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PSP

Daxter

29/05/2006

da Redação
Certa vez, Didier Malenfant, presidente da produtora Ready at Down, disse que o PSP não tinha jogos com a mesma sofisticação dos consoles domésticos por pura inépcia dos desenvolvedores de games. De fato, muitos dos títulos para o portátil careciam dos mesmos valores de produção, como se fossem versões "capadas" de títulos para os videogames "grandes".

Mais do que com palavras, a Ready at Dawn demonstrou na prática que é possível, sim, fazer um jogo para PSP tão sofisticado quanto um título para PlayStation 2. "Daxter" é a prova da força de profissionais que levaram o console de mesa da Sony a novos patamares tecnológicos com lançamentos como "Jak II", feito pela produtora Naughty Dog. Agora, no PSP, estabelece um novo padrão de qualidade técnica para a plataforma, além de ser muito divertido.

A vez do coadjuvante

O projeto de "Daxter" é bastante similar aos de "Jak II" e "Jak 3", ambos para PlayStation 2, equilibrando ação de plataforma e combates. Mas, no PSP, devido às características do protagonista, ganha ainda mais aura de "jogo de mascote", como os títulos que a produtora Rare produzia no Nintendo 64.

O game pode não trazer nenhuma inovação, mas é coeso e efetivo em sua estrutura. Além disso, aproveita de toda simpatia do protagonista que dá nome ao título, cujas animações são simplesmente graciosas. E, ainda que o enredo seja simplório e até mesmo chato em alguns momentos, a veia humorística de Daxter consegue se sobrepor a tudo isso.

Cronologicamente, o jogo se situa entre o primeiro e segundo games da série "Jak". Daxter, um animal laranja que lembra uma lontra, é o companheiro inseparável do protagonista Jak na série para o PlayStation 2. Bom, nem tão inseparável assim, já que, no PSP, ele fica sozinho, pois o seu parceiro foi preso.

A missão do animalzinho é livrar Haven City de uma terrível praga de devastadores... insetos. Tudo começa quando Daxter está num bar contando vantagem, como quando enfrentou cinco mal-encarados sozinho - mais tarde aumentou para 25 - e que era o tal. Osmo, dono da única agência de eliminação de pragas de Haven City, vê nele o funcionário ideal. Afinal, deve ser fácil matar insetos para quem tem tamanha valentia. Mal sabia Daxter no que estava se metendo.

Para dar conta de tão terríveis inimigos - e alguns são realmente monstruosos - Daxter contará com um turbinado mata-moscas. Pode não parecer, mas não se tem notícias nas histórias dos videogames um mata-moscas tão poderoso quanto o que o personagem possui, com direito a feixes de alta voltagem.

Com essa arma, "Daxter" funciona como um game de combate, ou seja, apertando o botão correspondente, o personagem faz vários movimentos em seqüência, culminando com um esmagamento típico de desenho animado. Além disso, no ar faz rodopios e acerta quem e o que estiver ao redor.

Plataforma com pedigree

O andamento do game é bastante similar a "Jak II", por exemplo. Há uma cidade principal e a partir desta se chega a diversas fases, onde, de fato, acontece a ação. A construção desses estágios é típica de um game de plataformas, cheia de obstáculos como buracos, andaimes e todo tipo de perigo. Além disso, há paredes escaláveis e locais para se dependurar.

A maioria dos obstáculos pode ser ultrapassada com saltos simples ou duplos, mas há um equipamento que amplia a capacidade de movimentos do colorido personagem. Trata-se de um jato de veneno, que pode ser usado para atordoar os inimigos ou planar no ar, ainda que por um curto período de tempo.

Essa mecânica é idêntica a de "Super Mario Sunshine", para GameCube, mas é usada com muita inteligência em "Daxter", se adaptando perfeitamente ao estilo de jogo. Com a evolução da aventura, o equipamento ganha mais eficiência e a mobilidade e poder de ataque do bichinho aumenta.

Além disso, Daxter também pode andar como um lagarto e evitar que seja visto pelos inimigos. Este recurso é usado principalmente numa fase "inspirada" em "Metal Gear Solid", famoso jogo de ação furtiva da produtora Konami. A Ready at Dawn não perde mesmo a piada, como poderá ser observado no decorrer do game. Nessa posição, o animalzinho também pode acessar passagens estreitas e encontrar itens debaixo de mesas, por exemplo.

Há elementos de exploração também, como passagens escondidas, e, como de praxe, uma porção de itens para pegar. Um deles são os precursor orbs, parecidos com ovos, que liberam diversos tipos de extras dependendo da quantidade que coletar. Existem também outros itens, com gaiolas de inseto e poções, que são usados para melhorar o desempenho nas modalidades extras de game.

As aventuras de Daxter

Uma das grandes qualidades do game é a variedade de situações que o jogador enfrenta. Em geral, o jogo é bem linear, mas alterna entre corredores estreitos e locais abertos, convidativos a uma exploração. Também equilibra muito bem seções de plataforma e de combates. E ainda inclui na fórmula alguns quebra-cabeças e fases de escorregador.

Ainda há fases em que as missões são cumpridas com um veículo - aqueles "hovercrafts" tradicionais do mundo de "Jak". Um dos pontos altos, ainda nas primeiras partes do game, é uma seção em que Daxter viaja em cima de um trem, tal e qual um surfista ferroviário, desviando dos perigos que vem pela frente e passando de um trem para outro.

De tempos em tempos também aparecem alguns chefes que, além de enormes, precisam de estratégias específicas para serem derrotados. Há também minigames, tanto dentro das missões como numa área específica, onde há cinco tipos de desses jogos simples. Eles acontecem dentro dos sonhos de Daxter e, mais uma vez, é palco para paródias, desta vez de filmes famosos, de "Matrix: Reloaded" a "O Senhor dos Anéis". O funcionamento de todos é virtualmente idêntico - basta apertar botões correspondentes na hora certa -, mas cada um deles dá um prêmio diferente. Além disso, são bem engraçados.

O jogo é voltado para um público amplo, ou seja, o nível de dificuldade é comedido. Para quem é experimentado em jogos de plataforma, provavelmente passará pelo jogo com um pé atrás das costas. O game fica ainda mais fácil pelo fato de os "checkpoints" serem muito próximos uns dos outros e não há limite de vidas. Além disso, todos os itens que pegar já estarão contabilizados. O único desafio para os "hardcores" é mesmo achar todos os itens, pois alguns deles estão bem escondidos ou dependem um pouco mais de habilidade para serem alcançados.

Os controles funcionam muito bem na maioria das situações, mas em algumas cenas, como quando estiver dependurado, pode ser difícil ajustar os comandos já que o personagem só avança se estiver direcionado exatamente para o ângulo correto. A câmera também funciona bem, mas ter que entrar no modo de visão livre toda vez que quiser olhar para o alto ou para baixo é um pouco enfadonho. Não que se vislumbre uma solução melhor para a falta de um segundo direcional no PSP.

Além do jogo principal, "Daxter" também conta com uma modalidade extra, chamada Bug Combat. A mecânica é igual a "Mushiking", um game de rinha de insetos, mas também pode ser descrita como um "Pokémon" com um sistema do tipo pedra-papel-tesoura, ou seja, os insetos têm três opções de ataques com uma relação de poder circular (garras vencem o fogo, que bate o escudo, que, por sua vez, supera as garras).

Cada inseto tem estatísticas diferentes e há itens que aumentam sua força. Esses insetos e itens são encontrados na aventura principal. A dica é começar a fortalecer depois que encontrar todos eles - ou pelo menos, a maioria - e melhorar uma espécie já forte. O Bug Combat pode ser jogado contra o computador, um amigo via rede local ou pela internet.

Espetáculo em 4,3 polgadas

Além de ser divertido, "Daxter" também se destaca por suas qualidades técnicas e artísticas. Tome-se, por exemplo, os cenários, que são vistosos e amplos, com uma quantidade de detalhes muito acima do que são verificados em outros jogos para PSP. Alguns são realmente vislumbrantes, como um campo cheio de gramíneas, flores e árvores; realmente uma quantidade enorme dessas plantas. E a tela vibrante e definida do PSP só ajuda a realçar a beleza.

Mesmo nas cidades, há bastante movimento, como veículos passando. Não chega a ser aquela aglomeração costumeira de "Jak", com muitos transeuntes, mas para o PSP está muito bom. Claro que, com tantas coisas em movimento, o game pode ficar um pouco mais "pesado", mas isso acontece apenas ocasionalmente. No geral, o jogo flui sem gargalos.

E o que dizer da modelagem e animações do protagonista? A riqueza de movimentos de Daxter é riquíssima, digno de desenho animado. Ele rasteja como um lagarto e é capaz de fazer movimentos vigorosos. Nem quando o jogador larga o controle ele perde o show. Começa a plantar bananeira e morder o rabo; Daxter é um brincalhão. E nas cenas não-interativas nota-se a variedade de sua expressão facial, além de ótimos efeitos de pêlo. Difícil não se simpatizar com um personagem tão carismático.

A sofisticação da produção também está estampada nos trilha sonora, que opta por músicas mais tradicionais, ou seja, nada daquela artificialidade eletrônica, como num desenho animado à moda antiga, sempre com muita leveza. Há uma profusão de efeitos sonoros e, prestando atenção, é possível distinguir cada um deles: as portas se abrindo, o zumbido dos insetos e até as passadas do bichinho.

Se Daxter não teve chance de falar muito até agora, desta vez ele solta a língua. O ator Max Casella, de "A Família Soprano", acerta o tom ao interpretar o personagem, sem exageros, mas tirando o máximo proveito para arrancar risos. Os outros dubladores também se saem muito bem, formando um conjunto harmonioso de falas.

Outro ponto positivo está no acesso inteligente ao disco. O game praticamente não pára para carregar os dados. O máximo que acontece é uma porta ficar girando a engrenagem até que tudo esteja na memória. Somente em poucos momentos é que aparece uma tela preta, como na hora de acessar os minigames.

Portando-se como gente grande

CONSIDERAÇÕES

"Daxter" é, até agora, o jogo mais "sofisticado" do PSP, no sentido de ter uma produção tão rica quanto os jogos para os consoles de mesa. Mas além de beleza gráfica e um som grandioso, o game de plataforma é, acima de tudo, bem coeso, equilibrando bem combates e ação atlética, além de divertir com outros tipos de mecânica e piadas. Assim, o portátil da Sony mostra que possui trunfos que nenhum outro possui e pode até ameaçar os irmãos maiores.

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    Daxter (PSP)

    14 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Ready at Dawn
    Lançamento: 14/03/2006
    Distribuidora: SCEA
    Suporte: 1-24 jogadores, cartão de memória
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

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