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Civilization: Beyond Earth

Rodrigo Guerra

Do UOL, em São Paulo

15/07/2014 12h06

Descobrir os mistérios da evolução humana, momentos marcantes da nossa história, religião, arte e cultura. Essas são as pedras fundamentais da série "Civilization" que, ainda hoje, consegue levar para as lojas um game tido como "cabeçudo", mas, ao mesmo tempo, divertidíssimo.

Agora a Firaxis e a 2K Games estão deixando os momentos e culturas de lado e partindo para novas fronteiras com "Civilization: Beyond Earth" exclusivamente para computadores. O game vai permitir sair da terceira rocha ao lado do Sol e explorar o infinito do espaço em uma nova corrida colonialista para que os humanos cresçam e se multipliquem, como disse aquele livro famoso.

"Beyond Earth" vai se passar entre 200 e 300 anos no futuro quando a Terra, nosso querido planeta, já não consegue sustentar a humanidade. Isso se deve a um evento conhecido como "O Grande Erro". Embora os detalhes desse grande evento estejam guardados para o lançamento do game, é essa a deixa para conhecer novos líderes e novos planetas para recomeçar a vida de forma civilizada e inteligente - ou não.

Espaço: a fronteira final

"Civilization: Beyond Earth" não nega suas raízes: é um jogo de estratégia por turnos no qual o jogador começa explorando a área ao redor para crescer e difundir sua cultura. Cada jogador vai escolhendo um caminho para a vitória e tomando decisões estratégicas para chegar lá.

A base do jogo é a mesma de "ivilization V" e jogos anteriores da franquia: explorar, expandir e dominar. Você começa com um colonizador e procura o lugar ideal para que sua civilização cresça e se espalhe. Mas em "Beyond Earth" a brincadeira começa um pouco antes, ainda no momento de escolher o modo de jogo, desde o primeiro segundo que você decide jogar.

MARAVILHAS DO FUTURO

Uma das coisas que você fazia para ganhar uma partida de "Civ 5" era correr com a construção de diversas Wonders, que além de conceder diversos bônus bacanas, davam pontos para você vencer culturalmente. Em "Beyond Earth" será diferente: essas construções especiais, as Planetary Wonders, vão ser mais estratégicas.

Em entrevista para a PC Gamer do Reino Unido, Will Miller explicou que essas construções, além de ocuparem o espaço de um hexágono no mapa, elas vão demandar muitos recursos e depois completa-la, elas não vão garantir que você traga os terráqueos que deixou para trás, aumentando a produção e demanda de recursos ou até garantir mais tropas para continuar a sua busca pela dominação espacial.

Após escolher um dos oito líderes, você escolhe a nave, o tipo de planeta que pretende encontrar e o que você vai levar para o novo mundo. Dependendo dessas escolhas, sua aventura em uma partida poderá ser imprevisível.

Assim como nos outros games da série, você vai continuar a aprender novas tecnologias para desenvolver a sua civilização. Mas uma coisa é bem diferente: nos games anteriores você seguia uma árvore tecnológica, por exemplo, descobrir a pólvora para depois desenvolver armas de fogo. Em "Beyond Earth" você não está preso em uma linha reta. A descoberta de tecnologia agora não é uma árvore, mas sim uma espécie de teia, no qual você pode decidir quais são seus objetivos e seguir por um caminho menos ortodoxo.

A Firaxis ainda não revelou quais são as tecnologias que vamos encontrar no game, mas a intenção é fazer com que o jogador tenha mais claro que as tecnologias escolhidas vão leva-lo a um caminho estratégico e, se o jogador fazer as escolhas certas, para a vitória.

Aqueles que decidirem ser bélicos e decidirem que o novo mundo é lugar apenas para a raça humana, vão seguir pelo caminho Purity (Pureza). Nada que ficar para trás de seu caminho será o mesmo. É como se suas tropas fossem tratores exterminando qualquer ameaça para a sua sociedade.

A Harmony (Harmonia) é para aqueles que querem chegar em um planeta sem fazer um escarcéu e a sua missão será chegar em paz e, ao mesmo tempo, provar para os outros líderes que você não é um saco de pancadas. Esse é o caminho mais diplomático que os fãs de "Civilization" conhecem.

Já a Supremacy (Supremacia) também é agressiva, visando principalmente na expansão científica da sua civilização, nem que para isso seja necessário destruir algumas vidas inteligentes que fiquem em seu caminho.

Ser um colonizador interplanetário parece ser bacana. A ideia lembra muito "Alpha Centauri", jogo que a própria Firaxis diz ser uma das inspirações para "Beyond Earth". Mas aqui ainda é um Civilization e como tal você vai encontrar diversos líderes que vão leva-lo para conquista espacial. E um deles é brasileiro – ou mais ou menos isso.

O líder 'brasileiro'

Rejinaldo Leonardo Pedro Bolivar de Alencar-Araripe, o cara da imagem aí em cima, é o líder de Brasilia, uma das oito facções que patrocinam a exploração espacial em "Beyond Earth". Disciplinado por militares da região onde hoje é a América do Sul, Rejinaldo vai comandar os exploradores em novos planetas e fazer com que a cultura de Brasilia seja expandida, nem que seja a base da força.

DIPLOMACIA INTERPLANETÁRIA

Um dos principais pontos reclamados pelos jogadores em games antigos é a forma que as nações interagiam entre si. Convenhamos, ver Ghandi se armando até os dentes e se negando a negociar a paz não era uma das coisas mais críveis de se ver.

Porém em "Beyond Earth" as coisas vão ser diferentes. Os produtores prometem alguns ajustes na diplomacia que vão fazer muita coisa mudar. Entre elas a forma que outros líderes encaram o jogador.

Além disso, a cultura vai ser a principal influência do game. Uma raça alienígena com guerreiros poderosos será mais agressiva, enquanto aquelas que se especializaram em tecnologias vão preferir conversar. Pelo menos essa é a promessa. Se isso vai se concretizar, vamos ter que esperar pelo jogo final.

O líder sul-americano é considerado um grande estrategista e pensador militar, tanto que as suas principais características no game são militar, saúde e produção. Isso significa que os jogadores poderão usá-lo para conquistar territórios à força, já que produção e saúde são itens extremamente ligados à essa especialização.

Mas Rejinaldo não é uma força invencível pois, assim como em todos os outros games da série, a vitória pode ser conseguida por diversas outras formas, como a cultura, diplomacia e expansão – e justamente esses dois últimos são os pontos fracos do líder.

"Rejinaldo começou como um soldado, mas eventualmente cresceu e se tornou um oficial. Ao longo de sua carreira, ele se tornou ao mesmo tempo um líder militar de sucesso e um teórico profundo. Suas anotações que aparecem no jogo fazem parte de seu trabalho chamado 'Princípios da Guerra Moderna', que é o escrito militar mais abrangente desde von Clauswitz em 'On War'", explicam os designers do jogo, Will Miller e David McDonough em entrevista ao UOL Jogos.

De acordo eles, a Brasilia de "Beyond Earth" foi uma das nações mais envolvidas no processo de pacificação após os eventos do "Grande Erro".

"Brasilia foi gravemente afetada pelo aumento do nível do mar que alagou a Amazônia. Mas isso abriu o interior da região para o comércio e acabou se mostrando não tão grave quanto para outras facções" explicou a dupla de designers.

A região também é uma potência na exploração espacial, "por estar na região equatorial, Brasilia pode facilmente lançar foguetes e foi a primeira nação a enviar uma expedição de colonização a um planeta próximo", diz a dupla.

A dupla promete também liberar novas informações sobre outras facções antes de lançar o jogo oficialmente no dia 24 de outubro.

ASSISTA AO TRAILER DE ANÚNCIO DE "BEYOND EARTH"

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Novos horizontes

A mecânica do jogo não será muito diferente do que você já viu em games da série, mas ainda existem detalhes como  a nova camada, a atmosférica, onde o jogador pode colocar satélites ilitares ou científicos para ajudar a sua campanha.

Essas ferramentas vão ajudá-lo a descobrir onde existem novas fontes de recursos e também se preparar para se defender quando um adversário se preparar para atacar. Vale lembrar que muitos planetas têm recursos ínfimos e que algumas facções fariam de tudo para colocar as mãos nesses recursos – inclusive atacar outros terráqueos.

E é isso é só o começo: esse é só o começo de "Civilization: Beyond Earth" e o que a Firaxis vai preparar para o game final é tão instigante quanto presenciar a expansão da humanidade para outros mundos.