Wii, o videogame para as massas

por Théo Azevedo

O console que marca o início da sétima geração de videogames da Nintendo, inicialmente, era chamado pelo codinome Revolution. Tempos depois, a fabricante resolveu mudar o nome para Wii (um trocadilho com "we", que significa "nós", em inglês). Mas bem que o título original poderia ser mantido, levando em consideração que o aparelho exige quase um "reaprendizado" do ato de jogar.

Diferentemente de seus concorrentes, PlayStation 3 e Xbox 360, o Wii não é vendido em pacotes distintos. Há apenas um que, por US$ 249, inclui um controle (Wii Remote e Nunchuk) e a coletânea de jogos "Wii Sports". Nos EUA, o videogame chegou em 19 de novembro e, em 2 e 8 de dezembro, é a vez de Japão e Europa, respectivamente, receberem o console.

O pilar das inovações do Wii apoia-se no controle Wii Remote, capaz de detectar movimento e rotação em três dimensões. Com design semelhante ao de um controle remoto, o acessório pode "se tranformar" nos mais variados objetos, como faca, revólver, bastão de beisebol, luva de boxe, lanterna e tudo mais que a imaginação dos produtores permitir.

O Wii Remote é segurado somente com a mão direita, enquanto a esquerda cuida do Nunchuk, uma extensão do controle principal que, além de também detectar movimentos, possui uma tradicional alavanca analógica e dois botões gatilho. O Nunchuk é somente uma das extensões do Wii Remote, que se conecta ao Wii através da tecnologia sem fio Bluetooth.

Para garantir a sensibilidade aos movimentos, é necessário posicionar uma barra com sensor - inclusa no pacote - perto da televisão, que capta a posição e a transição do controle no espaço. O Wii Remote possui, ainda, recurso "Force Feedback" e uma caixa de som interna, que serve para aumentar o nível de imersão nos games - reproduz, por exemplo, o ruído característico da recarga de um revólver, no game de tiro "Red Steel", da Ubi Soft.

Jogo democrático

Os planos da Nintendo para o Wii são, no mínimo, ousados. O console é mais barato, assim como os jogos - lançamentos custarão US$ 49, US$ 10 a menos que PS3 e Xbox 360 -, mas as expectativas são altas: até o final de março de 2007, quando termina o ano fiscal, a companhia espera levar às lojas seis milhões de unidades do Wii e 17 milhões de jogos. Só para o lançamento, quatro milhões de unidades serão colocadas à venda.

Faz parte da estratégia da Nintendo, que vê no Wii uma ferramenta para "democratizar" o videogame, trazendo para frente do aparelho de TV aquelas pessoas que não jogam com freqüência e até mesmo aquelas que sempre torceram o nariz para os games. Por isso, corajosamente, o Wii deixa os gráficos de alta definição de lado e, com o potencial de um "GameCube melhorado", prioriza a experiência.

E essa experiência, inevitavelmente, passa pelo online. Após passar uma geração "offline", enquanto a concorrência usufruía as vantagens da internet e de suas vertentes, o Wii introduz a WiiConnect24, cuja proposta é, aliada ao baixo consumo de energia do aparelho, permanecer ligada o tempo todo, recebendo atualizações e conteúdos diversos. A rede também oferece canal de notícias, de previsão de tempo e a possibilidade de o jogador criar um avatar, intitulado Mii, para navegar pelos serviços por alguns games.

Mas o que promete deixar os mais nostálgicos ligados no Wii o tempo todo é o Virtual Console, área que permite baixar antigos clássicos por preços variados - entre US$ 5 e US$ 10 -, pagos através de créditos virtuais.