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Far Cry 4

Victor Ferreira

do Gamehall

14/11/2014 12h51

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    Tiroteio, mundo aberto e vida selvagem são elementos típicos de todo "Far Cry"

Kyrat. Um país localizado nos Himalaias que tem como principais chamativos suas incríveis cadeias montanhosas, uma vida selvagem que inclui tigres, elefantes e iaques, e belos templos budistas.

Este é o belo terreno em que serve de palco para a ação explosiva de “Far Cry 4”, que pretende repetir o sucesso do seu predecessor com belas vistas, vilões megalomaníacos e um mundo aberto e cheio de possibilidades para atormentar seus inimigos.

Mas o que há de novo que mereça atenção no novo game de tiro da Ubisoft? Confira abaixo.

Filho pródigo

Em “Far Cry 4”, o protagonista é Ajay Ghale, um jovem nepalês criado nos Estados Unidos que retorna à região de Kyrat para espalhar as cinzas da mãe. Nada vai como planejado, porém, e Ajay logo se vê no meio de uma guerra civil entre a facção rebelde Golden Path e o Exército Real, comandada pelo excêntrico e violento Pagan Min, auto-declarado rei de Kyrat.

TRAILER MOSTRA HISTÓRIA DE "FAR CRY 4"; DUBLADO

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De acordo com a Ubisoft, o que torna Ajay especial como protagonista é sua relação diferente com a população da região: Tendo crescido nos EUA, o jovem não tem muitos elos ou conhecimento do que acontece na área. Os nativos de Kyrat, porém, sabem exatamente quem ele é e principalmente a reputação de sua família, o que o torna alvo de interesse para ambas as facções.

“Ajay é interessante porque, em um jogo de primeira pessoa, você fica em um ponto difícil em que não quer ficar no caminho do jogador por muito tempo”, disse o diretor criativo do jogo, Alex Hutchinson. “Você quer que o jogador sinta que habita este mundo o máximo possível. Gostamos de personagens como representações do jogador”.

Enquanto Ajay descobre mais sobre o passado de seus pais e seu relacionamento com Kyrat, ele deverá ajudar o Golden Path a retomar o país das forças de Pagan Min, o que não é tarefa fácil, tanto pela influência e poder do Exército Real, quanto pela própria desunião entre os líderes dos rebeldes.

“Com o Golden Path, o que queríamos trazer era a ideia que, embora eles sejam os heróis, eles meio que estão empacados sobre de que forma eles devem alcançar seus objetivos”, explica Hutchinson. “Então o jogador será capaz de escolher qual líder do Golden Path seguir. Ambos querem acabar com Pagan Min, mas como e porque eles querem fazê-lo, e quais serão as consequências, são radicalmente diferentes”.

A diferença principal entre os líderes, de acordo com a publisher, são os caminhos que querem para Kyrat após o fim do reino de Min: Amita quer tirar seu povo da miséria, mas para isso depende do tráfico de armas e drogas; Já Sabal quer que a cultura da região seja preservada, o que pode gerar estagnação e estranheza por parte de outros países.

A roupa rosa do rei

Após a popularidade de Vaas em “Far Cry 3”, era de se esperar que a Ubisoft estaria em busca de um vilão à altura para a sequência. A primeira aposta da franquia é Pagan Min, a figura de terno rosa e corte de cabelo bizarro que é foco na capa do novo game.

Como visto no trailer da E3, o líder de Kyrat tem o mesmo ar de brutalidade que Vaas trazia ao título anterior, esfaqueando um soldado até a morte após a captura de Ajay não sair como planejado. Mas, ao contrário de seu predecessor, Min é cordial e amigável com o herói do game.

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    Dono de um exército privado, Pagan Min é o carismático e insano vilão de "Far Cry 4"

“Isso não é o que você espera de um primeiro contato com um antagonista”, diz o diretor técnico Cedric Decelle. “Em geral é o caso de matar e sobreviver. Mas ele está super feliz em vê-lo - sendo que ao seu redor há carros pegando fogo e gente morrendo”.

“Quando você está na companhia do Vaas, há 99% de chance de que vai acabar de um jeito ruim”, opina o produtor executivo, Dan Hay. “Com Pagan Min, ele genuinamente quer brincar. Então você que ele pode te matar do nada, mas há uma boa chance de talvez servir de brinquedo por tempo suficiente para sobreviver e seguir se caminho. A questão é: O que isso diz de você?”

Pagan Min chegou ao trono do país por meio de oportunismo e violência. Filho de um gângster de pouca relevância em Hong Kong, Min utilizou os recursos da família para criar um exército privado, e se aliou à facção monarquista durante uma guerra civil anterior em Kyrat.

Após vencer a guerra, Min traiu os monarquistas e tomou o reino para si, tendo passado as últimas décadas oprimindo a população de Kyrat e insultando as tradições antigas do povo.

De certa forma, segundo a Ubisoft, Min é um reflexo do que um protagonista da série seria capaz de fazer ao longo do tempo. “Ele poderia ter sido o herói de outro ‘Far Cry’”, diz Hay. “Você jogaria a campanha dele para dominar Kyrat. No momento em que você o encontra [em “Far Cry 4”] faz anos que venceu. Ele conseguiu a vitória que queria. E meio que perdeu fé no que fez”.

CONHEÇA OS PERIGOS DE "FAR CRY 4"; TRAILER DUBLADO

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Montanhas da loucura

Em termos de jogabilidade, “Far Cry 4” não se afasta muito do que foi encontrado em seu predecessor. Há torres de rádio para escalar, animais para caçar em busca de peles para upgrades, carros em más condições a dirigir e bases a serem destruídas de diferentes formas.

De acordo com os desenvolvedores, o objetivo do novo jogo é expandir as opções do que fazer e como lidar com os inimigos, seja por conceitos simples ataques silenciosos ou metralhando tudo pela frente, até ideias mirabolantes como cavalgar um elefante para batalha.

Aliás, segundo Hay, foi a sua ideia de querer cavalgar um paquiderme contra uma fortaleza que serviu de estopim para a mudança de cenário, e as novas mecânicas que decorreram dela. “Nós certamente tínhamos a opção de fazer um ‘Far Cry 3.5’, de decidir em ficar no mesmo lugar e com os mesmos personagens”, disse. “E rapidamente percebemos que não era algo que queríamos fazer”.

O novo ambiente traz uma série de novidades e desafios para superar. O mapa do novo game tem tamanho equivalente ao de “Far Cry 3”, mas com a adição de terrenos montanhosos, há muito mais áreas a se descobrir e, para chegar aos pontos mais altos de Kyrat, é preciso depender de tanques de oxigênio para seguir em frente.

Os animais selvagens continuam sendo uma boa estratégia para derrotar inimigos despreparados, mas agora há uma nova ameaça: o caçador, uma nova classe capaz de encantar o bicho e voltá-lo contra você.

E, caso o combate acabe ficando fora de controle, Ajay pode chamar membros do Golden Path para ajudá-lo, mas apenas se tiver tokens suficientes, adquiridos ao ajudar os rebeldes de diferentes formas.

Há também a possibilidade de chamar um amigo para a brincadeira, que aparecerá no game como o personagem Hurk, visto também em “Far Cry 3”. Donos da versão dos consoles PlayStation receberão 10 códigos, que poderão ser dados a amigos para jogar o game cooperativamente por até 2 horas.

Em busca do paraíso

Os aspectos místicos também estão de volta em “Far Cry 4”, mas agora em escala muito maior. Durante o jogo, Ajay terá acesso a cinco thangkas que darão acesso à mítica Shangri-La, palco de uma campanha paralela dentro do jogo.

Nela, o jogador passará a controlar Kalinag, um guerreiro enviado por um rei para encontrar a região lendária, e a encontra tomada por seres sinistros, conhecidos como Rakshasa. Na companhia de um poderoso tigre branco, Kalinag deve banir estas criaturas da região para restabelecer Shangri-La à sua glória.

Ao completar os objetivos da campanha em Shangri-La, Ajay ganhará novas habilidades em Kyrat, e o jogador notará uma série de paralelos na história dos dois protagonistas.

“Conversamos sobre as missões dos congumelos [de “Far Cry 3”] e dissemos ‘talvez a gente só faça uma missão ou algo assim”, disse Hay. “E a resposta foi ‘não, queremos construir um jogo dentro do jogo, e queremos mecânicas que suportem isso’”.

Em termos de ambição, Hay definiu o objetivo da equipe de desenvolvimento desta forma: “Queremos tudo”.

Será que este desejo resultará em um grande jogo? Só se saberá em 18 de novembro, quando “Far Cry 4” for lançado para PC, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360 e Xbox One. No Brasil, o game estará totalmente traduzido em português.