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Metro Last Light

André Forte

do Gamehall

10/08/2012 14h20

Moscou. Um dos cartões postais e cidade mais populosa da Russia será o palco mais uma vez da franquia "Metro". Dessa vez, porém, a esperança da THQ é que a capital russa ganhe mais destaque do que no passado.

"Muitos jogos pós-apocalípticos são desenvolvidos no ocidente e pegam a sua inspiração de uma série de referências culturais mais familiares. 'Metro' nasceu no Leste, onde o realismo pós-soviético destroçou uma rica tradição de misticismo e folclore para criar uma mistura única. O legado de décadas do governo soviético e o específico evento em Chernobyl continuam deixando a sua grande sombra", disse o gerente de comunicações, Huw Beynon, ao site OnlySP.

Se o primeiro jogo apresentou boas ideias, mas não obteve o sucesso esperado, sua próxima iteração, "Metro: Last Light" tem o objetivo de marcar definitivamente a série na memória dos fãs de jogos de tiro.

SE ESCONDER É PRECISO

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Em "Last Light", qualquer barulho é suficiente para chamar a atenção, então todo cuidado será pouco. "Estamos tentando levar diversão à mecânica de furtividade. Caso faça um barulhinho, a furtividade não será quebrada, mas caso ele esteja em um local fechado com 50 pessoas, ele provavelmente vai morrer", explicou Sharpe ao Nowgamer.

Para isso, o jogo se apega em dois pilares principais de sustentação: a trama apegada a uma dramática guerra pós-apocalíptica entre humanos e seres infectados pela radiação e uma robusta lista de melhorias no sistema de furtividade, itens, tiroteio e tensão.

"Queremos oferecer mais do que um suspense psicológico no jogo e tratar de um fenômeno sobrenatural, reforçando que isso não é um faroeste pós-apocalíptico. Isso é algo a qual nós não estamos muito familiarizados, mas no bom sentido", explicou o gerente de marcas da THQ, Mark Madsen ao site XBox360achievements.

Sobre o novo sistema de itens, isso já pôde ser conferido na demonstração testada por UOL Jogos na E3 2012, que apresentou uma infinidade de itens que podem ser manipulados pelo jogador, que vão desde pequenas lanternas para iluminar os macabros ambientes até diversos outros suprimentos, armas e munições diversas.

Perigos de Moscou

"Last Light" continua de onde "Metro 2033" terminou e mesmo com o forte envolvimento do autor Dimitry Glukhovsky, a 4A Games e a THQ deixam de lado a história dos livros para desenvolver sua própria trama.

"Ele [Dimitry] não estará tão envolvido como estava antes. Ajudou a criar a trama, mas após isso seu envolvimento acabou. Continuamos com uma relação amigável e sempre que precisamos de ideias falamos com ele", explicou o produtor executivo da 4A Games, Dean Sharpe, ao site NowGamer.

Segundo os produtores, a aposta em uma trama nova visa principalmente surpreender os jogadores que já acompanham os livros. "Isso é particularmente interessante, porque não se trata de um livro de que as pessoas possam acompanhar como foi com 'Metro 2033'. Eles terão suas próprias descobertas da história somente quando jogar", explicou Sharpe.

METRO...2034?

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Na série original de livros, o segundo título é "Metro 2034" e apesar de "Last Light" não seguir a trama da obra, o jogo quase usou o mesmo título. "Isso é uma das coisas que 'vazaram' sem necessidade. Tratava-se apenas de um título interno para o projeto. Penso que um de nossos exuberantes executivos falou demais aos jornalistas", disse o líder de comunicações, Huw Beynon, ao NowGamer.

Artyom, o protagonista do jogo, agora é um membro veterano dos Rangers e ao lado de Khan, um de seus companheiros em "2033", enfrenta o Reich, grupo neonazista que domina certas regiões do mundo subterrâneo do jogo.

"Novamente, é uma espécie de continuação da trama original do Dimitry, desde o primeiro jogo, em que você tinha 40 mil pessoas foragidas para sobreviver do holocausto. É o tipo de esperança que só se consegue com união e trabalho em equipe, mas eles acabam se separando em duas facções antagônicas e lutam uma contra outra", explicou o produtor.

Na prática, o tiroteio com mecânica de furtividade permanece intacto, mas os inimigos humanos terão padrões de comportamento bem definidos, o que estimula uma abordagem furtiva por parte do jogador.

Artyom pode interagir com objetos do cenário, como apagar lâmpadas, e assim criar zonas de escuridão para se aproximar dos inimigos silenciosamente. Outra opção é usar um isqueiro para atear fogo em alguns objetos e provocar o caos entre os adversários. Artyom pode, então, aproveitar a confusão e se esgueirar para perto de um inimigo e eliminá-lo de forma rápida e silenciosa.

Um dos suprimentos que deve mais ser usado é a cápsula de oxigênio, que recupera o ar do personagem quando o cronômetro no pulso direito chegue a zero. Assim, mesmo que o jogo permaneça com boa parte da trama situada nos subterrâneos de Moscou, nas cenas em que o personagem está na superfície a sensação de claustrofobia ainda é gigantesca.

"Penso que isso era algo que poderia ser melhor [no primeiro jogo]. A tensão era grande, mas acredito que poderia ser mais bem desenvolvida. Então você terá o seu último suspiro de oxigênio poucos minutos antes de encontrar um novo botijão de ar", prometeu o Sharpe.

CURTA-METRAGEM DÁ O CLIMA DE "LAST LIGHT"

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Visual da próxima geração

Se "Metro 2033" já era um jogo muito bonito visualmente, "Last Light" promete mais. Rodando no mesmo motor gráfico do anterior, os cenários receberão aprimoramentos visuais graças ao aperfeiçoamento da tecnologia.

FOCO NA DESTRUIÇÃO

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Outra novidade de "Last Light" é que o jogo terá um foco maior na destruição de cenários. Paredes, pisos e tetos podem ser perfurados com tiros e coberturas podem ser derrubadas se o jogador tiver munição o suficiente. Claro que o mesmo vale para os disparos inimigos, o que aumenta a tensão dos combates.

"Nosso líder de programação nunca se cansa de me surpreender. Na última GDC ele chegou para mim e disse 'Malditos!'. Perguntei o que estava acontecendo e ele retrucou 'os outros programadores. Eles continuam fazendo novas coisas, então eu tenho que ir e fazer melhor", disse o orgulhoso produtor.

Segundo Sharpe, a vantagem de se trabalhar com um motor gráfico próprio - como é o caso de "Metro: Last Light" -, é que sua equipe não fica limitada apenas aos recursos oferecidos no pacote oferecido pelos produtores do motor gráfico.

"Quando você usa um motor gráfico 'caseiro', você está sempre utilizando a tecnologia do futuro, porque você construiu com base na característica de sua equipe. Você sempre terá, em teoria, sua equipe principal e dessa forma, o motor sempre vai crescer com eles", explicou.

Por fim, o produtor afirmou que o motor gráfico empregado em "Last Light" pode ser usado em jogos da próxima geração. "Embora nada seja verdadeiramente 'à prova do futuro', quem sabe, essa tecnologia dure por mais, digamos, cinco anos? Para o futuro próximo, acho que estamos em boa forma", concluiu.