Topo

E3 2011: "Não vamos mudar nada do que fez a série ser tão especial", diz produtor de "Halo 4"

THÉO AZEVEDO

Enviado especial a Los Angeles

09/06/2011 04h13

Frank O'Connor deixou a Bungie em 2008 para dedicar-se à franquia "Halo" na Microsoft Game Studios. Agora, como diretor criativo da 343 Studios, Frankie, como é mais conhecido, enfrenta o enorme desafio de dar continuidade à série. Afinal, "Halo 4", revelado durante a conferência da Microsoft na E3 2011, não terá mais suporte ou participação da lendária Bungie.

A E3 é feita também de momentos de sorte e oportunidade. Num desses lampejos, o UOL Jogos encontrou Frankie pelos corredores da feira e fez algumas perguntas sobre “Halo 4”. E não é que o cara respondeu? Veja só:

UOL Jogos: “Halo 4” marca um momento de transição para a franquia e isso, claro, deixa os fãs da série cheios de expectativa – especialmente em relação às mudanças. Como você encara isso?

Frankie: A origem e as raízes da franquia são muito fortes. Nós sabemos o que os jogadores apreciam em termos de jogabilidade, do universo e da história. E estes são aspectos pelos quais teremos o mais absoluto respeito. Não vamos mudar nenhum dos elementos que fazem “Halo” especial.

É claro que estamos trazendo novas pessoas para a 343, mas este é o mesmo processo que ocorreu com qualquer versão do jogo: novas pessoas, novas idéias. Teremos inovações, evoluções e mudanças, mas, fundamentalmente, nós vamos respeitar a essência da série e nos assegurar de manter tudo o que os fãs adoram em “Halo”.

UOL Jogos: Você diria, então, que os fãs não vão sentir falta da Bungie?

Frankie: Naturalmente algumas pessoas vão sentir que há diferenças entre os games dos dois estúdios [Bungie e 343]. Tudo o que podemos fazer enquanto produtora é tentar desempenhar o nosso melhor e trabalhar o quão duro pudermos para entregar um jogo muito bonito.

E é isso que estamos fazendo: há 200 funcionários no estúdio trabalhando no jogo neste momento. Com certeza haverá algumas diferenças de “sabor” [entre os jogos], mas, novamente: as raízes da franquia são tão fortes e estáveis que isso elimina muito do risco potencial da mudança de estúdio.

Técnicas e tecnologia progrediram e nosso trabalho é melhorar as coisas, e não nos acomodar nas incríveis conquistas de outras pessoas. Vamos trazer a criatividade e a excelência técnica da 343 ao projeto, mas sem mexer nas raízes de “Halo”.

UOL Jogos: A Microsoft aposta muitas de suas fichas no Kinect. Vocês têm planos de acrescentar algum tipo de suporte ao acessório em “Halo 4”?

Frankie: Vamos estudar certas possibilidades, como controle por voz para os menus, algo assim.

UOL Jogos: Então vamos continuar jogando “Halo 4” com o joystick, certo?

Frankie: A essência de “Halo”, enquanto um FPS, é a de um jogo de controle, e assim será. Claro que estamos pensando em melhorar a experiência de jogo através do Kinect, mas sem mexer nos controles.