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Final Fantasy Tactics: The War of the Lions

16/10/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Yasumi Matsuno pode não ser famoso como Shigeru Miyamoto (esse, o "pai" de "Mario Bros." e "Zelda") , mas é um dos criadores japoneses mais respeitados da atualidade. O designer tem em seu currículo dois games que ganharam nota máxima da revista Famitsu - "Vagrant Story" e "Final Fantasy XII" -, fato que ocorreu apenas seis vezes em mais de vinte anos da publicação japonesa (por sinal, Miyamoto tem três jogos nesta lista).

"Final Fantasy Tactics", lançado para o PSOne em 1997, é mais um desses grandes títulos de Matsuno, o primeiro feito por ele na então Square (hoje Square Enix). Mas as bases do game já estavam em outro game seu: "Tactics Ogre". O título é uma obra-prima, continuação de outra jóia, "Ogre Battle", ambos lançados para o Super Nintendo pela produtora Quest. Na Square, Matsuno pôde aproveitar a forte marca de "Final Fantasy" e todo um universo criado para o famoso RPG.

Agora, dez anos depois, o clássico vem para o PSP e, ao contrário de muitos remakes, traz adições que dão maior valor para o game, a começar por belíssimas animações em computação gráfica. A Square Enix é especialista no assunto, mas os vídeos de "Final Fantasy Tactics: War of the Lions" são um caso a parte, principalmente no que diz respeito à direção de arte. Parecem livros ilustrados animados de tão naturais, que dão vida aos irresistíveis personagens de Akihiko Yoshida.

Preto no branco

"Final Fantasy Tactics" foi o primeiro game que mostrou o mundo de Ivalice, que depois foi aproveitado em "Vagrant Story" e "Final Fantasy XII" (e em seus subprodutos, como "Revenant Wings", para Nintendo DS). O tema central do game são as guerras, assunto comum nos jogos de Matsuno, mas também fala de traições e, de certa forma, dos ressentimentos das classes sociais menos favorecidas.

O enredo gira em torno da Guerra dos Leões a que o título se refere. O game acompanha dois personagens que estivem nos momentos cruciais dos conflitos. Delita entrou para a história como aquele que levou ao fim dos confrontos entre os dois grupos que disputaram o trono de Ivalice, enquanto Ramza - o verdadeiro protagonista do jogo - é um desses heróis anônimos alijados das escrituras. Vale salientar que muito dos erros gramaticais do original foram corrigidos.

"Final Fantasy Tactics: War of the Lions" é um game de estratégia por turnos com elementos de RPG. Ou seja, a mecânica lembra a do xadrez, mas, aqui, a vez é determinada pelo atributo de agilidade dos personagens. Trata-se de um dos mais equilibrados e completos jogos do gênero, que traz um soberbo sistema de desenvolvimento de personagens.

Como em quase todos os games do gênero, o a progressão acontece alternando cenas de história e de combate. O que difere "Final Fantasy Tactics" de seus predecessores são os mapas com conceito de altura, mostrados numa visão isométrica (na verdade, um dos primeiros a usar o estilo foi "Tactics Ogre"), em vez de ambientes vistos de cima, em 2D, como era comum.

Ascensão profissional

No começo, os guerreiros que o jogador controla possuem poucos poderes. É que suas "profissões" (chamados de job) são básicas - soldado raso, alquimistas e arqueiros, por exemplo -, mas a medida que progride nessas funções, mais opções são abertas. No total, são 22 arquétipos, dois a mais que no original. Essa edição inclui o onion knight, que pode usar qualquer tipo de equipamento, e o temível dark knight, que tem um poder de destruição devastador, mas sua vida diminui com esses ataques.

As condições para se "transformar" nas mais variadas profissões variam. O sistema é inteligente: os personagens têm sua evolução "normal", mas também desenvolvem suas profissões, destravando cada vez mais habilidades, que são "comprados" com job points, ganho nas lutas junto com a experiência. Os guerreiros também podem colocar "skills" que não são próprios da profissão, o que abre um bom leque para moldá-los. Assim, o sistema permite manter a individualidade de cada um (quem tem bastante força, sempre vai continuar assim), mas também faz com que possam ser modificados por todas essas opções de classes.

No entanto, o maior destaque do game é a própria mecânica de combate. As fases têm nível de dificuldade equilibrado para jogadores com certa experiência. Como vários fatores entram em jogo (a sorte é uma delas), às vezes, um estágio pode não trazer muita resistência, enquanto em outros, os oponentes parecem estar um nível acima. Mas, em todo caso, o planejamento conta muito para o sucesso da missão. Não basta sair mexendo todo mundo a esmo.

Isso se torna especialmente importante quando o seu grupo tiver profissões que lidam com magias, pois estas ações não acontecem na hora. Assim, é importante prever onde o inimigo estará no momento que o feitiço efetivamente for disparado (e tirar os seus aliados do raio de ação). É uma grande satisfação quando tudo dá certo.

Estratégia em primeiro lugar

Não se trata de um jogo voltado para usuários casuais, pois o sistema é relativamente complicado. Também não ajuda a curva de aprendizado ser bastante lenta. Existe um enorme tutorial em forma de texto, mas tem muita coisa que só se aprende jogando. Ao menos, é possível aumentar de nível lutando em fases opcionais e, assim, vencer os desafios pela força bruta, mas exige-se bastante tempo.

A morte é definitiva. Quando alguém é nocauteado, os companheiros têm um determinado número de turnos para ressuscitá-lo. Depois desse período, o corpo vira um baú ou um cristal. No primeiro caso, ele contém os equipamentos que o defunto usava; no segundo, mais interessante, permite herdar suas habilidades, ou encher toda a energia.

"Final Fantasy Tactics: War of the Lions" tem uma história mais completa, acrescentando novos episódios. Em determinadas partes, Delita passa a ser o protagonista. A edição para PSP também traz novos personagens (um vem de "Final Fantasy XII" e o outro, de "Final Fantasy Tactics A2") e seus respectivos arcos de história.

Outra adição bem-vinda são os modos multiplayer, seja cooperativo ou competitivo (uma pena que não seja online). No primeiro, os jogadores se unem para realizar missões e, dependendo do desempenho, ganha-se itens raros. Os confrontos jogador contra jogador funcionam de forma similar, mas é possível estabelecer diversas regras, como a colocação de armadilhas. Há mais de 70 mapas.

Em ambos os casos, o perdedor não é penalizado, apenas retorna com os itens e experiência que tinha antes. Uma condição imprescindível é que ambos os jogadores tenham exércitos com nível de evolução similar, do contrário, o equilíbrio de jogo é destruído. Nas missões, o poder dos monstros será determinado pelo grupo mais forte, por exemplo. E quando há uma disparidade muito grande, não há estratégia que resolva.

Animações soberbas

No quesito visual, o maior ganho foram as cenas em computação gráfica. As fases do jogo não são radicalmente diferentes da edição para PSOne, que já eram caprichadas. Na verdade, parece que tudo foi esticado artificialmente, pois nota-se uma falta de definição nas imagens. Por outro lado, o layout ficou muito mais limpo, garças a maior resolução e espaço da tela do PSP.

Alguns problemas continuam, como é o caso da lentidão que acomete o jogo durante alguns movimentos, principalmente aquelas magias mais espalhafatosas. Ainda, os modos de visão oferecidos não resolvem todas as situações; ás vezes é difícil enxergar onde o personagem está. Seria melhor se a câmera fosse livre. Por fim, ajudaria muito se as ações pudessem ser canceladas.

A trilha sonora também é ótima, digno da tradição dos "Final Fantasy". A edição para PSP conta com dublagens, de boa qualidade por sinal. O ponto negativo são que alguns efeitos sonoros perdem a sincronia de vez em quando.

CONSIDERAÇÕES

"Final Fantasy Tactics" já era um clássico, mas "War of the Lions" trouxe ainda mais robustez no PSP. O equilíbrio de jogo continua primoroso, e ainda há mais conteúdo: novas profissões, arcos de enredo, personagens e modos de jogo (ganhou um multiplayer) estendem a experiência. A produção também ganhou muito com as belíssimas introduções em computação gráfica. Talvez as mudanças não sejam suficientes uma segunda compra por aqueles que já jogaram a edição para PSOne, mas são bastante interessantes. É uma pena que o jogo seja um tanto complicado para jogadores de primeira viagem no mundo da estratégia por turnos.

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    GALERIA

    Final Fantasy Tactics: The War of the Lions (PSP)

    55 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Square Enix
    Lançamento: 10/09/2007
    Distribuidora: Square Enix
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    RecomendadoAvaliação:
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