Produção do PlayStation 2 e jogos no Brasil é aprovada
Procurada pelo UOL, a Sony Brasil evitou fornecer detalhes sobre o projeto, mas emitiu o seguinte comunicado oficial:
"A Sony Brasil submeteu, recentemente, um projeto à SUFRAMA para assegurar a possibilidade de investimento no Pólo Industrial de Manaus, caso decida-se pela comercialização da linha Playstation no Brasil. No momento adequado, a imprensa será notificada e informada sobre a decisão da empresa."
A assessoria de imprensa da Suframa, no entanto, confirmou que o projeto envolve um investimento fixo de R$ 504 mil e total de R$ 8,8 milhões. A produção prevista para o primeiro ano é de 450 mil unidades, chegando ao montante de 520 mil no terceiro ano. No total, serão gerados 74 empregos. Ainda não foi divulgado quando o aparelho começará a ser produzido.
O UOL também apurou que os DVDs para o console passarão a ser prensados no Brasil - atualmente, as cópias são importadas. A Sony DADC, que cuida da replicação de CDs e DVDs do grupo Sony, esquivou-se e disse à reportagem que, ao menos por enquanto não há nada de concreto sobre o assunto.
Contudo, a própria Suframa já divulgou em seu site oficial uma nota sobre investimentos globais na Zona Franca de Manaus que envolveriam, dentre outros projetos, um para "diversificação na área de eletroeletrônicos, como os de telejogos PlayStation 2, da Sony Brasil".
Parte dos jogadores provavelmente deve estar questionando a escolha pelo PS2, à medida que o PlayStation 3 já está disponível desde 2006. Ocorre que no Brasil ainda são vendidas anualmente dezenas de milhares de unidades de consoles antiqüíssimos, como Master System e Mega Drive, da Tectoy, por preços que chegam a quase R$ 400. Logo, o PlayStation 2, bem aceito pelos brasileiros, oferece uma oportunidade atraente.
Um gigante
Estimativas da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos) apontam que hoje, no Brasil, existem oito milhões de PlayStation 2, o que faz do console da Sony aquele com a maior base instalada no país. O número engloba tanto vendas no mercado oficial quanto no paralelo.
Lançado em 2000 no Japão, o PS2 já vendeu 140 milhões de aparelhos ao redor do planeta e, mesmo com a chegada do PlayStation 3, continua alcançando bons índices de venda - algumas vezes tem performance superior a de seu sucessor.
Mercado aquecido
Assolado pela pirataria e, principalmente, pela alta carga tributária, o mercado brasileiro de games ainda está longe de figurar entre os mais atraentes em termos globais, mas os últimos anos mostram que o setor passa por um momento bom. A numerosa população local e a economia emergente do país fazem com que ele figure entre as nações com potencial.
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O país possui um bom mercado para games online, como "Ragnarök" e "Cabal", e até vislumbra o lançamento de um console tupiniquim, chamado provisoriamente de "Genie", em fabricação pela Tectoy. O setor de celulares também é promissor e já atraiu empresas estrangeiras como Glu Mobile, Gameloft e EA Mobile, todas com escritórios locais instalados.
Em entrevista cedida em agosto ao UOL, Reggie Fils-Aime, presidente da Nintendo of America, disse que o país tem potencial para ser o maior mercado de jogos eletrônicos da América Latina - posto atualmente ocupado pelo México. Para tanto, é preciso rever os impostos, que inflacionam em até 257% o preço dos videogames.
Enquanto isso não acontece, os jogadores tupiniquins se deparam com o Xbox 360 a R$ 1.899 e o Wii, em média, por R$ 1.999. Nos Estados Unidos, o console da Microsoft sai por algo entre US$ 199 e US$ 399, enquanto o Wii custa US$ 249. Os jogos, por sua vez, não saem por menos de R$ 150 - e isso chutando baixo, pois não raro ultrapassam R$ 250.
A disparidade entre os valores, como se pode imaginar, força o mercado a se manter na ilegalidade. Nesse ponto, faz sentido o interesse da Sony em fabricar o PlayStation 2 no Brasil, já que o console, ainda que defasado, é bem aceito por estas bandas e a manufatura local baixaria o preço. Hoje, o PS2 é encontrado nas lojas por preços a partir de R$ 400.
O interesse da Sony pelo Brasil, por sinal, não é novo: a Sony Computer Entertainment of America, divisão de games da companhia, esteve no Brasil em novembro do ano passado e anunciou um programa de apoio à produção de jogos local, abrangendo tanto as desenvolvedoras interessadas em criar jogos para a linha PlayStation quanto as instituições de ensino que oferecem cursos especializados.
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