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Direto da E3: "Avatar" é produção em 3D estereoscópico

THÉO AZEVEDO<br> Enviado a Los Angeles

04/06/2009 14h08

Haja mistério e marketing. Para a demonstração de "Avatar: The Game", a portas fechadas, os convidados foram obrigados a deixar suas mochilas e bolsas na entrada. Tudo para evitar fotografias ou gravações de vídeos, tão comuns na E3. Lá dentro, foi possível ter uma noção de como será o jogo de aventura e ação que acompanhará o filme de James Cameron.

Como o jogo vai funcionar em 3D estereoscópico, foi necessário usar óculos para acompanhar o demo, que começou com o produtor do longa-metragem, Jon Laundau, explicando o básico sobre a história de "Avatar", que se passa no mundo épico de Pandora, com uma natureza exuberante. O jogo vai contar uma história diferente da do filme, com personagens, veículos e armas próprios.

Na conferência da Ubisoft na E3 2009, Cameron explicou que "Avatar" foi concebido 14 anos atrás, mas foi preciso esperar todo este tempo até que houvesse tecnologia avançada o suficiente para concretizar o projeto. O enredo de ficção científica se passa em um futuro próximo, na lua de Pandora, quando uma companhia de mineração procura por um nova fonte para explorar um poderoso metal. Por lá, vivem os indígenas da raça Na'vi, caracterizados pela altíssima estatura e pela pele azul - humanos não conseguem respirar o ar de Pandora. Porém, a corporação desenvolveu uma espécie híbrida entre humano e Na'vi, para superar a questão.

A sensação de 3D com "Avatar" funciona bem, principalmente porque Pandora é realmente um lugar lindo de se ver, com vegetação densa e muita vida. Logo, porém, se descobre que há muitos perigos e, principalmente, um grande confronto rolando. Na prática, estamos falando de um jogo de ação em terceira pessoa que, em certo ponto da história permite assumir a pele de um oficial da RDA (Resources Development Administration), que tem acesso à avançada tecnologia, que inclui um mech, ou então lutar pelos Na'vi.

Como toda superprodução, o jogo salta aos olhos com facilidade - que dirá, então, ajudado pela tecnologia 3D. As lutas são promissoras, já que as florestas de Pandora reservam surpresas não muito agradáveis, como o Hammerhead, uma enorme besta que, como o nome sugere, tem a cabeça em forma de martelo - e sabe usá-la muito bem. Mas basta decorar o ritmo de suas investidas para desviar dos ataques e aproveitar para atacar o bichão.

Tudo bem que os gráficos estão bacanas e tudo mais, mas quando a demonstração mudou para uma versão de Pandora durante a noite, ficou ainda melhor, pois a vegetação se iluminou com o brilho fosforescente em azul e verde da floresta. Realmente, um visual e tanto.

Uma pena que, na hora de mostrar como é jogar com o Na'vi, o demo tenha dado pau, mas houve tempo para ver que a raça tem armas menos sofisticadas, como um machado de batalha, mas que compensa usando a natureza a seu favor, como montar uma enorme criatura voadora para se locomover mais rapidamente pelos cânions.

Foram cerca de 45 minutos, entre conversa e demonstração, muito pouco para ter uma noção do que, de fato, "Avatar" tem a oferecer enquanto game. O marketing em cima da produção é intenso, mas dá para notar que a Ubisoft, com o suporte ao 3D estereoscópico e a autonomia para trilhar um caminho diferente do cinema, pode criar uma bela experiência baseada no universo idealizado por James Cameron.

"Avatar: The Game" será lançado para PC, videogames e portáteis ainda em 2009.
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