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X-Men: Destiny

DOUGLAS VIEIRA

Colaboração para o UOL

27/10/2011 08h00

Curto e com falhas naquele que deveria ser o seu ponto forte - a liberdade de escolha - “X-Men: Destiny” é um jogo feito para ficar nas prateleiras das lojas e não sair delas.

Caso queira arriscar vá por sua conta e risco, mas saiba que a jornada não vai durar mais que quatro horas e você verá praticamente as mesmas coisas caso escolha outro personagem.

Introdução

Muitos fãs dos “X-Men” já imaginaram como seria ter a chance de conhecer a fundo o universo da série, escolher entre ajudar os heróis ou a Irmandade de Mutantes. É nessa situação que os protagonistas de “X-Men: Destiny” se encontram.
 
Ambientado em San Francisco, “X-Men: Destiny” traz 3 jovens que descobrem seus poderes após um acidente. A partir daí, você é livre para escolher o que quer fazer durante a aventura: ser bom ou mau. Infelizmente, na prática, não faz tanta diferença assim.

Pontos Positivos

Controles

Pode parecer estranho, mas a única coisa bacana em “X-Men: Destiny” é o sistema de controle. Os botões de ataque e pulo são o A e o B, poderes especiais ficam no C e no Z, movimentação no analógico e outras ações espalhadas nas demais teclas.

É fácil controlar o seu mutante em "Destiny" e em menos de 5 minutos você já está esmurrando vários inimigos pelas ruas de San Francisco - e percebendo que fazer isso pelas próximas horas não vale tanto a pena.

Universo dos quadrinhos

Em "Destiny" você explora o universo dos mutantes da Marvel em sua fase atual, sem o Professor Xavier nem a Escola para Jovens Super Dotados, por exemplo, mas com a participação de personagens que não costumam aparecer nos jogos, como Grouxo e Forge, por exemplo.

A sociedade discute a aceitação dos mutantes e a tensão entre os simpatizantes e aqueles que odeiam os personagens é uma constante na trama, que coloca o jogador face a face com os X-Men e seus eternos rivais, a Irmandade dos Mutantes. Espere para encontrar Magneto, Ciclope, a Rainha Branca, Noturno, Mística e vários outros ícones dos quadrinhos, enquanto distribui sopapos e rajadas de energia pelas ruas de San Francisco.

Pontos Negativos

Suas escolhas não fazem diferença

Um dos principais pontos de "Destiny" é a possibilidade de escolher se você quer seguir o grupo do bem ou do mal. A ideia é boa, mas mal executada: suas decisões, no máximo, geram um caminho alternativo e um diálogo e outro diferente.

Aliás, não faz sentido escolher seguir a Irmandade, ganhar um uniforme maneiro e o Pyro, que é do mesmo grupo, te atacar logo em seguida.

Câmera ruim

Há tempos um jogo de Wii não castigava o jogador com a câmera como este aqui. Apesar de se mover facilmente pressionando esquerda ou direita no controle digital, ela se desloca apenas nessas direções. Você perde um bom tempo andando em círculos porque não viu que a passagem que procurava estava pouco acima da sua cabeça.

Jogo curto

Quatro horas é todo o tempo tudo que você precisa para concluir “X-Men: Destiny”. E o pior: talvez não tenha vontade de fazer isso novamente com outro personagem, pois as mudanças no estilo e no enredo de cada um são pequenas - até as habilidades aprendidas são iguais. Vai ver são parentes distantes que compartilham o mesmo gene mutante

Gráficos ruins

Apesar de chegar ao PS3, Xbox 360 e Wii em outubro de 2011, visualmente "X-Men: Destiny" poderia ser um game de PlayStation 2. E mesmo assim, não seria dos mais bonitos.

Os modelos dos personagens são simples demais, o cenário é genérico e cheio de texturas lavadas e sem graça. Nem as sequências de animação são bonitas de assistir. É difícil acreditar que esse jogo foi desenvolvido para as plataformas atuais.

Escolhas sem impacto

Não importa tanto qual personagem você escolhe ou qual caminho decide seguir, se será um membro dos X-Men ou da Irmandade dos Mutantes: no final, essas decisões não causam muito impacto na trama do jogo, nem oferecem mudanças substanciais nos acontecimentos.

Não há um sistema de carma ou algo similar, que mude a forma como os personagens reagem ao que você faz. Você pode se filiar ao grupo de Mística, a Irmandade dos Mutantes, e ter que lutar com um deles logo em seguida, por exemplo.

Personagem genérico

Cada um dos 3 mutantes disponiveís no começo do jogo tem uma história pessoal diferente, mas elas não são muito bem exploradas no decorrer da aventura. E, convenhamos, o universo dos X-Men é tão cheio de personagens famosos e queridos pelos fãs, como Wolverine, Tempestade e Gambit, que jogar com um herói que não é nenhum deles, é muito frustrante.

Genes colecionáveis

O game tem alguns itens colecionáveis espalhados pelo cenário: encontrar e rasgar as propagandas anti-mutantes é até divertido, mas os genes são um caso a parte. Esses itens dão poderes extras ao jogador, vindos de outro mutante. Você pode equipar vários deles conforme sobe de nível no jogo.

Assim, seu mutante com poderes de controlar as sombras pode ter a forma de diamante da Rainha Branca e um bônus de dano psíquico vindo dos genes da Psilocke, além de recuperar energia graças ao gene de Wolverine que você encontrou no telhado. É até bacana para deixar o jogo mais variado, mas tentar explicar isso dentro do mundo do jogo, onde as pessoas nascem com seus poderes, é, no mínimo, bizarro.

Ação simples e repetitiva

Do começo ao fim, "X-Men: Destiny" se resume a percorrer um cenário linear distribuindo golpes nos inimigos. Mutantes famosos aparecem para ajudar, mas não muito. Pior ainda, sempre dizem coisas como "para vencer, temos que permanecer juntos" e, em seguida, vão embora dizendo "é isso aí, nos vemos depois", te deixando sozinho novamente.

Você aplica combos e conforme ganha experiência, aprende novos movimentos e aprimora seus poderes, mas nada disso consegue mudar o fato de que é tudo muito simples e repetitivo.

Nota: 3 (Desprezível)