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05/03/2009 - 23h25

"Games na telona": "Mortal Kombat" marca tempos melhores

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Depois de um combo triplo de fracassos ocasionados por confusões e falta de visão estratégica, a redenção dos jogos de videogame chegou com "Mortal Kombat - O Filme", aquele mesmo esnobado por Van Damme pouco tempo antes. Produzido por Larry Kasanoff, executivo que foi parceiro do diretor James Cameron em filmes como "O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final" e "True Lies", o filme baseado no violento jogo de luta arrecadou mais de US$ 70 milhões nas bilheterias dos EUA ao estrear em agosto de 1995. Somadas as bilheterias internacionais, chegou-se a um montante de US$ 122 milhões. E ganhou algumas críticas mais favoráveis também.

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"Mortal Kombat" arrecadou mais de US$ 70 milhões nas bilheterias dos EUA,...
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... "Wing Commander" só vingou por conta do interesse do criador da série...
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... e "Tomb Raider" aproveitou o apelo da marca e, claro, a estrela de Angelina Jolie.
E não foi preciso muito poder de fogo para criar tal sucesso. O orçamento foi modesto para um filme do gênero, cerca de US$ 20 milhões, e poucos rostos conhecidos acabaram contratados para o projeto. Com a desistência de Van Damme, o nome mais famoso da equipe se tornou o do francês Christopher Lambert que, apesar de exagerar na canastrice, ainda possuía carisma para atrair o público em vários mercados importantes - uma Cameron Diaz ainda no início de carreira chegou a ser contratada para o papel de Sonya Blade, mas uma fratura no punho de última hora acabou tirando-a do filme.

A direção ficou a cargo de Paul Anderson, britânico do meio publicitário que só havia dirigido um filme até então, o polêmico "Shopping - Alvo do Crime", que revelou o ator Jude Law. Fã de filmes de B como os do lendário produtor/diretor Roger Corman e de fitas de ação orientais, Anderson conseguiu captar o clima do jogo, trabalhando em cima de um roteiro de Kevin Droney e opiniões dos criadores da franquia, Ed Boon e John Tobias.

O filme então misturou influências de longas como "Operação Dragão" e "Conan - O Bárbaro", sem ignorar aquelas que inspiraram os próprios jogos - no caso, Boon e Tobias desenvolveram o original com base nos antigos filmes de kung-fu da década de 70, especialmente no amalucado filme chinês "Combate Mortal", que foi lançado em 1981 nos EUA sob o título, veja só, de "Mortal Combat".

Para o papel principal foi escalado Robin Shou, ator e dublê de Hong Kong com pouca experiência na época, que acabou se tornando o grande achado da produção e deu um porte heróico ao então genérico Liu Kang. Ele e o ator Cary-Hiroyuki Tagawa, que encarnou o vilão Shang Tsung, reproduziram longas coreografias de luta criadas no melhor estilo asiático pelo coordenador Pat Johnson. Ali, acima de tudo, mostrou que o filme "Mortal Kombat" estava em sintonia com o material original.

Divulgação
"Max Payne" estreou em 2008, mas não se destacou
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Com o sucesso, Kasanoff rapidamente articulou uma série de derivados para lucrar ainda mais, como um desenho animado, uma série de TV e até mesmo um show ao vivo que rodou os EUA, com lutas ensaiadas e efeitos especiais como aqueles vistos nos eventos de luta-livre da WWE. Mas em algum momento a coisa desandou, houve exposição exagerada e a franquia esfriou dois anos depois com o lançamento de "Mortal Kombat: A Aniquilação", continuação cinematográfica feita a toque de caixa, com orçamento reduzido e grande parte da equipe original substituída.

Com uma queda quase tão rápida quanto sua ascensão, morreu o interesse dos grandes estúdios em explorar o filão. Poucas adaptações foram feitas a partir dali, como o raro caso de "Wing Commander - A Batalha Final", em 1999, que só foi para frente por conta do interesse do criador dos jogos, Chris Roberts, em migrar para o cinema. Ele foi o diretor do longa, mas sua participação não foi suficiente para que o filme sofresse várias interferências dos investidores, o que contribuiu para o fracasso. Mais interessado em mudar de carreira, Roberts deixou os games de lado e conseguiu bons contatos para fundar uma produtora em Hollywood - sua Ascendant Pictures esteve por trás de filmes como "O Senhor das Armas" e "Xeque-Mate".

Outro caso raro foi o de "Lara Croft: Tomb Raider", em 2001. Foi outra adaptação que surgiu graças ao apelo da marca - a heroína rapidamente se tornou um ícone pop, participando até mesmo em shows da banda U2 nos telões - aliado ao interesse de um nome de peso, a atriz Angelina Jolie. Com as intenções da estrela em participar do projeto, foi fácil para os produtores arrumarem verba para tocar as filmagens, que ficaram sob regência de Simon West, vindo dos sucessos de "Con Air - A Rota da Fuga" e "A Filha do General".

Para o filme "Doom - A Porta do Inferno", Dwayne "The Rock" Johnson foi contratado para interpretar o mocinho John Grimm, mas preferiu encarnar Sarge. O papel de herói ficou então para Karl Urban, de "O Senhor dos Anéis".
MOCINHO BANDIDO
O filme fez muito dinheiro, mais de US$ 240 milhões ao redor do planeta, mas não foi de maneira fácil. Em uma espécie de reprise com o que aconteceu em "Super Mario Bros.", West arrumou brigas com boa parte da equipe e, por pouco, quase foi demitido. Queimado no mercado ele sofreu um pequeno exílio na televisão e foi substituído por Jan De Bont na continuação "Lara Croft Tomb Raider - A Origem da Vida", de 2003. Desta época, somente alguns projetos conseguiram deslanchar, ainda que com dificuldades, estreando muitos anos depois, como foi o caso de "Doom - A Porta do Inferno", em 2005, e "Max Payne", em 2008 - nenhum com grande expressividade.
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