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The Order: 1886

Luiz Hygino

do Gamehall

28/02/2014 12h46

  • Dono de um vistoso bigode, Sir Galahad é o herói de "The Order"

Usando a História como parque de diversões (onde será que já vi isso?), “The Order: 1886”, jogo da produtora Ready at Dawn, exclusivo para o PlayStation 4, conta a saga da Ordem. Não é uma Ordem qualquer, é uma Ordem de Cavaleiros. E não quaisquer cavaleiros, mas os Cavaleiros da Távola Redonda.

Fundada pelo próprio Rei Arthur, a Ordem foi criada para proteger a humanidade da ameaça de seres mutantes, indivíduos geneticamente diferentes dos humanos convencionais que ameaçam a existência da raça original.

A guerra ia de mal a pior para os humanos, até que a Ordem descobriu um misterioso líquido batizado como “Água Negra”, que, quando ingerido, faz com que os Cavaleiros passem a ter capacidade de cura acelerada, além de vidas muito mais longas.

Os herdeiros de Arthur

O protagonista do jogo é Grayson, ou melhor, Sir Galahad. Ao se tornar um Cavaleiro da Ordem, todo membro passa a utilizar como título o nome de alguma figura das lendas arturianas. Sir Galahad é, na verdade, o terceiro cavaleiro conhecido por essa alcunha e um dos mais antigos membros da Ordem.

Galahad sempre foi visto como soldado perfeito, cumpridor de ordens sem questionamento, algo que passa a mudar no decorrer do jogo, especialmente quando um grupo de rebeldes londrinos passa a atacar a Ordem, acusando-a de proteger apenas a aristocracia local, e nunca os mais pobres.

De acordo com o diretor criativo do jogo, Ru Weerasuriya, Galahad é uma tela em branco que vai sendo preenchida ao longo do jogo. Cada acontecimento, cada companheiro, cada inimigo, ajuda a definir quem Galahad é, ou melhor, quem ele era, o homem reprimido por tantos anos servindo à Ordem.

VEJA COMO FOI O ANÚNCIO DO JOGO NA E3 2013

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Como uma andorinha só não faz verão, Galahad está sempre acompanhado por outros membros da Ordem. Isabeau D’Argyll, conhecida como Lady Igraine, foi aprendiz de Galahad antes de tornar-se amazona. Extremamente habilidosa em combate e fiel à Ordem, uma espécie de rivalidade começa a nascer entre os dois. O ditado “se de dia a gente briga, a noite a gente se ama” também poderia ser aplicado a Igraine e Galahad, não fosse a proibição da Ordem em relação a qualquer tipo de relacionamento afetivo entre cavaleiros.

O cavaleiro mais velho da equipe de Galahad é Sebastian Malory, ou Sir Percival, mentor de Galahad. Percival é personificação dos nobres ideais da Ordem. No mundo do jogo, ele é parente de Thomas Malory, que no mundo real, é o autor de “Le Morte d’Arthur”, primeiro livro a compilar e organizar as lendas de Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda.

Quem completa a equipe de Sir Galahad é o Marquês de Lafayette, um cavaleiro ainda em treinamento, mas de vasta experiência em combate. O Marquês de Lafayette do mundo real viveu de 1757 a 1834, e foi General do Exército Continental durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos, lutando ao lado de George Washington, além de líder da Guarda Nacional durante a Revolução Francesa. Ainda vivo no mundo de "The Order", em 1886 (graças à Água Negra), o Marquês também faz o papel de piadista do grupo, atuando como o alívio cômico do jogo.

O mesmo mundo, só que não

As mudanças causadas pela separação de raças fazem com que muita coisa tenha mudado na história do mundo de “The Order”. A Londres de 1886, cenário do jogo, tem muito do estilo vitoriano da época, mas máquinas voadoras podem ser vistas pelos céus da capital inglesa, além outras pequenas referências ao universo steampunk. As armas e equipamentos da Ordem são o melhor exemplo destas mudanças.

Três armas compõe a base do arsenal da Ordem:

- a Combo Gun, misto de rifle tradicional com arma de energia que atordoa adversários
- a Arc Gun, uma arma que dispara raios elétricos
- a Thermite Rifle, arma que produz uma espécie de nuvem de alúminio e ferro e depois dispara uma faísca que transforma a nuvem numa massa de metal derretendo

Além delas, a Ordem conta com granadas de mão parecidas com as usadas pelas tropas alemãs na Segunda Guerra Mundial e comunicadores sem fio. De acordo com a Ready At Dawn, a intenção foi criar itens que não parecessem tão impossíveis em 1886. A produtora buscou invenções que de fato existiam nquele tempo, mas que não foram combinadas a outras bugigangas da época.

Next gen mesmo

Responsável por alguns dos mais impressionantes títulos do PSP, como “God of War: Chains of Olympus” e “God of War: Ghost of Sparta”, poderia parecer lógico que a Ready at Dawn, produtora por trás de “The Order: 1886”, mirasse o PS Vita como plataforma perfeita para seu novo projeto. Mas desta vez, o estúdio buscava explorar os limites da tecnologia atual. E é justamente o que estão tentando fazendo com “The Order” no PS4.

A capacidade de processamento e renderização do novo console da Sony fez com que a equipe da Ready at Dawn fosse obrigada a buscar novos métodos de trabalho. Além de uma engine criada do zero para o desenvolvimento do jogo, muito foi investido na captura de texturas de materiais, feita através de um processo de escaneamento 3D, e na composição facial dos personagens, que uniu captura de movimentos a análise de centenas de fotos de altíssima resolução (segundo a Ready at Dawn, existem mais pontos de captura de movimento no rosto de um personagem de "The Order" do que em todo o corpo de Nathan Drake, da série "Uncharted").

O resultado já pode ser comprovado: após o lançamento do primeiro trailer do jogo, fãs mal conseguiam acreditar que os gráficos correspondiam ao gameplay do jogo, e não somente a um corte cinematográfico.

Falando em gameplay…

Muito tem sido especulado a respeito. Até agora, principalmente  por conta da escassez de vídeos de demonstração da jogabilidade de "The Order", é difícil imaginar se a Ready at Dawn conseguirá imprimir tanta inovação também nos controles do jogo.

"The Order: 1886" será um jogo de tiro em terceira pessoa, que seguirá a linha do modo de movimentação com cobertura, que ficou bastante popular depois do lançamento de "Gears of War". Em alguns momentos, o gameplay tradicional será intercalado por "quick time events", aqueles momentos de cutscenes que pedem pequenas interações do jogador, como o aperto de um botão. Provavelmente, uma herança dos tempos de "God of War" da Ready at Dawn.

Ordem solitária

Remando contra a maré atual do mundo dos games, "The Order" será um jogo sem modo multiplayer. A explicação, dada pelo co-fundador da Ready at Dawn, Andrea Pessino, através do Twitter, não poderia ser mais simples: melhor fazer uma coisa só, e bem, do que várias "meia-boca". Mais do que justo.

VEJA UM POUCO DA JOGABILIDADE DE "THE ORDER: 1886"

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