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EA Sports UFC

Victor Ferreira

do Gamehall

29/05/2014 16h59

  • Divulgação

    Royce Gracie e Bruce Lee: "EA Sports UFC" coloca cara a cara lendas das artes marciais

Em 2009, Dana White declarou publicamente seu desgosto com a Electronic Arts e a sub-divisão EA Sports por sua falta de interesse com a marca do “Ultimate Fighting Championship”.

“A EA Sports nos disse ‘vocês não são um esporte de verdade”, declarou, na época, o chefão do evento. “‘Não queremos nada com isso’”. Os jogos, naqueles tempos, eram de responsabilidade da publisher THQ, com a série “UFC Undisputed”.

Cinco anos e uma explosão de popularidade depois - sem falar na falência da THQ, em 2012 -, as duas organizações fizeram as pazes e “EA Sports UFC” é o símbolo desta nova união, prometendo a versão definitiva do gênero de luta com artes marciais mistas.

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Bela pancadaria

“EA Sports UFC” está sendo desenvolvido pela EA Canada, estúdio responsável por “Fight Night”. Como na série de boxe, o chamativo inicial são os incríveis e detalhados visuais presentes no jogo. Todos os lutadores são recriados em mínimos detalhes, desde cicatrizes e marcas de nascença até as mais variadas tatuagens. O mesmo vale para outras figuras memoráveis vistas em transmissões, como o anunciante Bruce Buffer e o comentarista e entrevistador Joe Rogan.

E a atenção aos detalhes não se limita a simples características visuais. A movimentação dos lutadores têm peso e balanço próprio e tudo é refletido no modo em que seus músculos se mexem ou mesmo os dedos que se expandem e contraem enquanto os combatentes procuram reencontrar seu centro de equilíbrio.

É provável que o jogador não preste atenção em coisas deste tipo no calor da luta, mas todos estes elementos afetam a velocidade e força durante os rounds. Com o motor gráfico EA Sports Ignite, os desenvolvedores também procuraram criar um sistema de deformação total dos corpos, dando maior verossimilhança aos impactos e submissões, e caprichou nos ferimentos que os lutadores podem receber, com inchaços e sangramentos realistas e até um pouco desagradáveis de se ver.

Voar como uma borboleta, ferroar como uma abelha

Os combates em lutas de artes marciais mistas envolvem uma dose significativa de estratégia, tentando balancear as forças com as fraquezas de cada lutador. “EA Sports UFC” promete que a inteligência artificial dos adversários se adaptará ao estilo do jogador, então é importante levar cada movimento em consideração. Quem decidir ir com tudo para cima de seu oponente, por exemplo, pode sofrer em rounds seguintes por falta de energia.

Segundo os produtores, a ideia é tornar este desgaste físico dos lutadores maio intuitiva e natural, sendo refletido diretamente no jeito em que ele se porta. Veias pulsantes, descoloração, contração dos músculos e sinais de fadiga mostrarão claramente em que estado está determinado combatente.

Mais do que isso, a EA Canada procurou estudar cada lutador, para que suas ações e reações fossem verossímeis com sua contraparte no mundo real. “Ao fim de uma luta de cinco rounds com um ritmo incrível, você ainda vai ver as veias pulsando em Frankie Edgar, mas não verá ele arfando”, exemplificou Brian Hayes, diretor criativo do jogo. “Hector Lombard, por outro lado, talvez tenha que fazer uma pausa aqui ou ali, senão ele vai estar exausto ao seu fim”.

A física e força também influenciam na combinação de golpes, e é importante notar qual movimento surge naturalmente depois de um soco ou chute, para uma maior efetividade contra o adversário. A EA Canada também preferiu adotar o sistema similar ao de “UFC Undisputed”, utilizando botões ao invés do analógico direito para os golpes, como visto em “EA Sports MMA”.

Jogo de chão e submissão também parecem ter tomado, em parte, inspiração da série da THQ. O imobilizado deve usar o analógico direito para tentar se livrar de seu oponente, enquanto o imobilizador deve imitar o movimento corretamente para manter o controle, além de usar a alavanca esquerda para finalizar o adversário.

SEM PIEDADE

Não importa o quão dolorosa a pancadaria, as lutas de “EA Sports UFC” não serão interrompidas por médicos. “As pessoas vão ter várias opiniões sobre isso, mas no fim não quisemos tirar a chance de terminar a luta ou conseguir uma recuperação impressionante porque a inteligência artificial de um médico do octógono decidiu que ele não podia continuar”, disse Brian Hayes.

Não são os anos, é a milhagem

Pela primeira vez no modo Carreira, jogadores terão a chance de participar do reality show “The Ultimate Fighter”. Após criar seu personagem - possivelmente baseado em seu visual, por meio do chamado “Game Face” -, seus atributos iniciais, e uma vitória eliminatória, o usuário entrará para uma equipe do “TUF”, tendo 13 pares de rivais, como Lyoto Machida e Chris Weidman ou Jon Jones e Alexander Gustafsson, para servirem de treinadores.

Vencendo o campeonato, seu lutador receberá o título de “The Ultimate Fighter” e patrocínio da marca UFC, além de poder ter a chance de entrar no ringue contra grandes nomes do torneio.

Ao contrário da série “UFC Undisputed”, a idade não será o seu principal inimigo durante o modo carreira de “EA Sports UFC”. No novo game, o sucesso de seu lutador no jogo dependerá de dois grandes fatores que o manterão por cima nos cards: longevidade e popularidade.

A longevidade depende principalmente de seu desempenho nos combates. Lutar inteligentemente, utilizando defesas e evitando golpes duros, manterá seu personagem em demanda e saudável para embates futuros, enquanto tomar pancadas demais pode significar um fim prematuro para seus tempos no octógono. Vencer com estilo e criar interesse no público aumentará sua popularidade, podendo abrir novas oportunidades para patrocinadores e visitas de grandes nomes do esporte.

E, como não podia deixar de ser, as duas métricas são interrelacionadas. “A ideia é de que se você é um dos favoritos do público, sua longevidade diminui mais vagarosamente, porque o UFC quer que você continue lutando por mais tempo”, declarou Hayes.

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Retorno de lendas

“EA Sports UFC” não será palco apenas dos talentos atuais, mas também de grandes nomes do torneio e artes marciais em geral. A princípio, os dois “convidados especias” que farão parte do jogo serão o lendário Royce Gracie, primeiro campeão do UFC, e o mais icônico dos artistas marciais, Bruce Lee.

A decisão de trazer Lee - falecido em 1973, vinte anos antes da primeira edição do Ultimate Fighting Championship - trouxe algumas ressalvas, já que era conhecido principalmente como um lutador de rua, algo que não condiz com as regras do campeonato.

VIA EXPRESSA

Bruce Lee e Gracie Rocie estarão em todas as cópias de “EA Sports UFC”, mas apenas os que fizerem a pré-venda poderão usá-los imediatamente. Do contrário, o jogador deverá vencer o modo carreira para liberar os dois mestres

Ainda assim, a ideia pareceu boa o suficiente para sua filha, Shannon, que adquiriu os direitos de imagem do pai em 2012. “As pessoas sempre perguntam ‘Como Bruce Lee se sairia em um octógono?’. Bom, agora elas podem descobrir”, disse ao site Polygon.

Lee poderá ser utilizado em quatro divisões de peso - ao contrário de Gracie, que só poderá entrar em combate com outros Meio Médios - mas, como todo lutador, terá seus pontos positivos e negativo, sendo um combatente veloz e poderoso, mas pouco adaptado ao combate de chão. “Se eu estivesse lutando com Bruce Lee, eu definitivamente tentaria levá-lo ao chão”, disse Hayes.

Com talento de sobra dentro dos ringues e na equipe de desenvolvimento, “EA Sports UFC” é uma das grandes promessas da nova geração de consoles. Se ela se cumprirá, só saberemos em 17 de junho, quando o jogo for lançado para Xbox One e PlayStation 4.