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Killzone: Liberation

27/10/2006

da Redação
O nome "Killzone", série exclusiva para as plataformas da Sony, está associado a diversas polêmicas. Não pelo conteúdo em si, mas como ele é apresentado para o público antes do lançamento. O primeiro game, que saiu em 2004, diante de sua alta expectativa no período de desenvolvimento, foi apelidado de "Halo killer", em referência ao maior sucesso para a plataforma Xbox. O termo foi "comprado" pela revista oficial do PlayStation 2, mas quando o jogo finalmente saiu, viu-se que, em vez de matar o concorrente, sequer suportou o peso de seu próprio "hype".

Depois veio o controverso vídeo do que seria "Killzone" para PlayStation 3, apresentado na feira E3 de 2005. As imagens eram impressionantes, mas, no final, a Sony admitiu que se tratava de material pré-fabricado, depois de muito tempo enrolando o assunto.

Enquanto a edição para PlayStation 3 não chega - está sumida desde o "incidente" da E3 - a produtora Guerilla desenvolveu uma versão para o PSP, agora sem nenhuma expectativa exagerada de todos os lados: produtora, mídia e público. O subtítulo "Liberation", mais do que tratar do conteúdo do novo "Killzone", parece expressar o peso que lhe foi tirado das costas (ao menos, até vir a edição para o console de nova geração da Sony).

Guerra redescoberta

"Killzone: Liberation" modifica o formato original da série, que nasceu como um game de tiro em primeira pessoa. Agora, é um game de ação com a chamada perspectiva isométrica, ou seja, visto do alto, lembrando um pouco a franquia "Metal Gear Solid", mas sem troca constante do tipo de enquadramento. A mudança é radical, mas consegue manter o nível de ação, ao mesmo tempo em que permite uma abordagem mais estratégica, devido a visão mais ampla. O grande mérito do game é, além de ser divertido, ter uma boa profundidade sem se descuidar da agilidade requerida para um portátil.

Os eventos do game acontecem logo depois do primeiro "Killzone". Jan Templar, soldado da força militar nativa do planeta Vekta, lutará novamente contra os invasores Helghast, descendentes dos humanos que colonizaram um planeta distante, mas que sofreram mutações para se adaptar às condições do local e agora nutrem ódio mortal pela raça humana. O sucesso no primeiro jogo diminuiu as forças inimigas, mas logo eles se reagruparam e seqüestraram membros importantes da ISA. Templar terá que se infiltrar no território inimigo e resgatar os reféns - daí o subtítulo -, ao mesmo tempo em que enfrenta uma série de soldados e sabota os equipamentos dos oponentes.

Soldado universal

Os controles são simples e funcionais, mas deixam espaço para nuances exigidas pelos jogadores de alta capacidade. O botão quadrado é o gatilho da única arma que o jogador pode usar ao mesmo tempo; o triângulo faz carregar um novo pente e o círculo prepara a granada; o botão X tem função múltipla, dependendo da situação, como para derrubar o oponente se ele estiver próximo, pegar itens, destruir caixas, acessar contêineres de armas etc.

Mas os botões mais importantes talvez sejam os de ombro. O interruptor R faz o soldado ficar agachado, o que significa que ele estará menos sujeito aos tiros, além de melhorar a pontaria. O gatilho L, sozinho, permite andar sem mudar a direção do corpo, ou seja, permite recuar, por exemplo, sem ter que dar as costas, manobra importante em várias situações. Mas ele também serve, em conjunto com o botão R, para mirar em objetos em vez dos inimigos. Isso é útil quando há um barril explosivo perto deles, no caso mais clássico.

Os comandos respondem rapidamente e, para mirar o inimigo, basta apontar com o analógico em sua direção. Na maioria das vezes isso funciona bem, só não espere querer tentar mirar um oponente em particular quando dois ou mais estiverem juntos. O estilo correr e atirar tem eficiência limitada, já que o poder de fogo dos oponentes é relativamente alto. Há bastante itens de cura no meio do caminho - ao menos nas dificuldades mais baixas -, mas é muito mais eficiente aproveitar os obstáculos.

Assim, a estratégia básica é encontrar um lugar para se esconder e ficar agachado. Ao atirar, o personagem fica automaticamente de pé. Mas dependendo da situação, o cenário pode ajudar. É o caso dos barris explosivos. Mas também há outros tipos de armadilhas, como lasers que ativam bombas e uma aranha mecânica explosiva (que persegue quem estiver por perto).

Aliados de valor

Cada arma tem características próprias, como precisão, poder de fogo, intervalo de interrupção entre os tiros e o alcance efetivo. O personagem carrega apenas uma arma por vez, que podem ser trocadas em contêineres específicos, que trazem granadas (e outros explosivos) e itens de cura. A maioria das armas é eficiente e cada uma delas tem "personalidades" distintas. A espingarda, por exemplo, é mortífera de perto, e o rifle de precisão é potente e tem ótima precisão a qualquer distância, mas peca por precisar de um tempo grande para recarregar cada tiro.

Geralmente o jogador está sozinho no campo de batalha, mas Templar tem a ajuda de alguns amigos em determinadas fases, como Rico Velásquez, que também apareceu no primeiro "Killzone". Sua ajuda é valiosa, mas sem ser aquele super-homem indestrutível, e tampouco está longe de ser um imprestável. Ele também sofre ferimentos, que devem ser curados com seringas.

Mas esses ajudantes ficam muito melhores quando você sabe usá-los corretamente. Dando um toque para cima no direcional digital, aciona-se o modo de comando e todas as ações possíveis ficam a mostra numa tela que amplia a visão. Você pode ordenar que o companheiro ataque determinados inimigos ou se esconda em locais indicados. Isso permite usar táticas de flanqueio, por exemplo. Esses companheiros também são essenciais para passar de fase, pois ficam encarregados de explodir certos obstáculos. Além disso, há uma série de veículos pra pilotar, como tanques e barcos.

O interessante é que, ao ativar o modo de comando ou acessar os contêineres, o tempo não pára. Apenas fica em câmera lenta, para não perder o clima de tensão. Por falar nas caixas que contém armas e itens, elas ficam em locais estratégicos, para equilibrar a dificuldade. Os "checkpoints", que determinam onde o jogador vai reaparecer em caso de morte, também estão espalhados.

Guerra para qualquer número de participantes

Os mapas não são muito grandes, mas sua estrutura tem alguma complexidade, permitindo dois ou mais caminhos, mas também há fases de trajetória linear. "Killzone: Liberation" também tem um componente de exploração: há vários caixotes nos estágios, onde se escondem alguns itens, como a maleta de dinheiro, usada para liberar novas armas.

Aliás, o título integra muito bem as duas modalidades para um jogador: a campanha, dividida por capítulos, faz liberar fases para o "Challenge", e este, por sua vez, destranca habilidades para serem usadas na primeira opção, facilitando o progresso. A modalidade de desafio consiste em missões como derrotar uma determinada quantidade de inimigos, explodir estruturas dentro de um tempo-limite, capturar aranhas, coletar itens etc. Dependendo do desempenho, você ganha medalhas de bronze, prata ou ouro, que conferem pontuações crescentes para liberar as habilidades.

A campanha dura cerca de cinco horas, mas há modalidades multiplayer que podem estender, e muito, a vida útil do título. Para começar há um jogo cooperativo, em que se pode explorar, a dois, qualquer mapa liberado pelo PSP que iniciou a sessão. Além disso, há um modo de competição para até seis pessoas, com quatro regras diferentes: deathmatch, team deathmatch, capture the flag e assault.

O multiplayer proporciona grande diversão, com doses equilibradas de ação e de estratégia. No início, há apenas seis mapas, mas há previsão de tornar disponíveis mais campos de guerra via download. Além disso, há opções para definir limite de tempo e armas utilizadas. O multiplayer também pode se realizar via "game sharing", ou seja, com apenas uma cópia do jogo, mas as opções ficam mais limitadas.

Produção de luxo

O visual de "Killzone: Liberation" impressiona, com cenários altamente detalhados. O desenho dos mapas é bastante complexo e praticamente tudo possui texturas bem desenhadas. Além disso, há uma profusão de efeitos que colaboram para dar aquele clima de caos de uma guerra, como a névoa que cobre toda tela. Ainda há explosões, fogo, fumaça e luzes espalhadas por todo o ambiente. Os modelos dos personagens, apesar de pequenos, também estão cheios de minúcias. É possível até ver o sangue que é derramado quando se está muito ferido.

A sonoplastia também herda o bom nível do antecessor, com efeitos de qualidade, mas peca um pouco pela falta de impacto. O som ambiente também ajuda a inserir o personagem no cenário. Enquanto a ação rola, tudo corre bem, mas, quando não há confrontos, o silêncio predomina, deixando um abismo sonoro. Nessas horas, uma trilha sonora faz falta. Ela só aparece no menu, e são típicas composições de filmes de guerra. Nada muito original, mas são competentes.

Livre para ousar

"Killzone: Liberation" mudou radicalmente em relação à edição para PlayStation 2, mas o novo formato é muito mais adaptado para um portátil. Isso não significa, em hipótese nenhuma, um detrimento da diversão - pelo contrário, a satisfação é muito maior que a de seu "irmão maior". Com um single player bem estruturado - porém curto - e um multiplayer empolgante, o novo "Killzone" é daqueles títulos luxuosos que só poderiam ser feitos no PSP.

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    Killzone: Liberation (PSP)

    93 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Guerrilla
    Lançamento: 31/10/2006
    Distribuidora: SCEA
    Suporte: 1-6 jogadores, cartão de memória
    RecomendadoAvaliação:
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