Coded Arms

da Redação

"Coded Arms" tem uma certa responsabilidade. Afinal, além de ser um título original da produtora da série "Metal Gear", trata-se do primeiro jogo de ação em primeira pessoa para o PSP e, por conseqüência, tem a missão de mostrar que o portátil da Sony é capaz de explorar um gênero popular principalmente no PC.

Diante disso, há uma boa e uma má notícia: a boa é que "Coded Arms" comprova uma certa vocação do PSP para jogos de tiro; a má é que, infelizmente, os méritos do game praticamente terminam aqui.

Já vi isso em algum lugar...

Segundo o enredo, que está longe de ser o forte de "Coded Arms", os avanços tecnológicos do século XXI proporcionaram uma série de benefícios à população da Terra, mas também à indústria bélica. A situação se complica quando um avançado simulador de treinamento de combate, de responsabilidade do governo, entra em colapso, criando um campo de batalha virtual repleto de inimigos mortais.

Em meio a muitos clichês cibernéticos, "Coded Arms" mistura "Matrix" e "Tron" para criar uma premissa limitada, colocando o jogador em meio a uma infinidade de salas e corredores, com objetivo principal de destruir sem parar as mais variadas formas alienígenas e robóticas.

O jogo traz cerca de 30 armas diferentes que aos poucos vão sendo liberadas - ou "decodificadas", uma vez que as armas e itens de "Coded Arms" são tratadas como plugins, pois seu personagem está dentro de um simulador.

As impressões passadas pelo empolgante vídeo de apresentação vão por água abaixo quando vem à tona a repetição de "Coded Arms": é praticamente impossível jogar por mais de uma hora sem se cansar, já que os ambientes e as situações oferecidas não diferenciam muito entre si. Ao todo, são seis mundos com seis fases cada, mas basta completar o primeiro para ter a impressão que já se viu tudo que "Coded Arms" podia oferecer.

Nem só de gráficos vive um jogo

Certamente, o ponto forte do game é o visual, uma bela demonstração do potencial gráfico do portátil da Sony, com especial destaque para os efeitos especiais. A jogabilidade frenética não dá muitos momentos de descanso ao jogador e explosões e tiros são freqüentes. Certamente em função disso a Konami resolveu caprichar nos gráficos e efeitos de luz.

Pena que os inimigos sejam tão sem-graça e dotados de uma quase insignificante inteligência artificial. Levando em conta a incompetência dos ets e robôs, aliada à pródiga quantidade de medkits, só existe desafio de verdade em "Coded Arms" quando há muitos inimigos na tela.

Talvez o maior desafio seja acostumar-se aos controles, pois a configuração padrão alia o direcional analógico e os quatro botões localizados à direita para movimentar o personagem e a mira, respectivamente. É um pouco penoso no início, ainda mais para os habituados ao computador, mas com um pouco de persistência (e paciência) tudo se resolve. E se por acaso não resolver, há outras duas opções de configuração.

Os mapas são gerados de maneira randômica, o que supostamente deveria contribuir para o fator replay de "Coded Arms". No entanto, não dá a mínima vontade de voltar a jogar um mapa que possui apenas algumas nuances diferentes, mas de resto é praticamente igual aos demais.

Nesse ponto, o multiplayer pode ser uma alternativa, já que até quatro jogadores podem se arriscar em diferentes modalidades, desde o habitual "deathmatch" até o "last man standing", na qual o vencedor é o último sobrevivente no campo de batalha.

Coded "D"

A Konami poderia ter caprichado bem mais em "Coded Arms" ou adicionado ao menos uma história decente, o que não aconteceu. O resultado é um jogo que - embora não possa ser considerado ruim e encha os olhos com seu visual - entedia mais do que diverte.