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E3 2012: "PES 2013" e "FIFA 13" duelam na E3; há um vencedor?

Théo Azevedo

do UOL, em Los Angeles

07/06/2012 10h11

O duelo entre “Pro Evolution Soccer” e “FIFA” espelha uma rivalidade típica dos gramados da vida real: de um lado a Konami luta para aumentar o número de fãs de “PES”, mantendo o envolvente e descontraído estilo de jogo que data dos tempos de “Winning Eleven”; do outro, “FIFA” se estabelece como um simulador de futebol cada vez mais profundo e complexo.

Alguns até poderiam dizer ser possível a convivência pacífica entre as duas franquias, mas o fato é que, via de regra, quem joga futebol no videogame escolhe apenas uma delas. E de alguns anos pra cá “FIFA” se estabeleceu como a experiência definitiva para quem busca realismo extremo, enquanto “PES” patinou, perdeu fãs para o rival, mas ainda mantém uma base apaixonada e devota.

Joguei “Pro Evolution Soccer 2013” e “FIFA 13” e o que me parece é que cada um decidiu definitivamente trilhar o seu próprio caminho: “PES” está ficando mais elaborado - em alguns lances até se espelhando no rival, mas mantendo as raízes; já “FIFA” concentra-se em otimizar a sua já excelente engine e, por incrível que pareça, ficar ainda mais verossímil.

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“Pro Evolution Soccer 2013: início promissor

“Pro Evolution Soccer 2013” implementou recursos que deixaram a jogabilidade mais interessante, de dribles que se encaixam melhor no contexto da partida às novas formas de dominar a bola - especialmente em lançamentos -, e a partir daí decidir por chutar, dar um chapéu etc. Há controles manuais que dão ao jogador poder total para definir direção e força de chutes e passes – desde que ele domine esta técnica, é claro.

Para dar conta de tantas mudanças, o ritmo de jogo ficou mais lento, algo que é bem-vindo, pois proporciona aqueles milésimos de segundos necessários para pensar na melhor decisão para o lance.

Em termos de Brasil, as vantagens estratégicas da Konami são as já tradicionais narração e comentários de Silvio Luiz e Mauro Beting, respectivamente, além da presença da Copa Libertadores. Em compensação, o torneio continental pouco evoluiu desde a sua estreia na série, em “PES 2010”: os estádios ainda são genéricos e não há aquele clima de Libertadores na torcida.

“FIFA 13”: pela excelência e além

Cá entre nós, a posição de “FIFA 13” é confortável: de uns anos pra cá a série converteu fãs do rival, impulsionada por uma simulação de futebol de alto nível. Tirando os bizarros bugs de colisão, a versão anterior foi muito bem e, agora, a EA Sports se dá ao luxo de aperfeiçoar detalhes da inteligência artificial, dos sistemas de ataque e defesa e da cobrança de faltas.

David Rutter, produtor de “FIFA 13”, explicou que para esta versão a ideia é lidar com o aspecto “improvável” do futebol. Agora os atacantes estão mais espertos na hora de buscar um posicionamento sem bola e, com isso, lances que deixam-no cara-a-cara com o gol acontecerão com mais freqüência. Porém, o jogador obviamente não tem controle sobre este comportamento de IA – daí a imprevisibilidade da coisa.

Ao mesmo tempo, os defensores ganharam novos recursos para pressionar o adversário, inclusive podendo aplicar aqueles leves e insistentes empurrões na tentativa de roubar a bola. O problema é que, caso o jogador não dose o uso de tal recurso, o juiz marcará falta.

E por falar em faltas, batê-las está mais interessante: é possível posicionar três jogadores para a cobrança, fazer os dois primeiros passarem por cima da bola e o 3º, ao invés de chutar a gol, toca para um 4º atleta que vem de trás. A defesa, por sua vez, pode chamar mais companheiros para a barreira ou até adiantá-la (sob risco de ser penalizado com cartão amarelo em caso de abuso).

Em termos de localização para o Brasil, a presença da liga nacional, com os principais times do país, continua sendo o maior trunfo da EA Sports – ainda que com tropeços em alguns uniformes e times não-licenciados. “FIFA 13” terá menus e tutoriais em português, mas a narração ainda é uma incógnita.

Nas mãos da torcida

A discussão sobre qual jogo é melhor, “FIFA” ou “PES”, é ultrapassada. Tanto um quanto outro divertem seus respectivos nichos, mas é fato que a EA Sports tem conseguido “roubar” jogadores do rival – talvez pelo fato de que “Pro Evolution Soccer”, sendo mais fácil de jogar, represente uma boa porta de entrada, mas quem busca algo mais elaborado acaba por se arriscar em “FIFA” e dificilmente volta.

Fazer e refinar um jogo de futebol não é fácil, tanto é que só há duas empresas nesse mercado. A Konami tem o que aprender com a EA Sports – sobre modo online, por exemplo – e o inverso também é verdadeiro – a curva de aprendizado do “FIFA” pode ser muito frustrante para alguns.

O que importa mais, no final das contas, é qual game diverte mais você (e seus amigos, é claro). Mas tirar onda com o adversário também faz parte do jogo. Por sinal, neste ano você vai de que: “PES” ou “FIFA?