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Longe de ser um tablet, PS Vita é um "grande" videogame; leia análise

Rodrigo Guerra

Do UOL, em São Paulo

06/03/2012 10h00

"É quase um tablet, só que feito para rodar jogos". Esta é uma das primeiras impressões de quem usa um PS Vita, novo videogame portátil da Sony que chega para substituir o PSP. Entretanto, o aparelho é um videogame e não pode ser comparado a um iPad ou congêneres, e é isso que você deve ter em mente antes de tomar a decisão de comprar um.

Um portátil para gente grande

Visualmente o PS Vita é um pouco maior do que o PSP, o que por um lado é bom, pois garante uma tela bem grande de 5 polegadas (12,7 cm) dotada de uma tela de OLED que garante visuais fantásticos e de cair o queixo.

Por outro lado, o aparelho é grande demais para caber num bolso de uma calça jeans (tem 18 cm de largura) e não basta jogá-lo em uma bolsa sem proteção alguma. Você vai sentir a necessidade de proteger a grandiosa tela de toque que, diferente do Nintendo 3DS, fica exposta e sujeita a arranhões. Por isso é necessário ter sempre à mão uma bolsa ou um case para proteger o aparelho.

PRÓS
• Tela de qualidade incomparável
• Jogos excelentes
• Multitarefa
• Controles bem posicionados
CONTRAS
• Demora para acessar itens com funcionalidade online, como PS Store, near e Netflix
• Navegador de internet
• Preço muito salgado
• Não tem memória interna

O tamanho também atrapalha ao digitar, pois é difícil alcançar com os dedões as letras centrais do teclado QWERTY que aparece na tela de toque. Mas tudo bem, pois o PS Vita não é pesado e pode ser segurado tranquilamente com apenas uma das mãos, principalmente por ter um apoio emborrachado que garante segurança na hora de empunhá-lo e não dá medo de derrubá-lo sem querer.

Os controles estão bem posicionados e, apesar dos botões serem menores do que os do PSP, não causam desconforto na hora de jogar. Mesmo quem tem mãos e dedos grandes consegue fazer combos rápidos em jogos como “Ultimate Marvel Vs. Capcom 3” ou fazer disparos precisos em “Uncharted: Golden Abyss” com os direcionais analógicos.

A tela sensível ao toque funciona muito bem e tem boa qualidade de imagem. A resolução de 960 por 544 pontos permite assistir vídeos em alta qualidade (HD). Você não consegue enxergar os pixels da tela, como acontece com o PSP, e isso por si só é uma vitória. Uma função bacana é a possibilidade de capturar telas, para isso basta pressionar os botões Home e Start ao mesmo tempo. Entretanto, alguns games não permitem tirar fotografias de determinados momentos, como telas de carregamento ou telas iniciais.

O touch pad traseiro só é ativado em poucos jogos e funciona como deveria: adicionar novas formas de jogar. O problema é que, por não estar visível, fica complicado fazer movimentos precisos.

Mas uma das coisas mais bacanas do PS Vita é seu espírito multitarefa. Você pode começar a jogar um game e, instantes depois, enviar uma mensagem para um amigo e voltar para o jogo exatamente do ponto onde parou.

A troca de aplicativos é feita pelo botão Home e você pode ter até seis programas abertos simultaneamente. Em alguns casos é necessário fechar o jogo para acessar programas como o Navegador ou outro programa que utiliza muita memória RAM, como o Netflix.

Por mais que saibamos que esses produtos de alta tecnologia custem caro, o preço do kit nacional é muito salgado: R$ 1599. Por esse dinheiro o jogador pode comprar um Nintendo 3DS e ainda sobra dinheiro para comprar jogos. 

Nem tudo funciona como deveria

Você terá que exercitar sua paciência com o PS Vita. Tudo demora, desde acessar a PS Store até mesmo para usar aplicativos, como o near, Netflix e Facebook, este último até foi retirado da PS Store por ter diversos bugs.

DOWNLOADING

  • Comprar jogos por download tem um custo extra no PS Vita: o cartão de memória. Veja abaixo o tamanho dos principais jogos e separe um espacinho em seu memory card:
    • Super Stardust Delta: 209 MB
    • Ultimate Marvel Vs Capcom 3: 1,34 GB
    • Blazblue: Continuum Shift Extend: 3.32 GB
    • F1 2011: 1,42 GB
    • FIFA Soccer: 2,83 GB
    • Virtua Tennis 4: 1,2 GB
    • Lumines Elecronic Symphony: 772 MB
    • Uncharted Golden Abyss: 2,7 GB
    • Wipeout 2048: 1,6 GB

A transferência de jogos de um PlayStation 3 para o PS Vita também é um martírio. Claro que muitos games são grandes, mas não é o caso de “Super Stardust Delta”, que tem 300 MB e foram necessários 20 minutos para transferí-lo do console para o portátil.

E é bom lembrar que o kit nacional traz um cartão de 4 GB - e isso é quase nada. “Uncharted: Golden Abyss”, por exemplo, tem 2,7 GB; “FIFA Soccer” tem 2,8 GB. Isso pode limitar a um ou dois jogos por cartão de memória, o que é bem pouco. Outros games de lançamento ocupam cerca de 1 GB, como é o caso de “Little Deviants”. Mas é sempre bom deixar um espaço livre, afinal, sempre existe o caso de surgir uma atualização.

Por falar nisso, as atualizações de jogos são feitas na Live Area, como é chamada a tela inicial do portátil, e somente por ela. O game não aplica o update automaticamente como acontece no PlayStation 3, por exemplo. Ou seja, por vezes você só descobre que existe uma atualização depois de entrar no game, o que é meio estranho.

O navegador de internet do Vita não tem suporte à tecnologia flash, mas em compensação é compatível com o padrão HTML 5, o que, em teoria, permite que o usuário navegue sem problemas em sites como o YouTube ou Vimeo, mas não funcionou durante os testes de UOL Jogos. Em ambos os sites foram exibidas telas informando que o navegador não é compatível para assistir vídeos em Flash ou HTML 5.

Como os jogos são muito grandes e os cartões de memória são muito caros, dificilmente você vai querer ocupar seus preciosos megabytes com músicas que podem ser ouvidas em qualquer celular. Já a câmera não tem qualidade suficiente para você querer usá-lo como uma máquina fotográfica, pois tanto a frontal quanto a traseira são VGA e servem apenas para seu propósito primordial: divertir em jogos de realidade aumentada ou nos mini games de “LittleDeviants”.

A bateria é um problema para um videogame potátil. A partida mais longa durante os testes de UOL Jogos foi de “Uncharted: Golden Abyss” que durou 2h40m, e isso com o brilho quase no mínimo. Mas disso todos já sabiam e ninguém será pego de surpresa. O lado bom disso é que mesmo quando a bateria acaba e a tela se desliga, o PS Vita guarda um pouquinho de energia para manter seu progresso são e salvo – ainda bem.

UOL JOGOS MOSTRA O PS VITA

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Conclusão

O PS Vita é uma das máquinas mais impressionantes do mercado. Existe tanta tecnologia por baixo de sua tela que dificilmente você encontraria em outro gadget. Este é um videogame poderoso de verdade e isso é provado nos jogos que chegaram junto com seu lançamento, como “Uncharted: Golden Abyss” e “Ninja Gaiden Sigma Plus”.

Mesmo com aplicativos comumente vistos em tablets, como Facebook, Twitter e Netflix, de forma alguma o PS Vita pode substituir um aparelho desse tipo. São produtos diferentes com finalidades diferentes. E o PS Vita cumpre seu propósito, mesmo que sua bateria não dure o tanto que nós queríamos e seu preço também não seja compatível com a maioria dos bolsos dos brasileiros. 

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