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The Evil Within

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

09/07/2013 17h02

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    "Evil Within" busca resgatar o terror e a violência do 'horror de sobrevivência'

Poucos nomes são associados tão fortemente a um gênero de jogo quanto Shinji Mikami é ao ‘horror de sobrevivência’. O designer que criou e depois revolucionou “Resident Evil” na Capcom agora prepara “The Evil Within” em seu próprio estúdio, a Tango Gameworks.

“The Evil Within” promete ser ao mesmo tempo um retorno às raízes do gênero que Mikami ajudou a difundir quanto o próximo passo para os games de horror – e, quem sabe, poderá agradar aos fãs dos “Resident” antigos, que se sentem órfãos na leva atual da franquia.

Suspense constante

O jogo coloca você no controle de Sebastian Castellanos, um detetive que investiga o sumiço de vários policiais em um hospício. No começo do game, Sebastian chega ao hospital, onde uma dúzia de viaturas desocupadas ocupam o lado de fora, mas o edifício está abandonado.

Castellanos arromba uma porta e entra,cobrindo seu nariz ao sentir o cheiro de sangue e putrefação. Com corpos por todos os lados, tripas e sangue pelo chão, fica claro que o hospício foi palco para um massacre sinistro.

Ao investigar o local, Sebastian encontra uma sala de segurança, onde assiste a uma gravação das câmeras: no vídeo, os policiais fogem por um corredor, atirando em algo que não aparece na tela. O sangue voa quando uma criatura translúcida surge no meio deles.

O ser demoníaco se vira para a câmera e olha para o detetive.... e de repente, ela está na sala, atrás de Sebastian, pronta para o inevitável ataque.

VEJA O PRIMEIRO TRAILER DE "THE EVIL WITHIN"

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Sebastian acorda em uma sala cheia de cadáveres, pendurado de cabeça para baixo. Um homem enorme coberto de sangue fatia um dos corpos no canto da sala, arrancando o torso do defunto e se concentra no trabalho de açougueiro infernal, de costas para o detetive, que vê aí uma oportunidade para tentar escapar.

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    Diretor de "The Evil Within", Shinji Mikami ganhou fama ao ajudar a criar o primeiro "Resident Evil". Depois, ainda comandou a produção de "RE4". Seu currículo inclui também jogos como "Goof Troop", "Devil May Cry", "Viewtiful Joe", "Vanquish" e outros mais.


Você balança o detetive para os lados, agarrando uma faca presa na barriga do cadáver ao lado. Após se soltar com a faca, Sebastian corre para a saída – tudo daria certo, exceto pela porta estar trancada. É preciso pegar as chaves que estão ao lado do açougueiro...

“The Evil Within” começa assim, construindo rapidamente uma atmosfera de terror  para logo em seguida colocar o jogador cara a cara com seus monstros. Sem muitas explicações, Sebastian é jogado de uma situação para a próxima, sempre com a tensão e o suspense deixando o jogador sentado na beira do sofá, incerto do perigo que espreita em cada virada do jogo.

Sequências furtivas como a do açougueiro são acompanhadas por perseguições frenéticas, em que um único erro vai significar o fracasso e a morte implacável – seja nas garras de um demônio ou nos dentes de uma moto-serra.

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    Criaturas sinistras ajudam a dar o tom de terror no game


Realidade distorcida

Eventualmente, Sebastian consegue escapar de seu perseguidor e fugir do hospício. Lá fora, a cidade está em ruínas. As ruas estão rachadas ao meio e os prédios e carros pendem para dentro de um abismo.

Assim como em “Silent Hill” ou outras obras de terror japonesas, “The Evil Within” brinca com o conceito de sanidade: afinal, em um mundo onde demônios e zumbis estão soltos nas ruas, quem tem certeza do que é ou não real?


Luta pela sobrevivência

Se por um lado “The Evil Within” traz sensações de insegurança e fragilidade, a tensão e a morte implacável dos jogos de horror, também oferece ao jogador a adrenalina da luta pela sobrevivência.

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    O cenário do jogo é um hospício abandonado e destruído em que policiais somem misteriosamente


Seus combates prometem fortes emoções, com Sebastian encarando hordas de zumbis e coisas ainda piores em tiroteios “por cima do ombro”, como em “Resident Evil 4” e outros jogos similares.

Porém, munição é um bem valioso e deve ser conservado.

Para isso, você pode incinerar os inimigos com tochas antes que se levantem de novo.

O jogo permite instalar minas e armadilhas em janelas, que explodirão quando as criaturas entrarem, por exemplo.

Para sobreviver, é preciso pensar de forma estratégica - não basta mandar bala para todos os lados.

Além dos monstros ‘normais’, criaturas que parecem vindas de pesadelos proporcionam desafios maiores para o pobre detetive. Após se livrar de uma leva de zumbis, Sebastian pode ser atacado por seres grotescos, como uma garota cadavérica cheia de braços, por exemplo.

Horror definitivo?

A nova obra de Shinji Mikami reúne referências e mecânicas que são conhecidas pelos apreciadores do ‘horror de sobrevivência’ e pelos  filmes de terror orientais. Mecânicas que apelam para os fãs do gênero e que têm sido deixadas de lado pelas produtoras em jogos mais recentes também aparecem aos montes.

Ao retornar para as raízes do horror, “The Evil Within” busca oferecer uma experiência assustadora e coesa, maior do que a soma de suas partes. Mais ainda, busca liderar o caminho para a próxima geração de jogos do tipo, com mecânicas modernas, mas sem ceder espaço para as facilidades e convenções dos games de ação atuais.