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White Knight Chronicles

09/03/2010 17h02

"White Knight Chronicles" é o mais recente projeto da equipe Level-5, famosa por cultuados títulos do gênero como "Dragon Quest VIII", "Rogue Galaxy" e a série "Dark Cloud".

Como um título exclusivo para Playstation 3, o jogo fez sucesso no Japão, mas demorou mais de um ano para chegar ao ocidente. A espera com certeza serviu para aumentar as expectativas dos fãs deste lado do globo, o que pode agravar ainda mais a decepção com certas características do game.

Molde tradicional

Trailer da Gamescom 2009
A Level-5 aparentemente não preocupou em criar nada radicalmente diferente do já visto nos RPGs japoneses e produziu algo bastante tradicional. O início pode até dar outra impressão, pois somos apresentados a um sistema até bem complexo de customização de personagem, o que não é algo muito comum aos jogos do estilo. Mas dura pouco. Logo descobrimos que o tal personagem customizado, chamado de Avatar, nada mais é do que um ajudante mudo e sem graça que serve como companheiro do verdadeiro mocinho.

O sujeito em questão é Leonard, um jovem humilde que logo se coloca em uma situação extrema. Balandor, o reino no qual vive, é alvo de um golpe de estado por um grupo de renegados conhecido como Magi. No meio da confusão, Leonard acaba resgatando a princesa Cisna, muda por antigo trauma de infância, e encontra uma armadura especial que lhe permite se transformar no poderoso White Knight, um cavaleiro gigante dono de incríveis poderes.

Mesmo com uma série de clichês, a história tem sua quantia de reviravoltas e mistérios que os fãs do gênero adoram. É uma trama que funciona bem, mas sofre com o desenvolvimento lento, especialmente no início. Só depois de algumas horas de jogo é que a coisa realmente engrena, mesmo com sabotagens do sistema de combate.

Conheça os personagens
"White Knight Chronicles" utiliza um sistema de combate em tempo real, mas que mal passa esta impressão. Você é capaz de ver os inimigos no mapa e ir atrás deles, mas só pode ativar suas ações de tempos em tempos. Este cooldown, como é chamado em jogos como "World of Warcraft", é comum a jogos do gênero, mas nunca com períodos tão longos. Basicamente o jogador espera mais do que bate nos duelos.

Com direito a pontos de experiência, níveis e equipamentos, o sistema utiliza uma mecânica de compra de ações, que podem ser selecionadas em uma lista para montar o seu menu de batalha. Tais comandos ficam disponíveis durante os combates e aceitam até mesmo a programação de sequências para formar combos. No papel é algo até interessante, mas o desafio é tão baixo que muitos dos monstros podem ser derrotados sem grande customização ou estratégia.

Online salva

Novidades online
A ação propriamente dita só melhora mesmo quando é ativado o modo online do jogo, que bebe ainda mais na fonte dos RPGs online como o já citado "World of Warcraft". Aquele avatar sem graça criado lá no começo do jogo finalmente se torna interessante e vira o personagem principal deste modo. Com ele é possível encarar missões paralelas para até quatro jogadores simultâneos. Coordenar os ataques em tais estágios torna a pancadaria bem mais divertida e estratégica, em partidas que podem render muitas variáveis. Pena que a interface interna que permite esta interação seja tão confusa e que não haja o mesmo tipo de interação na história principal, pois este aspecto do jogo é o que o torna verdadeiramente interessante.

A apresentação entrega que o jogo já tem algum tempo de estrada. Embora o design de personagens seja bastante ousado e criativo, os gráficos não chegam a impressionar. Cenários são vastos e geralmente bonitos, mas há poucos detalhes que tornem o mundo do game realmente vivo. A animação dos personagens é competente, assim como a dublagem, mas há também uma falha de sincronia entre o movimento das bocas e o áudio, o que lembra antigos filmes de artes marciais.

Nota: 6 (Razoável)