UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

PSP

Syphon Filter: Dark Mirror

05/06/2006

da Redação
"Syphon Filter" nasceu em 1999 no PSOne, numa época em que jogos como "Metal Gear Solid" definiam o formato dos games de ação, principalmente os de temática militar. De fato, o título feito originalmente pela 989 Studios, apesar de claras referências ao clássico da Konami, trouxe sua própria personalidade, permitindo ao usuário escolher entre ação ou furtividade livremente.

Mas essa proposta não manteve a qualidade nos três jogos seguintes - dois para PSOne e um para PlayStation 2. Porém, "Dark Mirror", a estréia da série no PSP, faz lembrar os bons momentos da primeira edição, com excelentes controles, uma produção mais caprichada que muitos jogos para consoles e um equilíbrio na mecânica que aceita desde novatos até os mais fanáticos.

Meu nome é Logan

"Syphon Filter: Dark Mirror" é um jogo de ação com combates baseados em tiroteios. Na prática, funciona como um game de tiro em primeira pessoa, apesar de a visão ser em terceira, para o jogador não se perder em certos movimentos. A grande qualidade do game é que abraça tanto fãs de um tiroteio franco quando os amantes do estilo sorrateiro.

Mais uma vez, o jogador controla Gabe Logan, um agente secreto que, desta vez, investiga terroristas que atacaram uma instalação química no Alasca. Juntamente com a parceira Lian Xing e a operadora Teresa, ele se envolverá numa trama com armas genéticas, traição e conspiração, além do confronto com uma velha conhecida. Ok, não é nenhum roteiro de Oscar, mas as cenas não-interativas conseguem temperar esse aspecto meio genérico.

Jogos assim costumam ter controles um tanto complexos, e isso não é diferente em "Dark Mirror". Mas a produtora Sony Bend conseguiu simplificá-los ao máximo, tornando o aprendizado relativamente fácil. Depois de um passeio pelas quatro fases de treinamento, explicadas em detalhes, o jogador deverá estar bem adaptado aos comandos, ao menos os principais.

Games com controles que lembram os de tiro em primeira pessoa não costumam se dar muito bem no PSP, em razão da falta de um segundo direcional analógico. Apesar das configurações não serem perfeitas em "Dark Mirror", funcionam muito bem na maioria das situações. A configuração avançada é mais difícil de acostumar, mas permite uma alta precisão. O controle padrão é mais simples, mas não tão eficiente.

De qualquer maneira, o sistema de comando se esforça para não deixar nenhum jogador para trás, incluindo uma mira automática, que, obviamente, não tem a mesma precisão da manual. Como é comum nesse tipo de jogo, a maior precisão é obtida com o personagem imóvel e agachado.

Exterminador, mas precavido

A estratégia básica de Logan contra os inimigos, já que eles são numerosos, é se esconder atrás de obstáculos. Com um toque no botão, é possível "grudar" nesses lugares. Feito isso, você pode inclinar para os lados ou espiar por cima, dependendo do obstáculo, e ter uma visão ampla do cenário.

Assim, como se tomasse emprestado o sistema de "kill.switch" da Namco, o jogador pode fazer a mira tranquilamente (na maioria das vezes) e se expor apenas no momento em que for atirar, para depois retornar à sua posição segura e recomeçar tudo de novo. Assim, a maioria dos confrontos fica mais fácil, mas, por outro lado, se você tentar o método de atirar e correr, as chances são de ir parar num saco plástico ou ter sua energia muito avariada.

Os oponentes têm uma inteligência artificial razoável. Apesar de muitos deles se posicionarem de forma vulnerável, mantêm um padrão de procurar abrigo e se expor somente para atirar. Às vezes, eles podem usar táticas de flanqueio e, se você não agir rapidamente, corre o risco de se complicar.

O modo principal, o de história, é dividido em sete missões, com vários episódios cada. No total, dez horas são suficientes para terminar todos eles. Com três níveis de dificuldade, o jogo pende para o lado fácil, já que traz boa quantidade de munição, kits de recuperação de energia e armaduras.

Mas o game só é fácil se for jogado de forma descompromissada, pois esconde diversos tipos de segredos, como itens escondidos e que liberam extras interessantes. Mas mais que isso, o jogador pode criar dificuldades e ser recompensado por isso.

Matar de forma silenciosa ou usar a faca, explosivos ou o próprio ambiente em volta - seja atraindo os inimigos para o fogo ou explodindo barris, por exemplo -, tudo isso conta pontos especiais, que se completos, liberam mais extras, como armas especiais para o modo multiplayer.

Com isso, as fases ganham um fator de replay atraente e o projeto das fases, apesar de ser basicamente linear, traz rotas alternativas que permitem estratégias para fazer as mortes especiais descritas acima. Ou seja, a liberdade é bastante grande, e abriga jogadores de várias inclinações, oferecendo desafios à altura dos diferentes níveis de habilidade.

Dois que valem por um exército

O arsenal de Logan é vasto, podendo segurar até quatro tipos pistolas e espingardas, além de uma faca e um aparelho que emite choques elétricos. Também possui alguns tipos de explosivos. Geralmente, o jogador não precisa se preocupara com munição, que é bem abundante.

O agente possui também vários tipos de visores, como os manjados sensores de calor - bom para enxergar os inimigos - ou de ampliação de luz residual, para ver no escuro. Um dos mais úteis é o EDSU, que permite localizar itens, objetos interativos, como portas, caixotes e ziplines - e armadilhas. Alguns dos visores servem para solucionar alguns enigmas também. A lanterna, além de iluminar o caminho, é usada em algumas situações, como para guiar civis.

Além de ter tiroteios empolgantes, sempre variando a situação, "Dark Mirror" se destaca pela excelente integração com o jogador. O usuário tem a sensação de conexão com os acontecimentos, não apenas devido às excelentes cenas não-interativas, perfeitas em sua função de ponte entre as partes jogáveis, mas também pelo fato de Logan interagir com diversas pessoas.

A operadora Teresa está a quase todo momento dando instruções ao agente e, às vezes, tem participação ativa. Muitas vezes, você estará agindo em conjunto com Xian, podendo dar ordens simples. Na primeira missão, há uma cena em que ela precisa arremessar um gancho, para que Gabe possa descer de uma torre.

Mas há muitos inimigos por perto. Então, cabe a Logan usar o rifle de precisão, ao mesmo tempo em que fala para Xian avançar quando a "barra estiver limpa". Depois, em outra missão, ela pode fazer tiros de supressão, enquanto o agente atravessa por uma artilharia pesada. Outras vezes, ele tem de lidar com civis, fazendo-os abrir certas portas e ativar computadores, por exemplo. Em algumas fases, você comanda a parceira do agente.

Nesses casos, muitas vezes, você precisa proteger o cidadão. Esse tipo de missão costuma ser estressante, mas em "Dark Mirror" as pessoas são um pouco mais sensatas e não se expõem ao perigo tão facilmente. Assim, o andamento do jogo fica bem variado, não cansando o jogador.

Todos os episódios feitos no modo de história vão para o Mission Mode, em que o jogador poderá repetir a fase e tentar liberar os extras. Além disso, há cinco fases extras em que você joga com outros personagens. Elas tendem a ser mais curtas que as fases "principais", mas não deixam de ser curiosas, além de contarem para a progressão do game.

Ação entre amigos

A modalidade multiplayer de "Dark Mirror" é uma das mais completas e mais robustas do PSP. Longe de ser um pequeno apêndice, coloca até oito jogadores - seja offline ou online - na mesma arena. Talvez as opções não sejam muito amplas - quatro modalidades e cinco mapas -, mas cada uma oferece diversão sólida.

O deathmatch e o team deathmatch são os tradicionais "matar ou morrer" e vence o jogador ou time que eliminar mais os adversários. No rogue agent, o objetivo é pegar o kit e matar em posse desse objeto, pois só assim a pontuação é contada. Em compensação, você será alvo de outros agentes.

Porém, um dos mais divertidos é o objective, que envolve diversas mecânicas. Em uma delas, o objetivo é pegar um código e usá-lo para desarmar uma bomba, protegida por armadilhas. Em outra, dois times precisam pegar itens específicos e levar para o seu domínio.

Tudo isso funciona com bom desempenho, sem atrasos de conexão muito aparentes. As configurações de partida são extensas, permitindo, por exemplo, ligar ou desligar mira automática e aceita chat de voz, usando um headset.

Mais que isso, o lobby de espera é bastante completo, digno dos grandes jogos online para PC. Você pode se juntar a um partida ou criar a sua própria sessão, além de montar clãs - chamados de cell aqui - e administrar uma lista de amigos. Junte-se a isso um quadro de recordes, caixa de mensagens e mural de recados e se tem um dos mais completos modos online para PSP.

Superprodução portátil

Os valores de produção são dignos dos grandes jogos para consoles. As cenas não-interativas trazem cenários e personagens muito detalhados, mesmo nível visto nas cenas de dentro do jogo, com ambientes complexos e permitindo ver até longe. Mais que qualidade técnica, brilha o trabalho artístico, principalmente na edição, do quilate dos melhores filmes de ação.

Se há algum porém nos personagens, é que lhes falta um pouco de expressão facial, mas isso é compensado pelas ótimas dublagens. Como se não bastasse, eventualmente, no começo dos capítulos, a produtora colocou vídeo em computação gráfica, da mais alta qualidade.

Além de tudo, a produtora não se esquece dos detalhes. No Alasca, a respiração fica condensada, em forma de fumaça branca, e quando se usa o visor noturno, os olhos brilham como os de um gato. Além disso, todas as armas ficam à mostra, e toda vez que o jogador troca de armas, vê-se o agente tirando o colocando as armas de seu corpo. Mesmo com tanta qualidade, o desempenho não é afetado. Somente quando aparecem muitos inimigos ao mesmo tempo é que há alguma lentidão.

A trilha sonora também é topo de linha. Composta por Mark Snow, o mesmo da série "Arquivo X", o estilo é o mesmo das típicas grandes produções de Hollywood, se ajustando ao clima da situação. Além de grandiosos, a qualidade também segue altos padrões, muito bem gravada e com "punch", ou seja, um som "poderoso". Os efeitos sonoros também estão realistas e audíveis nos mínimos detalhes. E as dublagens estão fantásticas.

Espelho, espelho meu

CONSIDERAÇÕES

"Syphon Filter: Dark Mirror" é daqueles jogos que só poderiam ser feito no portátil da Sony. Com uma sofisticação que supera a de muitos títulos para consoles, traz diversão para jogadores de todos os níveis, seja em modalidades solo ou multiplayer, ambos robustos e completos. Até mesmo os controles, considerados limitados, foram bem adaptados. Trata-se de um dos melhores jogos para o PSP.

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Syphon Filter: Dark Mirror (PSP)

    33 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Sony Bend
    Lançamento: 14/03/2006
    Distribuidora: SCE
    Suporte: 1-8 jogadores, cartão de memória, multiplayer online
    Outras plataformas: PS2
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host