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Grand Theft Auto: Liberty City Stories

03/11/2005

da Redação
A série "Grand Theft Auto" existe desde 1998, quando foi lançada para PC, mas explodiu mesmo a partir de 2001, com a chegada de "Grand Theft Auto III" ao PlayStation 2. Nele, foram lançadas todas as bases que o tornou divisor de águas e referência para um sem número de outros títulos. Com três excelentes "GTA" em seqüência, a produtora Rockstar foi impulsionada para a lista das companhias mais importantes da atualidade. Não à toa, "Grand Theft Auto: San Andreas" é o jogo mais vendido desta geração de consoles.

"Grand Theft Auto: Liberty City Stories" traz grande parte da imensa aventura que caracteriza a série nos consoles e PCs, e é um dos títulos de maior realização técnica no PSP, que ainda vive uma fase descobrimento por parte dos desenvolvedores. Simplesmente, quase tudo que se encontra nas versões "maiores" está no portátil, com os inevitáveis ajustes, mas, mesmo assim, impressionante para um console de bolso.

O poderoso chefinho

"Liberty City Stories", assim como "Grand Theft Auto III", se passa na cidade que dá nome à versão portátil. Assim como nos outros episódios, a cidade é baseada numa localidade real - neste caso Nova York, com seus táxis amarelos e condutores indianos e paquistaneses. "San Andreas" teve Los Angeles, San Francisco e Las Vegas do início da década de 90 como referência, e, em "Vice City", a Miami dos anos 80 foi a inspiração.

Em poucas palavras, "Liberty City Stories" é quase uma episódio paralelo a "Grand Theft Auto III", compartilhando o mesmo cenário e muitos dos personagens. O enredo se passa pouco tempo antes da versão para PlayStation 2. Se "Vice City" tratou de grupos de traficantes e policiais corruptos, e "San Andreas", de guetos negros, a cidade de Liberty City é palco de diversas máfias, em especial as de origem italiana.

O jogador controlará novamente Tony Cipriani, que voltou a Liberty City depois de um tempo e se viu preterido ao cargo de braço direito do chefão Salvatore Leone. Sim, é uma referência clara a "O Poderoso Chefão", clássico livro de Mario Puzo e adaptado magnificamente para o cinema por Francis Ford Copolla em forma de trilogia.

O funcionamento do game é idêntico ao dos consoles de mesa, isto é, o jogador é colocado num mapa imenso, tendo liberdade para realizar diversas ações. Tanto em escala como em variedade, está longe de um "San Andreas", mas levando em conta as limitações do PSP, a realização é fantástica. Existem três ilhas para passear como se desejar, ainda que no início apenas uma delas esteja disponível.

É possível andar por diversos lugares e fazer o que quiser, dentre as muitas opções do game. À medida que avançar no enredo, mais e mais opções ficam disponíveis para o jogador. O andamento do roteiro se dá pelas missões obrigatórias, que acontecem ao se chegar a determinados locais, marcados com uma luz amarela no cenário, num esquema similar a "San Andreas".

Meu querido mafioso

A estrutura das missões é variada e inclui assassinatos, resgates, assaltos e um inúmeros serviços sujos, além de, no começo, servir de empregado para Vicenzo Cilli, o atual braço direito de dom Salvatore. Como regra geral, supostamente para se adaptar ao estilo de jogar num portátil, as missões de "Liberty City Stories" são simples e rápidas, mas nem por isso fáceis. Algumas são naturalmente desafiadoras, mas, em outras oportunidades, são fatores alheios que aumentam o grau de dificuldade.

Um dos pontos fracos da franquia, o seu sistema de combate, continua falho em "Liberty City Stories". É muito difícil que a mira automática fique sobre o alvo desejado e, para atirar, é preciso que seu personagem fique parado. Somente com a pistola e algumas metralhadoras leves é possível andar e atirar ao mesmo tempo. Até existe uma mira manual, mas a tela pequena e o direcional do PSP não ajudam muito.

Apesar de a maioria das missões serem curtas e simples, existem algumas que são verdadeiras epopéias entre vários pontos da cidade, levando dezenas de minutos. E, como não é possível salvar durante as missões, o jogador fica obrigado a terminá-las antes de gravar no cartão de memória. Obviamente, existe a opção de interromper o jogo e retomar quando quiser, mas isso pode deixar o jogador preocupado, já que os dados podem sumir por diversos motivos. Um sistema de "checkpoint", de salvar em pontos determinados, ao menos nas missões mais compridas, poderia ajudar nessas situações.

O tamanho das missões parece refletir o estilo de vida nos portáteis, que tem a característica de poder jogar em quaisquer intervalos entre uma atividade e outra. Mas todo o restante do projeto parece desmentir tal intuito casual. Para começar, a gravação dos dados somente pode ser feita em três lugares no, ou seja, toda vez que quiser interromper com segurança uma partida será preciso ir a essas localidades e acionar o cartão de memória. E, como dito, algumas missões são bastante compridas, exigindo maior disponibilidade de tempo.

A morte é outro problema. Como nas edições anteriores, ao perder toda a energia, o protagonista é levado a um hospital, onde é tratado. Depois, existe a opção de pegar um táxi para retornar à missão em que falhou. O problema, além do consumo de dinheiro, é a perda de todas as armas e do colete. Assim, ficam duas alternativas para o jogador: ou recolhe todos os itens novamente, o que pode ser bem trabalhoso dependendo dos itens que detinha, ou retomar o último "save". Ambos os casos não combinam com um estilo casual de jogo.

Além do combate, "Liberty City Stories" também têm problema com a visão. Trata-se mais de um problema estrutural do PSP, mas a falta de um segundo direcional obrigou a produtora a colocar o controle de visão usando combinação do direcional analógico com o botão L. Quer dizer, não há como deslocar o personagem e mexer a câmera ao mesmo tempo, o que pode criar diversos contratempos.

A hora do rush

O controle dos veículos continua sendo um dos destaques da série. Em "Liberty City Stories" há cerca de 70 veículos diferentes, cada um deles com suas características próprias de potência e dirigibilidade. São motocicletas - ausentes em "Grand Theft Auto III" -, diversos carros, caminhões, barcos e até um tanque. Quase todos os veículos podem ser roubados, esteja o motorista dentro ou não.

A física dos veículos é bastante detalhada, com pontos de colisão em quase todas as peças. Janelas se quebram, a lataria amassa, portas e capôs podem ser arrancados e até os pneus podem estourar. Esse recurso é utilizado nas perseguições policiais; as forças da lei acionam equipamentos para danificar os pneus. O jogador também pode devolver na mesma moeda, atirando nas rodas. Se o dano for muito grande, o carro explodirá e levará para os ares todos seus ocupantes.

Veículos especiais, como táxis, caminhões de bombeiro, viaturas policiais e de resgate podem ser usados para acionar missões alternativas, com direito a alguns trocados. Nem todos os serviços são honestos; alguns consistem em roubar carros e levar para determinadas garagens e outros lidam com o mercado do sexo. Enfim, existe uma grande quantidade de atividades não-obrigatórias, que correspondem a mais da metade da porcentagem de exploração.

"Liberty City Stories" usa a mesma tecnologia de carga de dados dos consoles, isto é, à medida que movimenta o personagem, o mapa é carregado automaticamente, de maneira transparente para o usuário. O recurso supostamente drena mais rápido a bateria do PSP, mas a duração não fica seriamente comprometida, agüentando cerca de quatro horas.

Não que não existam os "loadings", mas eles acontecem na inicialização do game, após retomar um "save" ou quando entram as cenas não-interativas. E não chegam a ser tão longos assim. Em outros casos, podem ocorrer pequenos travamentos, por exemplo, quando se entra ou sai de um carro, ou, de maneira mais aparente - cerca de cinco segundos -, durante a transição entre uma ilha e outra. Em todo o caso, os carregamentos são absolutamente inevitáveis, visto a estrutura do PSP.

Os modos multiplayer são uma das novidades desta versão. Com suporte para até seis jogadores via rede sem fio local, a modalidade conta com as tradicionais deathmatch e capture-a-bandeira, além de modos de corrida - com um tempero "GTA", naturalmente - e uma opção que um jogador controla um tanque e os outros tentam destruir com lança-foguetes. Também é possível montar times.

Os mapas são os mesmos da aventura principal, isto é, imensos. Mas existem alguns ajustes próprios desta modalidade. As armas podem ser recolhidas no cenário, em vez de compradas em lojas, e o jogador pode correr à vontade - no modo de história o personagem cansa depois de um tempo. E existem itens exclusivos, como um que causa dano imenso aos oponentes e outro que torna seu personagem invisível ao radar. Mas o sinal Wi-Fi faz consumir um pouco mais de bateria.

Cópia reduzida

O visual de "Liberty City Stories", evidentemente, é mais simples que as versões para os consoles de mesa, mas nem por isso o nível de imersão fica comprometido. Os cenários estão menos detalhados, mas a produtora voltou a atenção para os rostos dos personagens, que tem uma animação bastante natural, e para a modelagem dos carros, montados com peças independentes, proporcionando um movimento bastante realista.

Impressiona o nível de popularização dos cenários, contando com inúmeros veículos, pedestres e outros objetos interativos, como caixas e postes - às vezes, o número de pessoas e carros pode ser superior a dez. Todos esses elementos, naturalmente, têm detecção de colisão e uma programação própria para cada situação. Pessoas podem ser atropeladas ou mortas com tiros ou golpes de soco inglês e os carros amassam conforme o local da batida.

A taxa de quadros pode chegar a cerca de 30 por segundo, mas varia radicalmente conforme o nível de popularização. No geral, a velocidade é bem satisfatória, apesar de, em algumas situações ficar bastante lenta, deixando pesados os controles. E, como nos consoles grandes, existem vários casos de "pop-in", que consiste na aparição repentina de um objeto quando se chega perto, ou a transição brusca do nível de detalhes.

Mesmo sacrificando um pouco a velocidade, além do número de objetos, a produtora aplicou diversos efeitos visuais, como os de fumaça e de destroços. Mas um dos mais belos são as luzes dos carros e postes acionados durante a noite. Essas iluminações podem não reagir com os objetos, mas, ajudam a variar o clima. De vez em quando pode chover também, mas o efeito é bem simples.

É verdade que a inteligência artificial das pessoas "comuns" não é das melhores. Os carros não são capazes de desviar o mínimo de seu caminho, por exemplo. Mas eles reagem à sirene da polícia, por exemplo, abrindo passagem para que você passe em alta velocidade, e alguns se defendem à bala quando são roubados.

Os inimigos também não são exatamente inteligentes, mas numerosos, o que, em conjunto com o sistema de combate falho, os tornam bastante ameaçadores. Mesmo nas perseguições automobilísticas, apesar de ter apenas duas viaturas por tela, é complicado escapar delas devido à natureza dos veículos. Além disso, os policiais e rivais parecem se unir contra o jogador, dificultando ainda mais as coisas. E nem queira ver o poder de fogo das unidades especiais da lei.

A trilha musical continua fantástica, não tão temática quanto em "Vice City", que homenageava os anos 80, ou em "San Andreas", que girava em torno do "gangsta", um hip hop mais combativo, mas apresentando uma seleção eclética, que inclui reggae, dance, hip hop, rock, pop e até "boy bands", à la Backstreet Boys. Como se não bastasse, os talk-shows são divertidíssimos, com piadas em profusão, também passando notícias, muitas vezes decorrentes da ação de Tony Cipriani.

Usando um aplicativo disponível no site da Rockstar, o usuário pode criar sua própria trilha musical, mas não espere usar sua coleção de mp3 para incluir no game, pois o programa só aceita faixas de CDs musicais. As dublagens também estão excelentes, com postura de voz equilibrada, sem carregar demais no sotaque de alguns personagens. É uma pena que o enredo não seja tão bom quanto o de outros games da série. Os efeitos sonoros também mantêm a qualidade de "GTA".

Grand Theft Auto 33 e 1/3

CONSIDERAÇÕES

Enfim, "Liberty City Stories" parece ter sido projetado para os mesmos consumidores da série nos consoles, porém, apenas um pouco mais de praticidade. Para quem já jogou "Grand Theft Auto III", interessa saber que os cenários são os mesmos, apesar de alguns veículos novos e missões diferentes. Mas nem tanto, pois alguns dos objetivos são virtualmente idênticos nas duas versões. Somente a modalidade multiplayer é uma adição realmente nova, apesar de não ser tão boa quanto o modo de história. A escala do game pode ter diminuído, mas continua tendo a aura de "Grand Theft Auto".

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    Grand Theft Auto: Liberty City Stories (PSP)

    49 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Take-Two Interactive
    Lançamento: 24/10/2005
    Distribuidora: Rockstar Games
    Suporte: 1-6 jpgadores, cartão de memória
    Outras plataformas: PS2
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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