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20/11/2006 - 17h18

Video Games Live é a consagração da trilha sonora em jogos eletrônicos

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL

Divulgação

'Space Invaders' e outros clássicos na trilha do Video Games Live

'Space Invaders' e outros clássicos na trilha do Video Games Live

Na noite do último domingo (19), São Paulo viu pela primeira vez um concerto clássico dedicado às trilhas sonoras de jogos eletrônicos, a Video Games Live (VGL). No domingo anterior, os cariocas já haviam assistido ao show de luzes e à combinação aparentemente inusitada entre games e uma orquestra sinfônica.

A casa de shows Via Funchal recebeu um ótimo público, com praticamente todas as mesas preenchidas. Antes do evento, presentes puderam participar de um minicampeonato de cosplay, que consiste em se vestir com ou personagem de desenho ou game, e de "Guitar Hero II", famoso título que faz do jogador um guitarrista. Além disso, havia dois Wii, consoles de nova geração da Nintendo, para demonstração: um com "Excite Truck" e outro com "Legend of Zelda: Twilight Princess".

Às 19h45, como aquecimento para o show, começou outro concurso de cosplay. Venceu a fantasia de Yuna, de "Final Fantasy X", que competia com a dançarina de "Final Fantasy Tactics".

Homenagem aos clássicos

Às 20h em ponto, o maestro Jack Wall, um dos criadores da VGL e compositor de trilhas como "Myst", "Splinter Cell" e "Jade Empire", entrou no palco sob efusivos aplausos. Que logo se tornaram em risadas quando ele tropeçou no pódio, se desequilibrando. Mas logo se recompôs e iniciou o primeiro movimento da noite. No telão foi apresentado "Pong", considerado o primeiro game comercial da história. E não havia trilha sonora, mas apenas "blips" e "blops", que eram reproduzidos pelos instrumentos da orquestra.

Depois, como que contando a história da evolução dos games, seguiu-se com um medley de jogos clássicos, incluindo "Space Invaders", "Asteroids", "Defender", "Donkey Kong", "Frogger", "Elevator Action", "Dragon's Lair", "Punch Out", "Ghosts 'n Goblins", "Gauntlet", "Rastan" e "Outrun". "Tetris" fechou a emocionante homenagem, numa sincronia perfeita entre o som, iluminação e as imagens dos games na tela.

Logo, entrou Tommy Tallarico, o outro criador da VGL e compositor responsável pelas músicas de jogos como "MDK", "Earthworm Jim" e "Maximo". Ele foi um verdadeiro mestre de cerimônias e dono de um senso de humor incrível. "Esse show é para quem pensa que videogame é coisa para crianças", afirmou. Apesar da formalidade que poderia impor uma orquestra, o apresentador deixou a platéia a vontade para gritar e fazer quanto barulho quisesse.

Depois, apresentou uma videomensagem de ninguém menos que Hideo Kojima, que introduziu a trilha sonora de seu "Metal Gear Solid". Então, a competente Orquestra Sinfônica Jovem de Campinas tocou a eletrizante música-tema da série, intercalando vídeos dos três títulos lançados para PSOne e PlayStation 2, e também de "Metal Gear Solid 4", que está programada para ser lançado em 2007 para PlayStation 3.

A sessão dedicada ao game militar de Kojima teve até perfomances ao vivo, com um soldado Genome e o indefectível caixote de papelão que é marca registrada da série. Como no jogo, o soldado entrou em alerta quando percebeu que algo estava por perto - com direito a um ponto de exclamação enorme sobre sua cabeça e mudança no ritmo da música, tal e qual o game.

Depois, veio outra pérola da Konami: "Castlevania". Foi outra medley emocionante com composições dos episódios clássicos. No telão, um apanhado de todos os games da série, desde o primeiro, para NES, até "Curse of Darkness", para PS2 e Xbox.

Da Grécia antiga à última fantasia

A programação seguiu com outra vídeomensagem, desta vez de David Jaffe, criador da obra-prima "God of War". A cada game apresentado, o público aplaudia e gritava. Seguiu-se com uma das trilhas mais poderosas da noite, uma avalanche de adrenalina tal e qual o game. Foi a primeira intervenção do coral da Academia Concerto, cujas vozes interpretavam o clima ora angustiante, ora aterrorizante da música.

O showman Tommy apareceu novamente, e de onde menos se esperava. Era ele quem estava dentro da caixa de papelão. "Alguém tinha que fazer isso", brincou. A programação continuou com um show interativo. Um rapaz de Guarulhos foi escolhido para jogar "Space Invaders", que simplesmente tem o dobro da idade do jogador. Porém, a brincadeira foi dificultada pelo fato de o movimento do canhão ser feito com o deslocamento do próprio corpo. Infelizmente, ele não conseguiu vencer o desafio proposto - derrotar todos os aliens, que, não por acaso, é o símbolo da VGL -, mas ganhou um pacote com jogos clássicos.

A apresentação de "Civilization IV", série tradicional do criador Sid Meier, também foi belíssima, acompanhado novamente do coral e, desta vez, de dois solistas. O mesmo já não se aplicou a "Tomb Raider", que, apesar de ser um ícone, musicalmente não estava à altura dos demais.

Agora, Koji Kondo apresentou uma de suas obras mais consagradas: a trilha de "The Legend of Zelda". Mas, apesar do carisma da composição original, o arranjo criado para a VGL não era dos mais inspirados, mas ainda assim causou grande comoção.

O fechamento do primeiro ato se deu em grande estilo, com "Liberi Fatali", de "Final Fantasy VIII". A platéia entrou em êxtase quando foi anunciada a obra. E os músicos corresponderam a todas as expectativas, trazendo uma execução perfeita e poderosa da peça de Nobuo Uematsu. Só ficou faltando o clipe no telão, mas como diria Tallarico mais tarde, "isso não precisa de imagem". De fato, ninguém ligou.

Fim de ato

Assim, encerrou-se a primeira parte do show, com um intervalo de 20 minutos. No telão, aparecia a inscrição "Act II - Now Loadind". Alguns brincavam que era a tela do Neo Geo CD, um videogame antigo que ficou marcado com seus longos tempos de carregamento.

Na volta de Jack Wall para o palco, ele chutou o pódio antes de subir, num gesto teatral, e satisfez novamente o público com sua simpatia. Desta vez, Tallarico anunciou um minicampeonato de "Frogger", jogo que comemora 25 anos.

Para tanto, chamou duas pessoas da platéia, um homem e uma moça. Novamente, ele brincou com sua estatura - Tallarico é baixo. A competição não foi das mais disputadas e, para a tristeza da platéia - que nitidamente estava torcendo para ela -, o rapaz levou a disputa e o prêmio: um laptop.

Mais uma vez, um jogo da Square Enix voltou a ser tema da apresentação: "Kingdom Hearts". A abertura, cantada originalmente pela japonesa Hikaru Utada, foi transformada numa peça instrumental tocante.

O próximo game seria novamente um ícone, e foi apresentado, em vídeo, por Yuji Naka, da SonicTeam. Novamente sob aplausos efusivos, um medley cheio de energia acompanhando a trajetória de "Sonic" foi executado, para a felicidade dos fãs. A peça seguinte, "World of Warcraft" também foi saudada com grande entusiasmo.

Teclas em fogo

Para a surpresa de muitos, Tallarico chamou a celebridade Martin "The Video Game Pianist" Leung, para a loucura dos presentes. Em sua primeira apresentação, tocou temas clássicos de "Final Fantasy", a começar com a belíssimo tema de abertura. Passou pelas trilhas mais marcantes da série e foi aplaudido de pé no final.

Agora, Tallarico apresentou uma composição própria, que diz ter se inspirado em óperas italianas. Trata-se de "Advent Rising", outra belíssima peça do repertório do show. Koji Kondo falou novamente em vídeo, para apresentar, desta vez, "Super Mario Bros". A orquestra tocou o tema principal, a do vôo e o do subterrâneo em medley.

Martin Leung voltou novamente para o piano, na qual executou sua perfomance que o tornou famoso em um vídeo da internet: tocou o tema de "Mario" de olhos vendados. Ainda sendo aplaudido, tirou a venda e seguiu com mais músicas do game do encanador, até tocar numa velocidade absurda. Depois, fez o mesmo com o tema de "Tetris". Mais uma vez, recebeu aplausos em pé.

O show continuou outra trilha de impacto: "Halo". Mas, além de apresentar as músicas dos dois games da série, a orquestra também reproduziu a trilha do trailer de "Halo 3", aquele exibido na feira E3 deste ano.

Para terminar em grande estilo, Tallarico voltou ao palco com uma camisa da Seleção Brasileira. Talvez seja o baixo prestígio do selecionado nacional no momento ou o fato dele ter ascendência italiana - o país da bota foi campeão mundial -, mas a performance não foi exatamente elogiada. Mas tudo isso foi esquecido quando anunciou o "grand finale" da noite. Quando disse "One Winged", de pronto, a platéia completou: "Angel!". O tema da luta final entre os heróis e o vilão Sephroth, do clássico "Final Fantasy VII" foi a catarse da noite, que fechou a Video Games Live com chave de ouro.

"Vamos vir no próximo ano", prometeu Tallarico antes de encerrar o espetáculo. Que assim seja!

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