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Monster Hunter Freedom 2

11/09/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
As produtora japonesas são mais tímidas em relação às iniciativas multiplayer, talvez em razão de não haver muito mercado para esse tipo de game por lá. Mas, os poucos que se arriscaram nessa seara acabaram por obter grandes sucessos, como foi o caso do RPG online sem limite de jogadores "Final Fantasy XI", da Square Enix, e "Monster Hunter Freedom", que já foi o game mais vendido para o PSP na terra do sol nascente.

O verbo está no passado porque sua continuação tomou esse posto, se tornando o único título para o portátil da Sony a vender mais de um milhão de cópias. De fato, há muito que gostar em "Monster Hunter Freedom 2", que segue exatamente a mesma linha do antecessor. Na verdade, está mais para uma expansão: a mecânica de jogo é quase igual, mas há maior variedade de armas, equipamentos, monstros e missões.

Multiplayer presencial

O game lembra muitos RPG sem limite de jogadores, que coloca o usuário para eliminar certos monstros, caçar, plantar, e coletar minérios, vegetais e outros materiais, entre outras atividades. A variedade de tarefas é grande, assim como o número de missões. O jeitão típico de jogo multiplayer reflete o verdadeiro rosto de "Monster Hunter Freedom 2": a experiência só é completa em jogatinas compartilhadas com amigos. Esse é um daqueles títulos em que se lamenta a pouca estrutura online do PSP, pois um multiplayer pela internet seria perfeito.

A ação gira em torno da vila de Pokke, onde o protagonista atua como caçador de monstros. Esse não é daqueles games com história, começo, meio e fim. È um título de cumprir aventuras oferecidas pela guilda, de preferência em companhia de outros jogadores, via rede local sem fio. É possível jogar sozinho e ter bons momentos, mas a diversão é maior no multiplayer. Além disso, há aventuras com inimigos tão espertos que só o trabalho de equipe pode resolver o problema.

Manual de sobrevivência

O game começa com a construção do seu personagem: escolhe-se nome, penteado, cor do cabelo, rosto, modelo de roupas, entre outros quesitos. Por fim, o jogador opta por uma arma. Note que, em nenhum momento, aparece opção de selecionar um arquétipo, comum nesse tipo de game. É que, aqui, o armamento define as características do seu avatar. No entanto, a preferência por uma arma vai além de seu poder de ataque: aqui, verdadeiramente, cada uma delas tem vantagens e desvantagens. É por isso que existe um tutorial para cada um dos onze tipos de opções ofensivas (quatro novas foram acrescentadas nesta segunda edição).

Aliás, o longo tutorial é quase uma necessidade para quem está se aventurando pela primeira vez no mundo de "Monster Hunter Freedom", diante da complexidade que o cerca. A atividade principal é caçar e eliminar monstros cada vez mais fortes, mas para isso, é imprescindível ter, cada vez mais, melhores equipamentos, que são obtidos de diversas formas.

É aí que entram as atividades de colher plantas silvestres, minerar, capturar insetos, pescar e remover partes de animais abatidos. Tudo isso fornecem matérias-primas que, quando processados, dão origem a novos itens. A carne crua, por exemplo, serve como isca, mas ao fazer um churrasco, passa a ser comida para o próprio personagem. Já a junção de certo cogumelo e uma erva resulta numa poção que recupera a energia vital. Enfim, o número de itens é gigantesco: só de armas se contabiliza 700 tipos; equipamentos de proteção somam 1,4 mil peças.

Com que arma vou hoje?

Os monstros são os maiores perigos que atravessam o caminho do jogador, mas estão longe de serem os únicos. Muitas das aventuras precisam ser planejadas, pois vários fatores entram nessa equação. Além dos obrigatórios itens de cura e de aumento de estamina (para aliviar o cansaço), também é preciso pensar no clima do território a ser visitado: as montanhas geladas, por exemplo, requerem armaduras que protejam do frio, ou o uso de bebidas que aplacam as baixas temperaturas. Já num lugar quente, dá-se prioridade para equipamentos mais arejados. Cada um dos dez ambientes do game tem seus perigos naturais.

Lutar também não é tão simples em "Monster Hunter Freedom 2". Para começar não há mira automática e os inimigos tendem a ser espertos e rápidos. Isso, somado ao fato de os golpes, em geral, não serem muito velozes, faz com que seja difícil acertar os oponentes. Ainda mais com uma espada gigante, que pode ser muito forte, mas sua extrema lentidão faz com que seja útil apenas em determinadas situações. Armas com lâminas precisam ser limadas de tempos em tempos, para restaurar o fio e, por conseqüência, o poder de ataque.

Um dos grandes méritos do game é dar características realmente distintas a cada um dos tipos de armas. Assim, a escolha depende não apenas de sua facilidade de operação, mas de outros fatores. Com projéteis, por exemplo, é possível ficar num lugar alto e atacar com segurança os inimigos. A função do trio de botões que maneja cada um dos arsenais varia conforme o tipo: usando a espada com escudo, dois deles são usados para ataque e um para defesa; já com a lâmina dupla, o botão que é usado para defesa passa a liberar fúria, aumentando o poder do personagem, a custa de fôlego; por fim, com o arco-e-flecha, os botões têm função de atirar, recarregar e ativar a mira.

Um dia da caça, outro do caçador

Existem cerca de 70 tipos de monstros, mas muito poucos podem ser derrotados sem estratégia. Cada um deles tem um comportamento próprio e desferir golpes aleatoriamente apenas encurta sua vida. É preciso discernir o dano que os oponentes podem causar e se sua arma é apropriada para a situação. Não é raro que o protagonista, que é o caçador, se transforme em caça numa inesperada aparição de uma criatura bem mais forte.

Quando chegar ao ponto de ir atrás de monstros gigantes, será preciso muito mais que espadas e flechas para eliminá-los. Toda uma série de equipamentos como bombas e armadilhas será requisitada. Muitos inimigos fogem quando estão muito machucados. É aqui que entra objetos como o paintball, que facilita o rastreio desses bichos. E também é nessas horas que o multiplayer mostra sua praticidade, permitindo, por exemplo, fazer um cerco.

No total, são 250 missões, que começam ridículos (basta pegar o item de um baú e depositar em outro), mas a dificuldade vai aumentando gradativamente. De tempos em tempos, a produtora Capcom também deve disponibilizar "quests" por download, como fez no Japão. Os contratempos do game incluem os freqüentes (e alguns longos) acessos ao disco.

Ponto cego

O ajuste de câmera é um problema na maioria dos games para PSP, e isso inclui "Monster Hunter Freedom 2". Aqui, optou-se por deixar o direcionamento fixo, ou seja, a câmera gira somente quando se pressiona o botão L (que centraliza a tela) ou quando se aperta para os lados no direcional digital. Isso faz com que a visão seja mais estável e previsível, mas tem a desvantagem de o inimigo ficar fora do campo de visão. É a falta que faz uma mira automática.

Em termos visuais, o game tem um dos gráficos mais detalhados do PSP. Tanto os personagens como os cenários apresentam ótimo uso de texturas (o que ajuda a disfarçar simplicidade geométrica, no caso dos ambientes), mas o show mesmo fica por conta dos monstros, bem variados e ricos em minúcias. Os efeitos do clima, como as nevascas, também são convincentes. E tudo isso roda bem "macio", com poucos tropeços. A trilha sonora é esparsa, sendo usada em momentos-chave, como a aparição de um oponente poderoso. Assim, a tensão, já provavelmente alta numa situação dessas, fica ainda mais reforçada.

CONSIDERAÇÕES

"Monster Hunter Freedom 2" tem aqueles elementos que torna muito dos RPG sem limite de jogadores irresistíveis, que é a alegria da obtenção da recompensa (na forma de itens) e a satisfação de ver seu personagem evoluir com equipamentos cada vez mais fortes. Apesar de ser bom mesmo jogando sozinho, é no multiplayer que o jogo oferece a experiência completa. Definitivamente, não é um título para quem tem pouca experiência com games, visto sua grande complexidade, mas aqueles que gostam de um bom game de ação com RPG estão diante de um dos melhores e mais singulares títulos para o PSP. Só se lamenta a falta de um multiplayer online.

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    Monster Hunter Freedom 2 (PSP)

    18 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Capcom
    Lançamento: 28/08/2007
    Distribuidora: Capcom
    Suporte: 1-4 jogadores, cartão de memória
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

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