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TGS 2008

13/10/2008 - 18h07

Direto da TGS: em crise, produtoras buscam se globalizar

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL, de Tóquio

Akira Suzuki/UOL

"LittleBigPlanet" foi um dos destaques da Sony para a feira

"LittleBigPlanet" foi um dos destaques da Sony para a feira

Pensar global. Esse foi um dos temas da Tokyo Game Show 2008, feira de games realizada entre os últimos dias 9 e 12 de outubro. Essa preocupação coincide com a meta do governo japonês, que, desde o ano passado promove a CoFesta, nome dado à série de eventos que acontecem até o final do mês, incluindo a Tokyo Internacional Film Festival e o Akihabara Entertainment Festival.

A preocupação em ocupar mais espaço no exterior surgiu logo no fórum do evento, em que todos os anos personalidades do mundo dos games discutem tendências para o setor. Neste ano dividiram o palco os altos executivos da Square Enix, Capcom e Namco-Bandai.

Na pauta do dia, assuntos polêmicos, como a admissão de que o Japão não é mais o principal pólo criador de games, e a influência da crise financeira mundial no mercado de jogos. Sobre esse assunto, as companhias foram unânimes em dizer que a indústria vai superar as turbulências, pois os jogos são uma fonte acessível de entretenimento. O público pareceu concordar, comparecendo em peso ao evento. Foram, segundo a organização da Tokyo Game Show, 194.288 visitantes. O número é apenas marginalmente superior ao do ano passado, que recebeu 193.040 pessoas, mas o maior crescimento ocorreu entre o público geral, categoria em que a diferença para o ano passado foi de mais de dez mil pessoas.

A Capcom pode se considerar a companhia que mais atraiu a atenção, já que no primeiro dia aberto ao público, no sábado (11), bastaram apenas sete minutos de portões abertos para que a fila de "Monster Hunter 3" fosse interditada pelos funcionários da companhia. Assim, a franquia repetiu a dose do ano passado como o título de maior popularidade do evento - em 2007, era preciso esperar nada menos que quatro horas para poder jogar 15 minutinhos de "Monster Hunter Portable 2nd G", que hoje é o título para PSP mais vendido no Japão.

Japão quer o Ocidente, e vice-versa

A estratégia de globalização da Capcom, que já vem de alguns anos, parece estar dando resultados: a companhia teve a linha de jogos mais exuberante neste ano, com forte apelo também no mercado ocidental, com "Resident Evil 5" à frente. O game é o que representa melhor o espírito de internacionalização da companhia: investe pesado e faz parcerias, principalmente com companhias de Hollywood. No game, atores não apenas dublam as falas, mas também dão vida aos movimentos e expressões faciais dos personagens. Já a trilha sonora está sendo gravada nos estúdios da 20th Century Fox.

Feira é símbolo da cultura gamer

O "line-up" da Capcom ainda incluiu "Street Fighter IV", "Dead Rising: Chop Till You Drop" e "Bionic Commando". Já as outras companhias ainda dão passos tímidos em pensar para fora do Japão. A Square Enix, por exemplo, diz que o RPG "The Last Remnant" está sendo produzido com o mercado ocidental em mente, sem, no entanto, deixar de agradar ao seu maior público, o japonês.

No caminho inverso, vê-se o avanço de companhias estrangeiras no Japão: a Electronic Arts veio para o Tokyo Game Show com um estande grande, e a Microsoft continua se esforçando na difícil tarefa de popularizar o Xbox 360. Para isso, contou com alguns trunfos, como, por exemplo, o "The Last Remnant", que, embora seja um título também previsto para PlayStation 3, somente a Microsoft teve um demo jogável no evento. Ainda, para sinalizar a importância do mercado japonês, a companhia trouxe um demo de "Star Ocean 4", e anunciou "Tekken 6" e até mesmo "Halo 3 Recon", um título que não interessa tanto os japoneses.

Uma das maiores decepções foi a Sony, que tinha apenas um jogo nipônico que se possa destacar: o RPG "White Knight Chronicles". O restante era de games ocidentais que, exceto "LittleBigPlanet", tinha pouco importância para os visitantes. A linha de PSP pareceu muito mais interessante, com "LocoRoco 2" e "Patapon 2". A Nintendo, mesmo não estando presente, foi representado por várias produtoras, que trouxeram uma profusão de jogos para Wii e Nintendo DS, com destaque para "Let's Tap", curioso game em que não se toca no controle.

Com o avanço das companhias estrangeiras, ainda que tímida, é possível que a Tokyo Game Show receba ainda mais atenção da imprensa internacional, além de atrair mais visitantes estrangeiros, seja para negócios ou para apenas desfrutar as novidades. Mas, para isso, será preciso melhorar o acesso da cidade para os turistas. Embora muitas das sinalizações também estejam em inglês, andar pela complexa malha ferroviária é uma aventura para marinheiros de primeira viagem (e o táxi tem preços proibitivos). Ainda, é preciso treinar os profissionais que atendem ao público, visto que muitos têm um inglês precário.
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