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Oculus Rift empolga com realidade virtual nos games; UOL Jogos testou

Théo Azevedo

Do UOL, em San Francisco

28/03/2013 12h26

Ver para crer. A bem da verdade a realidade virtual não emplacou no mundo dos videogames: os óculos utilizados em demonstrações ocasionais nunca chegaram a impressionar de fato. Entretanto, após testar o Oculus Rift na GDC 2013, é possível vislumbrar, enfim, um futuro viável e empolgante para a tecnologia.

E não estou sozinho: as filas para testar os óculos, que no ano passado captaram US$ 2,4 milhões no Kickstarter, dinheiro dos próprios entusiastas, eram quilométricas. Pesos-pesados da indústria, como John Carmack (“Doom”), Gabe Newell (“Half-Life”) e Cliff Bleszinski (“Gears of War”) já endossaram o Oculus Rift, que está sendo feito pela Oculus VR.

  • "Team Fortress 2" e "Hawken" são os primeiros jogos que terão suporte ao Rift

O UOL Jogos teve a oportunidade de jogar cerca de dez minutos de “Hawken”, jogo online para PC que baseia-se em batalhas entre mechs. Parece pouco tempo, mas não é: leva algum tempo para se acostumar à realidade virtual e a própria Oculus VR assume que ainda há muito que ser feito até tornar a tecnologia viável, do o design dos óculos à resolução da tela.

“Para ser honesto, tudo o que estamos exibindo são adaptações, demos tecnológicos em estágio inicial”, explica Joseph Chen, gerente de produtos da companhia. “É por isso que estamos na GDC: para mostrar o Oculus Rift aos desenvolvedores e colocá-los para desenvolver produtos originais”, completa.

Mesmo em estágio rudimentar, o Oculus Rift impressiona: o ponto alto da demonstração é sobrevoar uma cidade high tech com o mech. A sensação de altura é, literalmente, de tirar o fôlego, e o pouso chega a dar vertigem – ao menos em mim, já que a Oculus Vr diz que cada um costuma ter uma experiência diferente. Não se trata apenas de 3D, mas sim de estar dentro do jogo.

Um controle de Xbox 360 servia para controlar as funções do Mech, tais como atirar mísseis e, claro, levantar voo. Movimentando a cabeça, para qualquer direção, a impressão é mesmo a de estar em um cockpit, como se suas mãos pudessem alcançar o painel de comando. A resolução não aparenta as 720 linhas progressivas tal qual deveria, o que só reforça que ainda há muito o que refinar.

Embora fosse possível caminhar com o mech e até mesmo atirar em alguns robôs inimigos, nada foi comparável à sensação de voar. Um cenário extremamente animador se imaginarmos o que as mentes criativas da indústria podem fazer com o Oculus Rift.

  • Com o Oculus VR, o campo de visão do jogador é ampliado para uma grande área.


O atual estágio do Oculus Rift

No momento a Oculus Vr se prepara para enviar cerca de 10 mil kits de desenvolvimento aos produtores interessados – cada um sai por US$ 300, que Chen destaca como preço acessível, e inclui uma versão da Unreal Engine. A plataforma escolhida foi o PC, por sua característica ampla e aberta, mas a empresa já trabalha para levar a realidade virtual ao Linux, Android e outros.

Theo Azevedo/UOL
Movimentando a cabeça, para qualquer direção, a impressão é mesmo de estar em um cockpit

E quanto aos consoles? “Não podemos falar sobre isso. Temos que deixar este anúncio pra eles [Sony, Nintendo e/ou Microsoft, supostamente]”, esquiva-se Chen. Porém, a assessoria de imprensa já deixou escapar que espera ter “um ou dois grandes anúncios na E3”, principal feira de games do mercado e que acontece em junho, em Los Angeles. É cruzar os dedos e aguardar.

“Nosso foco é imersão, preço acessível e conforto”, destaca Chen. O executivo, aliás, reforça a questão do valor: “O Oculus Rift precisa estar ao alcance do consumidor. Do contrário, teremos algo caro demais e que ninguém vai comprar”.

Previsto para chegar em algum momento - e de alguma forma - de 2014, o Oculus Rift, sim, ainda encontra-se em estágio inicial. Mas mesmo assim, é o mais próximo que alguma tecnologia chegou de proporcionar uma experiência imersiva de realidade virtual nos videogames. Pelo menos dentre as demonstradas ao público em geral.

Ainda há muitas perguntas a serem resolvidas e um sem número de ajustes e refinamentos a fazer, mas o Oculus Rift aponta para um novo e empolgante jeito de jogar videogame.