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"Need for Speed: The Run" aposta na história, mas empolga pouco na mecânica

ANDRÉ FORTE

Colaboração para o UOL

16/06/2011 19h25

Após sucessos constantes com a série paralela "Shift" e no recomeço do clássico "Hot Pursuit", a EA dava sinais de que, enfim, estaria acertando a mão nos seus jogos de corrida.

Em sua conferência pré-E3, a produtora mostrou um trailer da mecânica de "Need for Speed: The Run", apresentando como funcionaria o esquema do novo jogo de sua famosa franquia.

O que no vídeo até parecia empolgante no começo, na prática não se saiu tão interessante. O jogo mostra uma perseguição na cidade de Chicago, quando o personagem (conhecido apenas como Jack) rouba um carro de polícia e deve escapar das autoridades.

A corrida já começa com viaturas perseguindo o jogador, em um cenário muito bem trabalhado que recria com fidelidade alguns pontos de Illinois, como o parque Millenium Park, um dos símbolos e maiores orgulhos da cidade atualmente.

Entre algumas curvas, acelerações e derrapadas, os policiais intensificam as buscas, enviando helicópteros que atiram sem piedade contra o carro da corporação. Entretanto, tanto os policiais em carros, quanto os tiros do helicóptero parecem fazer parte de um roteiro pré-definido que, apesar de contarem bem uma história para quem olha (como no trailer) não empolgam o jogador pela pouca dose de interatividade.

No final das contas, o carro chega ao seu destino, com alguns arranhões aqui, outros ali, mas todos feitos por colisões contra outros veículos, mas nada que acrescentasse muita dificuldade. Para piorar, mesmo que o jogador destrua o carro, o mesmo veículo começa a piscar e reaparece, segundos depois e sem nenhum arranhão.

O "destino" apresentado pelo jogo é, na verdade, uma cena de corte em que o veículo tenta fazer uma curva perigosa e acaba caindo no meio de um trilho de trem. A partir daí, o jogador deve executar uma combinação de comandos com a alavanca analógica e botões, tudo para escapar do veículo antes que o trem passe e jogue o carro pelos ares.

Tudo isso é muito interessante pela narrativa, mas ao menos no demo, ficou a impressão de que pouco importa o quão talentoso é o piloto, desde que ele chegue ao seu destino. É provável que a dificuldade seja ajustada, mas o que mais peca em "The Run" é a linearidade exagerada.

Seria muito mais interessante nessa última cena que o piloto tivesse outras possibilidades de roteiro para seguir. Assim, os jogadores teriam um maior incentivo para jogar mais vezes.

Que o jogo tem potencial, isso é inegável. A recriação de Chicago é muito interessante e a curiosidade para conhecer outros locais famosos dos Estados Unidos, como a própria Los Angeles da E3, é imensa.

A EA, entretanto, precisa pensar em maneiras para aumentar a interatividade do jogador, para que a empolgação não fique somente em quem está assistindo.