InFamous 2

Os super-heróis estão ligados à sociedade moderna e já fazem parte de nosso dia-a-dia. Quem nunca ouviu falar de Super-Homem, Batman ou Homem-Aranha? O termo "super-herói" já faz parte do vocabulário e é conhecido por qualquer pessoa que nasceu depois 1932 (ano em que apareceram as primeiras revistas em quadrinhos).

Entretanto, hoje não precisamos mais de uma revista para acompanhar as histórias dos heróis: eles estão nos cinemas, televisão e, claro, nos videogames. Foi nesse último que conhecemos Cole MacGrath, o protagonista de "InFamous 2", jogo de ação em terceira pessoa da Sucker Punch que colocou nas mãos do jogador um ser superpoderoso que não faz feio para nenhum herói das HQs.

Tá na hora do pau

"Nós da Sucker Punch somos fãs de graphic novels como 'Watchmen' e 'ZDM - Terra de Ninguém'. Quando você lê esses livros, imagina como seria em um videogame", disse o diretor Nate Fox em entrevista via internet para jornalistas da América Latina.

É fácil notar que esses quadrinhos, tidos como mais maduros, têm realmente uma profunda influência em "InFamous 2", que pode ser vista desde as cenas de corte até em diálogos mais fortes, recheados de palavrões. A pancadaria também é forte, graças ao uso do Amp, um bastão de metal carregado de eletricidade que pode fazer picadinho dos inimigos.

A aparição de Cole durante a E3 de 2010 deu um susto em muita gente, afinal, ninguém gostou do visual 'mauricinho' boa-pinta. A intenção original da Sucker Punch era dar um ar mais atlético para cole, mas a ideia não deu certo e logo os produtores voltaram com o visual antigo do personagem.

Isso significa que a voz da comunidade realmente alcança os produtores, tanto que eles resolveram colocar o combate corpo-a-corpo no game. Fox disse que "a primeira coisa que quisemos dar aos jogadores foi a chance de simplesmente espancarem os inimigos. Muita gente que jogou o primeiro game disse queria uma experiência mais ampla nos combates desarmados, como podem ser vistos em filmes e quadrinhos de heróis".

Para fazer isso, Cole tem agora um bastão em forma de diapasão que pode esmigalhar os inimigos a cada golpe. "Criamos essa arma gigante chamada Amp. Ela é um bastão gigante de metal do cacete, que Cole pode carregar com 1000 volts. E quando ele acerta as pessoas, elas também recebem uma descarga elétrica".

Além das pancadas, Cole vai receber mais poderes para ajudar na batalha, pois os inimigos também serão mais poderosos. "Nós queríamos dar poderes mais fortes e enfrentar inimigos mais casca-grossa - alguns maiores que um prédio", disse o diretor.

Isso pode ser visto já nos primeiros minutos, pois o game vai começar exatamente de onde parou o primeiro game, quando Kessler diz para Cole se preparar para enfrentar "A Fera" - um ser muito poderoso que vai destruir o mundo, caso não seja impedido. Só que Cole é pego desprevenido, pois logo esse monstro aparece e consegue sugar todos os poderes dele (e que é até uma boa desculpa para o herói recomeçar a busca pelo poder).

O entregador não vai ficar limitado a apenas recuperar os poderes antigos, ele vai ter à disposição novas 'armas', como o Ion Vortex, habilidade de Cole que cria um furacão de eletricidade que vai destruindo tudo o que estiver pela frente - literalmente.

O poder da escolha

Além de inimigos mortais, o próprio cenário será um desafio para Cole. Esqueça Empire City: as aventuras vão se passar em New Marais, uma cidadezinha inspirada em Nova Orleans. No lugar de arranha-céus, a paisagem será dominada por prédios de no máximo quatro andares e pântanos. Isso permite que você passe menos tempo escalando prédios e se focando mais na ação de percorrer a cidade usando as habilidades de parkour.

A nova engine gráfica permite que diversas  estruturas sejam destruídas, como bancadas, varandas e até prédios inteiros. Isso cria até possibilidades de criar novas combinações para dar mais experiência para o jogador, como derrubar em um adversário o teto de uma bancada - e claro, criando novas oportunidades para abrir um sorriso no canto da boca.

Uma das principais mecânicas de "InFamous" era a possibilidade de fazer Cole ser um herói bonzinho, salvando as pessoas do perigo, ou um anti-herói, quase um vilão, pensando apenas em si mesmo. Entretanto, isso tinha um impacto muito pequeno na história do jogo e é algo que foi revisto nesta continuação. "A ideia central do jogo continua sendo as suas decisões. Começando com os poderes de fogo e gelo, eles meio que representam a ordem e o caos e estão estritamente ligados com as ajudantes de Cole, Nyx e Lucy Kuo".

Exatamente, Cole vai mesmo ter parceiras para ajudar em suas missões - como todo super-herói que se preze - e como o resto do jogo, tudo será relacionado às suas escolhas. Lucy Kuo é a agente da NSA que encarna o 'lado do bem', ou seja, se o jogador decidir andar na linha. Já Nyx é uma nativa de New Marais que é mais esquentada e vai ajudar quem escolher ir pelo 'caminho do mal'.

Além de cada uma ter uma série de missões diferentes, elas vão ensinar Cole a usar os poderes de gelo e fogo. Dessa forma, todas essas decisões vão construindo o caminho do protagonista no decorrer da aventura, deixando o jogador muito mais intrigado caso tivesse escolhido tomar outro caminho.

As escolhas do jogador tem um impacto tão profundo na experiência de jogo que mudam todos os diálogos, cenas e o final, sendo eles diferentes um do outro. Dessa forma, se você quiser ver as duas tramas, será necessário jogar duas vezes. Assim, os produtores acreditam que vão dar um 'tempo de vida' maior para título.

E quem já jogou o game anterior uma boa notícia: será possível usar o save do primeiro "InFamous" e continuar seu progresso de personalidade.

No final das contas, "InFamous 2" promete ser maior e melhor que seu antecessor, porém se aprofundando nas coisas que os jogadores queriam ver. Dessa forma Cole é um dos primeiros super-heróis do PlayStation 3, trazendo para um mundo virtual aventuras que os fãs das HQs sempre quiseram ver com seus ídolos de papel.