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Call of Duty: Black Ops III

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

19/08/2015 15h49

CoD Black Ops III - Divulgação - Divulgação
Com "Black Ops III", "Call of Duty" abraça a guerra futurista de uma vez por todas
Imagem: Divulgação

Não é de hoje que os estúdios envolvidos em "Call of Duty" buscam injetar novas idéias na popular franquia de tiro, mas as inovações de "Advanced Warfare" ou do fraco "Ghosts" não são nada perto do que a Treyarch prepara para "Black Ops III". Campanha cooperativa, multiplayer baseado em personagens, movimentação livre e frenética e um modo zumbi robusto ambientado nos anos 1940 são só alguns dos novos elementos que prometem mudar de vez o ritmo do jogo.

Para quem esperava um retorno para a guerra contemporânea ou aos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial, o "Call of Duty" de 2015 é só más notícias: "Black Ops III" abraça a ambientação futurista mais do que qualquer jogo anterior.

Veja o trailer de "Call of Duty: Black Ops III"

Campanha coop e futurista

Ambientado em 2065, quarenta anos depois de "Black Ops II", o game traz soldados com capacidades ampliadas por implantes cibernéticos. Após os eventos do jogo anterior, quando todos os drones e máquinas de combate se mostraram nada confiáveis, os soldados humanos voltaram a ser importantes, e os chamado Especialistas são os melhores entre eles, integrando os esquadrões Black Ops.

Equipados com o que há de melhor na tecnologia bélica e extremamente habilidosos, esses operativos são a elite militar dessa época. A treta começa quando um deles decide mudar de lado e os personagens dos jogadores é enviado para descobri os motivos dessa traição, dando início a uma série de eventos que ameaçará a paz mundial.

Todas as missões da campanha podem ser jogados em times de até quatro jogadores online ou em dupla jogando em multiplayer local (que também podem jogar online com outros dois aliados). Você escolhe o gênero do soldado pela primeira vez numa campanha de "Call of Duty" e tanto diálogos quanto a narrativa mudam levemente dependendo de quantas pessoas estão no esquadrão.

A maior mudança provocada pelo jogo cooperativo na campanha de "Black Ops III" é que todas as fases foram planejadas para partidas em grupo, com maior espaço aberto e objetivos para conquistar e menos rotas pré-estabelecidas. É, de certa forma, similar ao design dos mapas de "Halo", cheios de opções para os jogadores utilizarem suas habilidades e alcançarem os objetivos.

Nas batalhas do jogo, você enfrentará tanto soldados humanos quanto grandes robôs de combate. O jogo permite marcar inimigos para outros membros do time, entre outras pequenas ações que estimulam o trabalho em equipe. Para completar, cada jogador possui algumas habilidades especiais, recarregáveis, que permitem controlar ou causar danos diversos nos inimigos robóticos.

Personalização do arsenal

Entre uma missão e outra, os jogadores vão para uma área segura, onde podem personalizar os equipamentos, criar armas únicas e escolher os acessórios que vão levar para a próxima fase. Você pode visitar a base de um amigo com quem estiver jogando e conferir o progresso e os equipamentos dele, por exemplo. Se um aliado for de nível mais alto, ele pode emprestar armas melhores para os companheiros durante aquela sessão.

No multiplayer, você também pode pintar suas armas, decorando-as da forma que achar melhor. Os  jogadores podem se aproveitar de efeitos de opacidade, gradiente e ícones para personalizar três das faces de suas armas, em desenhos que podem ter até 64 camadas de elementos.

Multiplayer reinventado

Para muitos jogadores, o modo multiplayer competitivo de "Call of Duty" é o principal responsável pelo sucesso da série. Em "Black Ops III" este componente também passa por grandes mudanças, com o sistema de Especialistas, os personagens que os jogadores controlam nas partidas.

Os Especialistas são como heróis de um "League of Legends" ou "Smite": personagens com poderes e habilidades únicas que favorecem estilos de jogo distintos. No começo do jogo, você escolhe entre quatro de nove personagens (os outros são desbloqueados conforme o progresso do jogador) e seleciona um dos dois poderes da classe.

Os personagens, a outra habilidade deles, os perks e as armas são comprados com Tokens ganhos quando o jogador sobe de nível no multiplayer. Somado ao sistema de "escolha 10", onde você seleciona 10 equipamentos (entre armas, vantagens, acessórios e granadas) para montar o personagem, isso permite um nível elevado de personalização, principalmente para jogadores mais dedicados.

As habilidades especiais e armas exclusivas dos Especialistas só podem ser usadas após uma barra ser preenchida (ela se enche conforme você mata inimigos e cumpre objetivos da partida) e causam bastante impacto no game. O Vision Pulse da arqueira Outrider permite enxergar a posição dos inimigos na área de forma bem efetiva por um curto período de tempo. O mesmo vale para as armas: apesar do alcance limitado, o rifle elétrico de Tempest é fatal nas mãos de um jogador bom de pontaria.

Além dos poderes, outros elementos de "Call of Duty" estão presentes, como o vasto arsenal de armas personalizáveis (você desbloqueia peças e acessórios conforme joga) e os "killstreaks", vantagens temporárias que causam bastante impacto nas partidas, como um drone que indica a posição dos adversários ou um implacável bombardeio aéreo.

Sombras do Mal

"Black Ops III" não seria um "Call of Duty" da Treyarch sem uma modalidade zumbi. A nova campanha se chama "Shadows of Evil" e leva os jogadores para Morg City, uma metrópole fictícia dos anos 1940.

Com suporte para partidas cooperativas entre 4 jogadores, essa modalidade traz protagonistas interpretados por um elenco de peso: Jeff Goldum ("Jurassic Park") é Nero, um mágico perito em facas; Ron Perlman ("Hellboy") é o boxeador Campbell; Neal McDonough ("Minority Report") é o policial Vincent e Heather Graham (de "Se Beber Não Case") é a dançarina Jessica.

Além de atirar em hordas de zumbi, "Shadows of Evil" traz uma máquina de doces que concede poderes aos personagens. Os E-Numbers, por exemplo, dão poderes elétricos devastadores para Jessica. Outras balas paranormais transformam Vincent num monstro com tentáculos e assim por diante.

Os poderes especiais são úteis não só para detonar mortos-vivos, mas também para enfrentar inimigos mais fortes, como enormes demônios de três cabeças ou hordas de criaturas diabólicas voadoras.

Cada personagem de "Shadows of Evil" possui um passado misterioso que deverá ser descoberto no decorrer da campanha. Quem dá a dica é o vilão Shadow Man, interpretado por Robert Picardo (de "Star Trek Voyager"). "Eu sei quem são vocês", diz o vilão. "Eu vi cada um dos seus crimes".

O campeão voltou?

"Call of Duty" ainda é o jogo de tiro mais popular, mas o passar do tempo deixou suas marcas na franquia anual da Activision, que já recebeu duras críticas por "ser sempre mais do mesmo" e também quando decidiu inovar e acrescentar elementos futuristas ao jogo.

Com o brilho da Infinity Ward (de "Modern Warfare") se perdendo desde "Call of Duty: Ghosts" e a novata Sledgehammer (de "Advanced Warfare") ainda dando os primeiros passos, é bom ver que a Treyarch não teve medo de ousar e trazer muitas novidades para "Black Ops III".

Resta saber se os fãs veteranos vão gostar de todas as mudanças do game, principalmente no modo multiplayer e na campanha cooperativa, quando "Call of Duty: Black Ops III" chegar ao PC, PlayStation 4, PlayStation 3, Xbox 360 e Xbox One no dia 6 de novembro.