhor do game é mesmo jogar contra outras pessoas, principalmente quando o nível dos participantes é similar. Por conta dessa natureza multiplayer inerente a um jogo de luta, não há como não lamentar a falta de um modo online. Entende-se a justificativa da produtora que, sendo um game que trabalha com frações de 1/60 segundo, qualquer atraso de comunicação estragaria irremediavelmente a experiência do jogo.

No entanto, mesmo a melhor opção do game sofre com os problemas de interface recorrente no game. Por exemplo, a cada partida, o jogo pergunta se o usuário quer utilizar um perfil pronto. Quando se opta pelo "player id", as chateações são outras: você só pode usar apenas um personagem. E toda vez que o game faz o armazenamento de dados (mesmo no modo automático), aparece uma caixa de diálogo para o usuário confirmar a operação.

As opções para um jogador são muito poucas. O arcade consiste em enfrentar oponentes em seqüência, para no final lutar com um personagem especial. Mas não espere encontrar algum enredo. Nesse quesito (e também na variedade de opções de jogo), "Virtua Fighter 5" perde de nocaute para títulos como "Tekken 5", para PlayStation 2, que traz um conteúdo vasto. O modo de treino é raquítico, com opções de modalidade livre ou prática de golpes. Ambos bem simples.

Lutando contra clones

O modo single-player, no qual o jogador gasta mais tempo, é o "quest", que simula uma cidade virtual. Funciona assim: o jogador tem um mapa e ali estão espalhadas várias casas de diversão, cada uma com níveis diferentes de adversários, além de também existir um local para torneio. Em cada um desses lugares há jogadores virtuais, que supostamente tem um padrão de inteligência diferente, mas todos controlados pelo computador.

Na prática, porém, os adversários estão longe de agir como humanos. Nos níveis mais fáceis, eles não conseguem se livrar de golpes repetidos e mesmo oponentes supostamente de maior "habilidade" não conseguem escapar de certos movimentos. Torce-se para que a Sega adicione um sistema de download de perfil feito a partir de jogadores de carne e osso.

Há, pelo menos, uma série de prêmios, como itens e um sistema de ranking, como os graus de artes marciais. Os itens aumentam a coleção do usuário e podem ser usados para modificar o personagem: mudar cabelo e colocar acessórios diversos, como óculos, chapéus, braceletes e afins. Existem até mesmo roupas completas, além das duas iniciais.

Presença de tela

Existem poucos detalhes toscos (para um console de nova geração) como árvores e cercas, por exemplo. Mas os cenários de "Virtua Fighter 5" são muito bons, graças à boa composição, a vivacidade das cores e os efeitos de luz, o do sol. Impressiona também o efeito de água, principalmente na fase em que lutam numa poça. Sem dúvida, um dos gráficos mais bonitos do PlayStation 3 até agora, e rodando sempre a 60 quadros por segundo.

Já os personagens se destacam pelos detalhes - é possível ver manchas, pêlos e veias, por exemplo -, além de a modelagem se preocupar com cada músculo dos lutadores. É certo que a pele está artificial - tem um brilho que faz parecer bonecos de cera -, mas a sensação de solidez e volume que passam é excelente. Gigantes como Jeffrey e Wolf são intimidadores.

A animação não chega a ser 100% natural, mas há movimentos incríveis a serem vistos. De maneira geral, os golpes reproduzem o estilo de luta verdadeiro de cada personagem, ainda que haja um ou outro movimento um pouco mais fora da realidade.

Porém, a qualidade de som não acompanha o visual. Os efeitos sonoros parecem abafados, falham em demonstrar qualquer impacto dos golpes e as músicas soam genéricas.

CONSIDERAÇÕES

Analisando apenas pelo sistema de combate, o quesito mais importante para qualquer jogo de luta, "Virtua Fighter" é uma das melhores séries que existe e o quinto game não foge à regra. Mas falta conteúdo, como modos de jogo e vídeos, para valorizar o produto. Além disso, problemas de interface irritam o jogador com muitas caixas de diálogo e se lamenta que não haja uma internet avançada o suficiente para permitir um multiplayer online. Faltou para se tornar imperdível, mas é altamente recomendado.

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    Virtua Fighter 5 (Playstation 3)

    218 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Sega-AM2
    Lançamento: 20/02/2007
    Distribuidora: Sega
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: X360
    RecomendadoAvaliação:
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