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LocoRoco

05/09/2006

da Redação
De alguns anos para cá, a indústria de games - e especialmente a Nintendo - percebeu que não poderia insistir apenas em games enormes, cada vez mais complexos, dirigidos para um nicho de jogadores entusiastas. A onda dos jogos casuais cresce cada vez mais, e isso está sendo a mola propulsora do Nintendo DS, principalmente no Japão.

A concorrente Sony já percebeu isso e também investe no filão há algum tempo. Por enquanto, "LocoRoco" foi a maior aposta da companhia nesse segmento, fazendo testes de mercado na Europa e propaganda maciça no Japão, com direito a um pacote incluindo um PSP e o jogo. O resultado em vendas não foi das melhores, mas o título tem tudo para cativar muitos jogadores.

Rolando, rolando, rolando

"LocoRoco" pode ser descrito com um jogo de plataforma, apesar de funcionar de maneira totalmente distinta dos games do gênero. Na verdade, parece uma inusitada combinação entre "Camel Try", um game lançado para Super Nintendo que consiste em girar o cenário e fazer uma bolinha chegar ao objetivo, e "Lemmings", clássico para computador Amiga em que você controla vários roedores e deve conduzi-los até a saída.

Como um jogo casual, o game se destaca por seu grafismo encantadoramente "pop", e pela simplicidade do controle e das regras do jogo. O game usa apenas três botões - nem os direcionais são utilizados. Na verdade, o jogador não controla diretamente o personagem principal, os Locos, que parece uma espécie de geléia - lembra os slimes do jogo "Dragon Quest".

Usando os botões L e R, você inclina todo o cenário, e assim os rechonchudos heróis vão rolando como se estivessem numa ladeira. Apertando esses dois botões ao mesmo tempo, faz com que ele pule - quanto mais deixar o botão pressionado, maior será o salto. Quando mais de um deles estiverem unidos, é possível usar o botão círculo para fazê-los separar. Mantendo pressionado o botão faz com que eles queiram se juntar novamente. E isso é tudo que o jogador pode fazer com o bichinho.

Mas não se engane com essa simplicidade. O projeto das fases é inteligente, sendo fácil para os novatos e ao mesmo tempo desafiante para quem se propor a terminar 100% do game. Claro que a dificuldade não chega a ser extrema, mas mesmo assim, não é nada simples conseguir tudo que o game tem a oferecer.

As fases, no total de 40 - dez para cada um dos quatro mundos - são variadas, cada uma com bastante personalidade. Cada uma delas tem diversos tipos de obstáculos geográficos, como rampas, desníveis e plataformas. A quantidade de mecanismo é tão grande que pouco se repete: tem uma mão que leva para locais mais altos, corredores estreitos que parecem labirintos, vários tipos de correntes de ar, estruturas que servem como trampolim, a lista é grande. Tudo isso faz com que a simplicidade não seja imediatamente sinônimo de monotonia, além de servirem para o propósito de criar locais de difícil acesso ou descoberta.

A união faz a força

As fases também têm também diversos tipos de inimigos. O principal é o Moja, uma cabeça negra flutuante com cabelos estilo rastafári - algumas pessoas acusaram injustamente a Sony de racismo por causa desse personagem - e o Toge, que são simplesmente espinhos inertes. Esses perigos estão longe de serem algo ameaçador, pois eles são fáceis de serem evitados, no caso do espinho, e basta uma "cabeçada" bem dada para se livrar dos Mojas. Aliás, os momentos de encontro com os inimigos chegam a ser graciosos, com o Loco com uma carinha quase de dar pena e avisando da presença dos perigos aos gritos de "Moja! Moja!" ou "Toge! Toge!". Os chefes não são tão simples assim, mas demoram um pouco mais para serem derrotados.

E como um legítimo jogo de plataformas, há diversos itens para pegar. Um dos mais importantes é uma planta que adiciona o número de Locos. Em cada uma das 40 fases existem 19 dessas plantas e algumas estão escondidas debaixo da terra e somente aparecem quando a geleinha passar pelo local ou estão em passagens secretas. Cada vez que pegá-la o Loco ficará um pouco maior, ficando difícil de passar por certos obstáculos. Há locais, como passagens estreitas, em que o jogador é obrigado a se dividir em geleinhas "individuais". Essa técnica também serve para fazer as fases em menos tempo, pois quando todos estão juntos, a velocidade diminui - quanto maior, mais devagar. Aliás, o momento de todos se juntarem é muito gracioso.

Além disso, há frutinhas roxas que servem como dinheiro e itens azuis, que são objetos para a casa dos Locos. Ainda, em cada fase estão escondidos três Mui Mui, criaturas que parecem um anãozinho. O número de Locos, frutas roxas e azuis, além do tempo, são avaliados para efeitos de pontuação. São esses quesitos que deverão desafiar os experientes, pois pegar todos eles e ainda num tempo baixo não é nada fácil. Por outro lado, simplesmente chegar ao ponto final é bastante simples.

Geléias poliglotas

A cada novo mundo que chegar, novos tipos de Locos aparecem, e o jogador pode trocar de espécie pelo menu. Cada um deles tem algumas pequenas diferenças de comportamento e sotaques variados: o amarelinho, disponível desde o início, possui flexão parecida com o do inglês americano, e o rosa, que tem a mania de saltar mesmo sem o jogador pedir, soa similar à língua francesa.

Em determinados locais, surpresas podem acontecer ao ficar imóvel por um tempo. Isso pode revelar novas passagens ou itens secretos. Além disso, há situações em que um balão indica o número de Locos necessários para acionar o evento. Geralmente são criaturas dormindo - há até mesmo o Sol e a Lua - e o coral das geléias é a chave para acordá-las. As fases estão cheia de passagens secretas: há paredes que podem ser atravessadas e ao fazer isso, revelam salas escondidas.

Mas a aventura é apenas uma das atrações do game. O jogador também pode decorar as casas dos Locos com um dos 144 objetos disponíveis (aqueles que vêm na frutas azuis). Depois de posicionados as "mobílias", você pode fazer a geleinha brincar na casa. Há diversas LocoHouses maiores, que vão sendo liberadas à medida que progride no game.

Também há três tipos de minigames, mas apenas uma está disponível no início. A Mui Mui Crane funciona como aqueles jogos mecânicos em que um guindaste tenta pegar um prêmio. No game, você pode ganhar mais Locos e novas partes para a casa. Num outro minigame, o intuito é chegar à linha de chegada usando uma criatura chamada Chuppa, que suga e faz lançar os Locos. Por fim, a qualquer momento, é possível tirar fotos com o botão Select, e usá-las como fundo no sistema do PSP ou serem transferidas para o PC.

Cante junto com os Locos

Mas apesar de oferecer muito mais que se supõe pela aparência de simplicidade do game, e mesmo com todas as variações introduzidas para que o game não fique monótono, depois de algum tempo, nota-se que falta substância para manter o nível de interesse, principalmente dos jogadores mais exigentes. É que, por mais que haja variedade nos detalhes, depois de algumas fases, a essência do game se repete, falhando em trazer experiências novas mais para frente.

As bases são competentes: traz uma mecânica de jogo sólida e equilibrada, que atende jogadores de níveis de habilidades diversos. Mas, um dos maiores destaques do game é a produção artística. O visual pode ser simples, usando apenas cores chapadas, mas a composição e a escolha de tons dão um charme todo especial. Muitos dos objetos do cenário reagem aos Locos e há muitas animações no fundo, dando vida para os ambientes.

É quase impossível não se simpatizar com a animação e trejeitos do protagonista. Eles ficam pulando, olhando para todos os lados, subindo um em cima do outro, enfim, uma graça. As outras criaturas e até mesmo os inimigos não ficam para trás, quase dá até pena de derrotá-los, se não fosse pela feição de aflição dos Locos.

A trilha sonora também é genial, trazendo tanta personalidade quanto "Katamari Damacy". Em "LocoRoco" as músicas são cantaroladas pelos próprios protagonistas e fazem até os coros. Além de as composições serem ótimas - e grudentas aos ouvidos - as vozes são marotas. Quando se troca de Locos, as vozes e sotaques também acompanham a espécie. Os efeitos sonoros acompanham o clima brincalhão e pop do game.

Nasce um novo mascote?

"LocoRoco" é um daqueles raros jogos que divertem tanto novatos como aqueles mais experimentados, ainda que possam ter um pouco de desconfiança por trás do clima gracioso do game. Trata-se de um título para jogar relaxado e é capaz de até trazer um sentimento de felicidade diante de tão carismáticas criaturas. Apesar de trazer muitas coisas para liberar, a simplicidade acaba cobrando seu preço, tornando o título essencialmente repetitivo, mas ainda assim, há motivos de sobra para experimentar o game, diante de tamanha simpatia.

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    LocoRoco (PSP)

    64 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: SCEA
    Lançamento: 05/09/2006
    Distribuidora: SCEA
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    RecomendadoAvaliação:
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