A Ubisoft está inaugurando uma filial de produção em São Paulo que, a princípio, vai empregar 20 funcionários, sendo a maioria deles brasileiros. É a chance de ingressar em uma indústria bilionária e de trilhar carreira internacional (se estiver interessado em trabalhar na Ubisoft São Paulo, envie seu currículo para
jobs.brazil@ubisoft.com).
Mas o que é preciso para trabalhar com jogos? O primeiro passo, como em qualquer profissão é dedicar-se aos estudos. Apesar de estar engatinhando na produção de jogos, o Brasil já possui cursos especializados na área.
Além disso, é preciso escolher qual a sua especialidade ou vocação. Produzir um jogo atualmente exige o trabalho mútuo de dezenas de profissionais em diversas áreas, como programação, arte e design. Para quem gosta de ciências exatas, a área de programação é a ideal, enquanto que a parte artística, geralmente mais requisitada pelos estúdios, é indicada para pessoas que se dão bem com desenho e softwares gráficos.
Já o game designer precisa ser multidisciplinar, pois além de ter uma visão geral do projeto, deve manter contato direto com os programadores e artistas para que o jogo saia com a mecânica e identidade visual planejadas. Elementos de narrativa, quando não trabalhados por escritores, também são de responsabilidade do designer. Outros cargos envolvem a área de testes, a qual exige muita metodologia, e sonora, que geralmente é dividida em design de som, para a criação de efeitos sonoros, e composição, para a trilha musical.
Veja abaixo o que faz alguns dos profissionais da área de produção de jogos e, nas tabelas, universidades que oferecem já cursos ou mantém grupos de estudo.
Animadores: Como o próprio nome sugere, o animador dá vida a desenhos inanimados, utilizando técnicas manuais e ferramentas digitais. Embora existam diferentes tipos de animação, como às feitas a mão, em tecnologia Flash, em pixel, 3D, stop-motion (feita a partir de uma seqüência de fotografias, como as animações de massinha) e rotoscopia (na qual desenha-se por cima de cada quadro de uma filmagem com atores reais), a base de conhecimento da atividade é sempre a mesma; o que mudam são as técnicas e as ferramentas.
Raramente um bom trabalho de animação é feito por uma pessoa só. Existem diversas etapas durante o processo, começando por um storyboard (seqüência de quadros para cenas animadas, como em um gibi, que descrevem toda a ação, do começo ao fim), rascunhos dos desenhos, finalização, digitalização, colorização e mais.
As animações em 3D também começam a partir do storyboard e de desenhos para referência, seguindo para a modelagem dos personagens e cenários para, apenas então, dar início ao processo de animação. No caso dos jogos, o profissional também cria ciclos de animação para as ações do personagem.
Artista 2D: O artista 2D geralmente é responsável pela criação de ilustrações conceituais de personagens e cenários, além da criação, captura e edição de texturas para modelos em 3D. O domínio das técnicas de desenho e de softwares como o Photoshop é indispensável. Geralmente sob o comando de um diretor de arte, o artista 2D é responsável por dar forma e aparência ao universo e personagens idealizados pelo game designer, portanto, é preciso saber lidar com diversos estilos de desenho. Em jogos para consoles portáteis e celulares, o artista 2D deve ter uma boa noção de desenho e técnicas em pixel art.
GRUPOS DE PESQUISA |
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. PUC-Rio | Rio de Janeiro, RJ |
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. PUC-RS | Porto Alegre, RS |
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. SENAC | São Paulo, SP |
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. UFF | Niterói, RJ |
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. UFPE | Recife, PE |
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. UFPR | Curitiba, PR |
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. UFRGS | Porto Alegre, RS |
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. UNEB | Salvador, BA |
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. UNICAMP | Campinas, SP |
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. USP | São Paulo, SP |
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O mapeamento de texturas em modelos 3D também pode ser feito pelos artistas 2D, portanto o trabalho com fotografias e a noção de texturização de objetos em 3D é bem-vinda. Outros elementos em 2D dos jogos, como mapas, botões, itens e interfaces, também podem ser feitos por estes profissionais.
Artista 3D: Uma vez que o artista 3D trabalha diretamente com o diretor de arte, game designer e artista 2D, ele precisa não apenas dominar softwares 3D como também ter noções de desenho e, principalmente, de modelagem de esculturas. A partir da arte conceitual, o artista 3D cria em softwares tridimensionais modelos para serem usados diretamente nos jogos, seja de personagens ou cenários. As esculturas em massinha geralmente são usadas como referência para objetos e personagens mais complexos, mas o processo não é obrigatório.
Todos os objetos que compõem o universo de um jogo em 3D, desde pequenos itens até personagens e chefes, são trabalhos por esses artistas, muitas vezes em conjunto com outros profissionais, como os artistas 2D. O mapeamento de texturas em objetos tridimensionais também pode ser feito pelo artista 3D, que geralmente têm um maior conhecimento de propriedades de materiais, aplicado na etapa de finalização dos cenários e personagens, aumentando assim o realismo do jogo.
Especialistas em efeitos especiais: Em jogos em 3D, o especialista em efeitos especiais fica encarregado de dar retoques às texturas, materiais, iluminação e demais aspectos que compõem os cenários e personagens, aumentando o realismo do ambiente virtual, além de criar efeitos visuais. No desenvolvimento de "Bioshock", por exemplo, no qual a água era um elemento-chave e precisava de um tratamento diferenciado, o especialista em efeitos especiais foi o responsável por trabalhar nos aspectos físicos deste elemento, tornando-o convincente o suficiente para causar a sensação de realismo. Para tanto, o especialista em efeitos especiais trabalha com softwares 3D, de edição de imagem e vídeo, mesclando os resultados a partir de técnicas e importando-os para dentro do jogo.