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Brothers in Arms: D-Day

05/01/2007

da Redação
De um ano para cá, as produtoras conseguiram achar o "tom" dos jogos para PSP. O desafio era conciliar seu grande potencial tecnológico com o estilo de partida de um portátil, que deve ser mais ágil e prático. Assim, nasceram grandes franquias adaptadas, como "Syphon Filter: Dark Mirror", "Daxter", "Killzone: Liberation" e "Metal Gear Solid: Portable Ops".

No entanto, esse não é o caso de "Brothers in Arms: D-Day". O que se fez aqui foi pegar o conteúdo da renomada franquia de guerra, reciclar e vender como novo. Soa como outra conversão apressada de um game para consoles para o PSP, sem pensar se o título funciona dentro da filosofia de um videogame portátil. E a resposta é não.

O dia que não terminou

"Brothers in Arms: D-Day" é um título de tiro em primeira pessoa que tem foco no trabalho de equipe de um agrupamento. Na verdade, aqui, a tática de guerra, basicamente, se aplica a um único e fundamental conceito: a de usar o tiro de supressão e flanquear os oponentes.

Como o nome diz, o game se passa no mais famoso dia D, a invasão da Normandia, a operação que mudaria os rumos da Segunda Guerra Mundial. Conduzindo os sargentos Matt Baker e Joe Hartsock, o jogador deve liderar a campanha para a libertação da Europa dos nazistas.

Como sempre, antes de começar a batalha propriamente dita, você tem um pequeno aquecimento e uma explicação prática dos controles. Até agora, nenhuma companhia conseguiu adaptar bem os controles de um game de tiro em primeira pessoa para o PSP. No máximo, as soluções são satisfatórias.

Controle capenga

O novo "Brothers in Arms" também não conseguiu resolver o problema. Aqui, ele traz dois modos de controle para a falta de um segundo direcional analógico. Na primeira, o botão L é usado para mudar o funcionamento do direcional: normalmente, ao colocar para os lados, o soldado gira para a direção pedida, mas ao fazer a mesma operação com o botão pressionado, o personagem passa a andar de lado. Além disso, se a mira estiver travada num inimigo, ele passa a ser o referencial para o deslocamento do jogador, permitindo um "strafe" automático, ou seja, você vai andar de lado tendo o oponente sempre no meio da tela.

Na segunda configuração, dois dos botões principais funcionam para girar o soldado, se aproximando do esquema padrão dos games de tiro me primeira pessoa para consoles. Mas isso cria um outro problema: combinar com o botão de dar ordens ao seu subordinado. Em ambos os casos, olhar para cima e para baixo, somente no modo de mira ou visão livre.

O esquema de controle resulta uma experiência tropeçada, em que ou você comanda a visão ou o deslocamento. Assim, se perde a fluidez de um game de ação, como tinha na versão para consoles. "Brothers in Arms" nunca foi um jogo de tiro do tipo "correr a atirar", mas aqui isso simplesmente não é executável: a mira pode ser automática, mas não espere acertar seus tiros em movimento. Isso só acontece quando o oponente estiver muito perto.

Planeje primeiro, atire depois

Na dificuldade normal em diante, o jogador é praticamente deve seguir o script, ou seja, usar a tática dos "quatro Fs", que na sigla em inglês é find, fix, flank e finish. Ou seja, consiste em achar os inimigos, pressioná-los com tiros contínuos (e também causar distração), buscar uma posição favorável para atirar, de preferência pelas laterais dos oponentes, e finalizar o confronto.

O seu companheiro entra principalmente na parte do fix. O jogador determina para onde ele deve ir e qual alvo vai pressionar. O sistema traz um ícone visual que indica os quão pressionados estão sendo os inimigos: o vermelho indica que eles estão livres, tendo o melhor desempenho nos confrontos. Se o indicador estiver cinza, eles se apavoram e viram alvo fácil para você.

Caso o oponente esteja sozinho, é possível partir para um confronto de curta distância, visto que eles não são muito perigosos nessa situação. Porém, é preciso levar em conta se não há outros inimigos por perto. Quando for planejar seus ataques, é bom consultar um modo de visualização estratégica, que indica onde estão os aliados e inimigos.

Geralmente, o jogador tem como subordinado um soldado a pé, mas, dependendo da fase, pode ter a disposição veículos como tanque. Esses equipamentos, como se pode imaginar, têm grande poder de fogo, e ainda serve como proteção móvel. Também vêm com uma artilharia extra.

Cadê você, companheiro?

A inteligência artificial não é grande coisa. Os adversários, na maioria das vezes, não saem de seus esconderijos, sendo alvos fáceis quando pegos pelas laterais. Às vezes, eles recuam, mas geralmente acabam mortos pelos tiros de supressão. Quando avançam, pode render momentos de pânico, pois o controle, como dito, é péssimo quando você tem que se adaptar a uma situação não planejada.

O seu companheiro também não pensa muito: é deficitário para buscar proteção e não é capaz de contornar obstáculos para chegar ao ponto designado. Ou seja, dá nos nervos.

Apesar do sistema de jogo ser interessante, ele passa a ficar repetitivo muito depressa. Não ajuda o fato de ter essa progressão de jogo pouco fluida. Não há muitas modalidades também. Além de uma campanha de 12 estágios para um jogador, há um skirmish, também com 12 fases, que serve até duas pessoas, em modo cooperativo.

O visual não impressiona. Os pontos positivos ficam para os modelos dos soldados quando perto, que mostram um bom nível de detalhes, ainda que a animação das falas seja um pouco estranha. A movimentação corporal é um tanto desconexa.

Os cenários até têm alguns belos momentos, mas, em geral, tendem para o tosco. Pelo menos, as fases são grandes, embora o caminho seja totalmente linear. Há apenas espaços para fazer as táticas de flanqueio. O fluxo de tela não é dos mais suaves, mas é satisfatório, exceto quando há muitos personagens na tela, e isso causa uma lentidão enorme.

A parte sonora também é fraca. A trilha musical aparece em alguns momentos, mas provavelmente ninguém vai ligar de tão sem sal. No game, o que mais se ouve é o barulho de tiros e explosões chochos, e a comunicação entre os soldados. A dublagem é passável, mas um erro faz com que uma fala se sobreponha à outra em certas ocasiões.

Procure outra guerra

"Brothers in Arms: D-Day" não chega a ser um título ruim, mas definitivamente é um tipo de jogo inapropriado para um portátil. Quem já jogou as versões para consoles ou PC, não tem motivo para se alistar novamente no PSP, ainda mais com um game com menos conteúdo e um controle capenga. Quem não conhece a série, a melhor idéia é ir jogar nas plataformas de mesa. Se você tem apenas o PSP, as opções de jogos de guerra são escassas, mas há títulos mais bem adaptados que esse.

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    Brothers in Arms: D-Day (PSP)

    19 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Ubisoft
    Lançamento: 05/12/2006
    Distribuidora: Ubisoft
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: PC PS2 XB
    RegularAvaliação:
    Regular

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