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PSP

Patapon

28/02/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Um dos aspectos mais apaixonantes dos games é que grandes idéias podem nascer através da utilização dos mais simples recursos, criando uma experiência memorável sem precisar de uma produção milionária. Jogos extremamente inventivos e cativantes como "flOw", "LocoRoco" ou "Geometry Wars", surgiram assim, de maneira descompromissada e a partir de uma idéia inusitada, destacando-se frente a jogos muito mais ambiciosos. E isso se repete com "Patapon", que já nasce como um dos melhores jogos para o PSP.

O ritmo da guerra

Com uma direção de arte bastante original, que faz com que o jogo pareça um moderno desenho animado, somos apresentados ao drama dos Patapons, uma civilização de guerreiros formada por figuras pitorescas, de grandes olhos e pernas e braços bem fininhos. Seus dias de glória são coisa do passado e agora eles precisam recuperar seu orgulho e suas terras, enfrentando a maligna tribo dos Zigatons.

Só que, ao contrário do que se espera, você não controla nenhum dos soldados diretamente. O papel do jogador acontece de forma indireta: é preciso influenciá-los no campo de batalha, através de canções de guerra. Há uma batida constante no fundo, o chamado Pulso da Terra, que dita o ritmo e você, na figura do Todo Poderoso, impulsiona seus guerreiros a realizarem tarefas como correr, atacar ou bater em retirada através de toques de tambores que correspondem aos botões de ação do console.

As aparências enganam

É 'Pata, pata, pata, pon!'
Com cara de apenas um jogo bonitinho, "Patapon" já mostra complexidade na primeira missão, apresentando uma interface minimalista e pouco intuitiva. Você recebe algumas poucas instruções e vai demorar um pouquinho até se acostumar à mecânica. Ele funciona basicamente como um jogo musical, mas sem ajuda de gráficos que indicam a hora certa de pressionar os botões. Você é apresentado a uma combinação de quatro toques que determina alguma ação, como andar para frente, por exemplo. Assim, é necessário pressionar estes quatro comandos no tempo certo guiado apenas pelo som.

Se você fizer alguma besteira, os personagens avisarão. Se tudo der certo, seus Patapons reagirão cantando as quatro respectivas notas enquanto executam a ação. Ao término do canto, o ideal é emendar rapidamente outro ciclo de comandos para engatilhar combos - uma vez que, acumular dez desencadeia um especial chamado Fever, que aumenta o poder de fogo dos pequenos heróis.

Mas o jogo não se resume a isto, misturando ainda elementos de RPG e estratégia que ampliam consideravelmente sua profundidade e dificuldade, além de disponibilizar uma série de minigames bastante criativos.

Durante as missões, seus guerreiros irão coletar dinheiro e itens, que servirão para incrementar o arsenal para futuras missões, para habilitar novas músicas e para criar novas unidades, com habilidades diferentes.

No ritmo para vencer o dragão
O desafio não se restringe apenas à execução correta dos comandos em relação ao ritmo, mas também à composição ideal das tropas para cada tipo de missão. Por várias vezes você encontrará inimigos ou obstáculos aparentemente imbatíveis e precisará voltar a cenários antigos para buscar suprimentos, necessários para aumentar o poder de suas unidades e escolher o tipo certo para avançar no jogo. Pena que isto também não seja algo explícito, fazendo com que o jogador menos insistente apenas pense que o game não foi bem balanceado, algo longe de ser verdade.

Questão de portabilidade

Ainda que existam problemas mínimos de interface, eles apenas deixam o jogo menos amigável para os iniciantes. O que incomoda mesmo é que o design geral parece não se importar com o fato de que o jogo funciona em um console portátil.

A questão é que, como a mecânica está fortemente baseada no ritmo e na concentração, dificilmente você pode jogá-lo com o volume baixo e em qualquer tipo de ambiente, com outras distrações. Jogar, por exemplo, em um ônibus em movimento, sem fones, chegaria a ser frustrante.

Bravos guerreiros no PSP
Portanto, se quiser realmente curtir o jogo na hora que bem entender e sem limitações, primeiro deixe a postos um bom par de fones de ouvido. Claro que com o tempo é possível memorizar o tempo do jogo, mas, francamente, ele não tem tanta graça sem os constantes cantos de seus guerreiros - acredite, depois de jogar "Patapon", hinos como "Pata Pata Pata Pon" ou "Pon Pon Pata Pon" grudarão na sua mente por muitos e muitos dias.

Outra coisa que é fundamental saber a respeito do jogo é que não há como pausar as missões. Isso mesmo: se for necessário ir ao banheiro ou atender ao telefone, você terá que encontrar algum lugar tranqüilo do cenário para estacionar suas tropas, o que, convenhamos, não é algo muito natural em um jogo portátil.

São fatores que comprometem a experiência, principalmente em fases mais avançadas, de maior duração e com um ritmo mais intenso, forçando o jogador a planejar bem suas sessões de jogo, de preferência em ambientes tranqüilos, sem interferência.

CONSIDERAÇÕES

"Patapon" é daquele tipo de jogo que causa estranhamento no início, mas, quando menos se espera, já dominou a sua mente com visuais encantadores e uma mecânica criativa, que une elementos de jogo musical, RPG e estratégia. Apesar de alguns pequenos lapsos de design, é um dos títulos mais originais e cativantes, de qualquer console, e que com certeza já nasce como obrigatório na coleção do PSP.

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    Patapon (PSP)

    34 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: SCEI
    Lançamento: 26/02/2008
    Distribuidora: SCEI
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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