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300: March to Glory

06/03/2007

da Redação
Esparta está na moda. Um dos maiores heróis (um anti-herói para ser mais exato) dos videogames, Kratos, de "God of War", nasceu na famosa cidade-estado grega, conhecida por seu militarismo. Por sua bravura, o rei espartano Leônidas bem que merecia uma sorte melhor, mas acaba protagonizando uma aventura pífia em "300: March to Glory".

É estranho que o um filme do calibre de "300", uma típica superprodução hollywoodiana, ganhe apenas um jogo para PSP. Mas, ao percorrer Termópilas, fica patente a escolha: trata-se de um título relativamente simples, que fica mais "perdoável" num portátil. Conta também a facilidade de desenvolver o game, já que evidentemente não houve tempo para polir a obra.

Início da resistência

"300: March to Glory" é um jogo de ação com combate do tipo "hack and slash", ou seja, de usar golpes de espada (ou de outras armas brancas) em quem aparecer pela frente. O problema é o aspecto genérico e, em certas partes, inacabado. Não há quase nenhum diferencial nele e as poucas invenções não são nada empolgantes.

O início até promete. Traz cenas não-interativas baseadas no quadrinho original, de Frank Miller, acrescidos de alguns efeitos de animação, quase a mesma técnica usada em "Metal Gear Solid: Digital Graphic Novel" e "Metal Gear Solid: Portable Ops". A arte é fantástica. Uma dublagem competente e uma trilha sonora bem produzida completa o excelente trabalho. Aliás, se há algo de bom em "March to Glory" são os extras, que incluem ilustrações, storyboards, filmes (inclusive o trailer do filme), tudo material de primeira.

Mas a apresentação bem feita apenas aumenta a má impressão dos gráficos do game em si. Não que sejam ruins, mas diante de produções recentes, como "Ratchet and Clank", está nitidamente abaixo do que o PSP pode fazer. Os modelos humanos têm uma proporção estranha e os cenários são simples, baseado em blocos, com texturas sem definição. Apenas o protagonista se salva, pois ele fica disfarçado com armadura, que vai mudando conforme se compra novos equipamentos. Fica evidente a falta de esmero no visual.

Clones gregos e persas

O sistema de combate de "March to Glory" é o mesmo de vários games. Há três botões para golpes: um rápido, um forte e outro que usa o escudo para bater. Como de praxe, a combinação dos botões gera uma série de seqüências, que não são muito numerosas, mas se diferenciam uma das outras. O "combo" com o escudo no final faz tontear os inimigos, por exemplo.

A matança consegue entreter - ainda que não por muito tempo - o jogador com doses de dinamismo e alto grau de violência, como seria normal num jogo com essa temática. O sangue é abundante (mas não muito realista) e os desmembramentos são comuns. Cabeças também rolam.

O game se esforça para não virar um jogo de amassar botões. Muito oponentes necessitam de estratégias específicas para serem derrotados. Alguns se protegem com escudos, outros só padecem quando atacados no chão ou quando se usa um golpe ou uma habilidade especial. A variedade não é alta, mas cada um dos adversários possui características bem distintas.

O problema é que muitos deles só morrem de um único jeito específico. Como os especiais precisam de uma barra para ser ativados (as habilidades consomem-a inteira), quando você está sem estoque, é obrigado a ficar golpeando o oponente até conseguir a quantidade necessária de energia, o que não é exatamente divertido. Faltou polir melhor o sistema de jogo.

Leônidas I tem quatro habilidades, todas ativadas quando a barra está completa: "fortitude" (recupera energia), "blood drunk" (ataque mais poderoso), "defense" (defesa total) e "eye of the warlord" (deixa os oponentes lentos). Esses movimentos são muito eficientes, mas não facilita demais por que não é possível ativá-los a toda hora.

Moedas de sangue

Há poucas opções de armas, mas cada um delas tem papéis definidos: a espada é mais rápida, mas a lança tem alcance maior, além de quebrar o escudo dos oponentes. Usando os pontos de honra que se adquire ao matar os oponentes, o jogador compra novos equipamentos - arma, armadura e escudo -, além de melhorar os especiais e conseguir mais seqüências de golpes.

Os combates começam a se repetir rapidamente, mas as variações que a produtora Collision Studios introduziu no game apenas fazem quebrar o ritmo. De tempos em tempos, chovem flechas do céu (a tela fica escura antes), o que obriga o jogador a parar tudo e ficar apenas e defendendo, inerte.

Outra novidade são as cenas de falange, em que o jogador controla um paredão de espartanos. Além de o ritmo ser lento, a mecânica é extremamente simples: usam-se os golpes fracos contra inimigos sem escudo e o forte contra os que têm o equipamento. De vez em quando eles ficam empurrando o exército, ato que deve ser combatido com o botão de escudo. As flechas continuam a chover do mesmo jeito. No final, você enfrenta um elefante, com um padrão de comportamento patético. Há também um pequeno elemento de ação furtiva, que, felizmente é opcional, e de coleta de símbolos secretos.

A aventura principal é relativamente longa, com cerca de oito horas, mas os combates ficam logo repetitivos. Nem os chefes, alguns criativos, ajudam a melhorar a diversão.

Som de cinema, visual, nem tanto

"March to Glory" não se destaca pelos gráficos. Além de não impressionar, a taxa de quadros sofre de instabilidade. Basta aparecer um pouco mais de inimigo para tudo ficar extremamente lento. Isso não acontece freqüentemente, mas incomoda bastante. A quantidade de oponentes é razoável diante da capacidade do PSP, mas falha em demonstrar a superioridade numérica dos persas - afinal, no enredo, são 300 espartanos contra um exército de pelo menos 250 mil homens do rei Xerxes.

Por outro lado, a produção sonora é muito competente, emulando as composições do filme, de estilo clássico e épico. As dublagens não são tão boas quanto as da apresentação, mas nota-se um esforço para torná-los distinguíveis, ainda que todos pareçam iguais em aparência.

Marcha infrutífera

"300: March to Glory" não traz nenhuma característica relevante que o diferencie de tantos jogos de combate que há no mercado. As lutas até chamam a atenção pela violência e pelo fato de tentar evitar que caia no apertar acéfalo de botões, mas algumas vezes isso acaba criando frustrações desnecessárias, devido a falta de ajuste. O game brilha em campos periféricos como nos extras e nas cenas de corte, mas no importante não escapa do genérico. Infelizmente, a luta de Leônidas não foi recompensada.

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    300: March to Glory (PSP)

    26 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Collision Studios
    Lançamento: 27/02/2007
    Distribuidora: Warner Bros.
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    RegularAvaliação:
    Regular

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