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Em português, "Diablo III" terá Casa de Leilões com venda de itens por dinheiro real; UOL Jogos testou

THÉO AZEVEDO

Enviado especial a Irvine*

01/08/2011 04h01

Se depender da Blizzard, a chegada de “Diablo III” – ainda sem data conhecida, infelizmente – vai dar o que falar: semana passada a empresa reuniu jornalistas de todo mundo em sua sede, nos Estados Unidos, e revelou a Casa de Leilões, serviço que vai permitir aos jogadores comprar e vender itens livremente, por dinheiro de verdade.

No Brasil, “Diablo III” chegará totalmente em português, mas a Blizzard não confirma o lançamento simultâneo, argumentando que a localização é trabalhosa devido à enorme quantidade de diálogos para traduzir. Além disso, a empresa também não disse se o país terá uma Casa de Leilões local baseada em reais (R$) – o plano B seria uma Casa de Leilões baseada em ouro do jogo.

Com a Casa de Leilões, a Blizzard espera coibir o “mercado negro”, tão comum em “Diablo II”, quando itens eram comercializados em sites de leilão. Curiosamente, não haverá qualquer restrição ao número de ofertas de compra e venda diárias por jogador, o que significa que se alguém quiser comprar “Diablo III” e (tentar) viver do comércio dentro do jogo, poderá fazê-lo sem problemas.

“Na verdade, nem mesmo nós sabemos ao certo o que vai acontecer [com a Casa de Leilões]”, confessa Jay Wilson, diretor de “Diablo III”. Tudo poderá ser vendido por lá, de itens e armas até mesmo o próprio ouro do game. “O que queremos, basicamente, é oferecer um recurso útil aos jogadores, que sentíamos que eles queriam”.

Obviamente, a Blizzard terá a fatia dela: há uma taxa (a ser definida) paga por cada conteúdo vendido. Além disso, há também uma taxa para listar o produto, ou seja, colocá-lo em local diferenciado em relação aos demais. “É uma forma de separar itens comuns dos realmente raros”, explica Jay.

Os jogadores ficam anônimos durante as transações e, uma vez concretizada uma venda, o dinheiro vai para a conta do vendedor na Battle.net e há duas opções: utilizar os créditos em jogos e itens da Blizzard ou utilizar um meio de pagamento terceirizado (ainda a ser definido, conforme as regiões) para transferir o dinheiro para uma conta bancária, por exemplo. No segundo caso, haverá cobrança de taxa pela operação.

Ainda há muitos detalhes a serem definidos sobre a Casa de Leilões, como questões de câmbios e como o sistema vai funcionar em diferentes regiões do globo. Dê uma olhada no guia que a Blizzard preparou para tentar solucionar as principais dúvidas dos jogadores.

UOL Jogos testou o beta

“Congratulations! You have defeated the Diablo III Beta” (“Parabéns! Você terminou o Beta de Diablo III”): como integrante do UOL Jogos escalado para a “árdua” missão de ir à sede da Blizzard testar o jogo, vi a mensagem acima duas vezes em algumas horas de jogatina – uma jogando sozinho e outra em grupo. Como posso resumir a experiência? Bem, sendo fã de longa data da série, me vi contaminado novamente por um vício adormecido desde “Diablo II”, e agora, definitivamente, mal posso esperar pelo game.

O beta acompanha os momentos iniciais de “Diablo III” e, para jogadores mais experientes, não deve durar muito além de uma hora até completá-lo. Basicamente, o jogador deve encarar o vilão Skeleton King para restaurar a paz e a tranquilidade em New Tristam e, finalmente, permitir algum descanso à torturada alma do Rei Leoric.

O beta é uma ótima experiência de primeiro contato com “Diablo III” e, por isso mesmo, é provável que os fãs não joguem uma vez só: todas as classes estão disponíveis e você pode jogar sozinho ou com amigos. Em algumas quests, ainda é possível ter a companhia de NPCs - Artisans e Followers - que auxiliam o personagem nas batalhas.

Na verdade, cada partida do beta é diferente, não apenas porque mapas, distribuição de monstros e eventos do script são randomizados, mas porque há tantas possibilidades de personalização das classes que jogar apenas uma vez quase não conta. São skills, armas, armaduras, além de "gems", "charms" e runas que adicionam toques únicos a “Diablo III”.

O UOL Jogos testou todas as classes, mas especificamente terminou o beta com o Witch Doctor e o Wizard. Foram experiências distintas: o Witch Doctor utiliza “pets” para causar danos e “atrasar” os inimigos, enquanto lança projéteis de longe, enquanto o Wizard é pouco resistente, mas quando em níveis de experiência mais elevados, desfere magias arrasadoras.

Para os antigos fãs da série, o beta de “Diablo III” é uma deliciosa sensação de déjà vu: a grosso modo, tudo está como foi deixado em “Diablo II”, só que aperfeiçoado da maneira ideal. Os gráficos são lindos para um RPG de ação, com vários elementos no cenário para interagir e belas e distintas animações para os personagens: jogar com o Barbarian, por exemplo, é um verdadeiro banho de sangue, enquanto o Wizard “desintegra” os demônios com magias.

Jogar em grupo é especialmente divertido porque, embora a IA se adapte em tempo real ao número de participantes, é preciso coordenar esforços, já que as quests, demônios e chefão ficam mais difíceis. Se, por exemplo, um dos jogadores se separar do grupo, pode deixar os demais em maus lençóis. Essa coordenação de esforços rejuvenesce a franquia. Aliás, é uma pena que o PvP não faça parte do beta, mas paciência.

Alguns afortunados já foram selecionados para participar do beta, cuja data de início ainda não foi divulgada pela Blizzard. Para se candidatar à participação, é necessário criar uma conta na Battle.net e, lá, optar por ser elegível ao beta de “Diablo III”.

8 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE "DIABLO III"

Você é um velho fã de “Diablo”? Está chegando agora? Seja como for, há novidades em “Diablo III” que você deve conhecer:
1 – Permanentemente conectado
“Diablo III” é um daqueles jogos que exige conexão permanente com a internet: até mesmo os personagens criados pelo jogador ficam armazenados nos servidores da Blizzard. É uma forma de minimizar o famigerado hacking.
2 – Single-player cooperativo e dinâmico
Sim, você pode jogar a campanha single-player na companhia de amigos. Melhor ainda: qualquer um pode ingressar ou deixar o jogo quando quiser, pois a dificuldade e os desafios se adaptam em tempo real ao número de jogadores online.
3 – Baú da felicidade
O baú pode ser acessado por qualquer um dos personagens do jogador e, principalmente, pode armazenar centenas de itens, bastando comprar espaço extra com ouro.
4 – Corram para as colinas
Em “Diablo III”, além das Skills ativas e passivas, cada classe tem habilidades de fuga, ideiais para serem utilizadas quando a energia está baixa e tudo o que você quer é sair do meio da muvuca de inimigos.
5 – Runas
As runas são deixadas pelos inimigos, tais como os itens, e podem ser utilizadas para aperfeiçoar skills das classes, criando um zilhão de combinações possíveis e deixando-as com um toque pessoal.
6 – Faça você mesmo
O Craft System se subdivide em três categorias: Blacksmith, focado em armas e armaduras; Jewelry, onde é possível combinar joias; e Mystic, para aperfeiçoar itens. O sistema cria itens únicos, que você não verá os inimigos deixarem quando mortos.
7 – Modo Hardcore
O bom e velho Hardcore Mode está confirmado em “Diablo III”, mas atenção: não será possível utilizar a Casa de Leilões ao jogar o modo – afinal, já imaginou gastar uma nota preta com itens para o seu personagem e depois perdê-lo na batalha? Tenso.
8 – Levante a sua bandeira (ou banner, que seja)
O banner, exibido no perfil do jogador, é a representação visual das conquistas suadas obtidas ao jogar "Diablo III" - matar chefões, ser o bonzão no PvP, experimentar dificuldades maiores... tudo conta para exibir um banner personalizado.

* O jornalista viajou a convite da Blizzard Entertainment