Virtua Tennis 3

da Redação

Desde a edição de estréia, primeiro para os fliperamas depois para o Dreamcast, "Virtua Tennis" sempre foi um campeão das quadras. Ele praticamente estabeleceu a fórmula de como fazer um jogo baseado no esporte de astros como Roger Federer e Maria Sharapova.

Depois de um ótimo "debut" no PSP com "Virtua Tennis: World Tour", agora chega ao portátil da Sony "Virtua Tennis 3", juntamente com os consoles de nova geração. É claro que não é possível comparar em sofisticação as versões para o PlayStation 3 e Xbox 360 com a do PSP, mas as bases continuam as mesmas em todas as edições.

Tênis democrático

A grande sacada da franquia é sua mecânica equilibrada. Os controles parecem simples - usa-se apenas o direcional e três botões -, mas o sistema esconde uma profundidade que vai sendo revelada com o tempo. Ou seja, é um jogo voltado para uma grande gama de jogadores e todos podem se divertir à sua maneira.

Cada um dos botões desempenha um tipo de raquetada diferente: tem o top spin, que é a rebatida mais comum, e a slice, mais voltada para jogadas "colocadas". O terceiro ativa o lob, usado em situações mais específicas. Mas a eficiência (força e precisão) da jogada depende de dois outros fatores: o posicionamento e o tempo de reação do jogador.

O primeiro caso é óbvio: você não consegue rebater uma bola que está pingando do mesmo jeito que devolve uma que está à meia-altura, que é a ideal. O segundo tem a ver com risco e recompensa: a força e precisão da rebatida é tanto melhor quanto mais tempo você deixar pressionado o botão. Mas isso também pode fazer você errar a jogada, se não previr ou reagir corretamente à trajetória da bolinha.

Rumo ao topo

Enfim, é um sistema que você vai aprendendo a dominar pouco a pouco. E "Virtua Tennis 3" oferece, como sempre, uma série de opções para o jogador treinar suas habilidades. A modalidade principal ainda é a World Tour, que simula a agenda de um jogador profissional de tênis.

Nesse modo, o jogador administra a carreira treinando e participando de torneios. Exige-se um pouco de planejamento, pois os campeonatos acontecem em determinadas datas e você precisa estar descansado para encarar a maratona. E você não pode participar de todos, pois alguns deles exigem um ranqueamento mínimo.

Na turnê mundial, o jogador cria um personagem. As opções de modificação não são lá muito ricas: só é possível apenas mudar o cabelo, a roupa e algumas animações. E como num jogo de RPG, o "avatar" possui habilidades que podem ser evoluídas: forehand, backhand, voleio, saque e trabalho de pernas podem ficar melhores participando dos treinos.

Há várias maneiras de fazer isso e uma delas é ir ao clube para aprender os fundamentos. Os tópicos começam fáceis, mas há vários níveis de dificuldade, liberados conforme sua experiência. Mas o melhor mesmo são os minigames, que continuam divertidos e somam dez tipos.

As regras são malucas - como acertar números para fazer bingo, derrubar pinos de boliche, proteger seus troféus das bolinhas e pegar frutas ao mesmo tempo em que desvia das bolas gigantes de tênis -, mas todas exigem que você saiba os fundamentos para serem vencidas.

Os torneios servem para subir no ranking e, ao vencê-los você ganha também novos equipamentos para modificar o avatar. Assim, de vitória em vitória, o objetivo é chegar ao primeiro lugar na lista dos melhores tenistas.

Festa na quadra

Nas outras modalidades, o jogador também pode usar os famosos da ATP: são 13 homens (além de Federer, tem Rafael Nadal e David Nalbardian) e sete tenistas femininas (incluindo Martina Hingis, Lindsay Davenport e Amelie Mauresmo). O melhor do game é mesmo o modo multiplayer, para até quatro jogadores em rede local. Devido à sua excelente mecânica de jogo, "Virtua Tennis 3" promove partidas emocionantes, tanto em simples ou em duplas. Só ficou devendo mesmo um modo online.

Os gráficos são ótimos, e a principal razão são os cenários que reproduzem o clima dos grandes torneios. Estão ali as propagandas, as arquibancadas, os juízes central e os de linha e todo o cenário ao redor, tudo bem detalhado. Pena que a modelagem dos jogadores não acompanha essa qualidade. Eles têm apenas leve semelhança com suas contrapartes reais.

Além disso, há falhas nas junções das peças, como partes de roupas que atravessam o corpo, e isso faz transparecer certo desleixo. Talvez o PSP não tenha capacidade para tanto, mas a torcida em baixíssima resolução também incomoda. Ao menos, tudo roda com bastante suavidade.

O som é uma grata surpresa, lembrando o estilo de alguns clássicos da Sega, como "After Burner", por exemplo. Ok, não chega a ser tão marcante, mas tem uma ponta nostalgia e muita energia. A sonoplastia é básica: barulho de rebater a bolinha e falas curtas - um "15-0" aqui, um "game set" acolá, além do famoso grito da Sharapova.

Match point

Para o bem ou para o mal, "Virtua Tennis 3" é bem parecido com o antecessor. Isso quer dizer que a qualidade e o sensacional sistema de jogo permanecem, mas, por outro lado, não há nada realmente novo nesta edição: apenas mudaram os minigames e os atletas famosos. Colocando tudo na balança, "Virtua Tennis: World Tour" ainda vale mais a pena, mas esta edição também saca um "ace".