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Modificando clássicos: Conheça os 'rom hacks' mais famosos dos videogames

André Forte

do Gamehall

19/04/2013 11h00

Veja a foto ao lado e responda: "Black Belt", um dos jogos mais famosos do Master System não se parece com "Hokuto no Ken", lançado para o Master System japonês? Mais do que parecido, o jogo protagonizado pelo carateca Riki nada mais é do que uma adaptação ocidental do jogo baseado no violento mangá japonês.

Conhecida pelo termo 'Rom Hacking', a edição e manipulação de sprites e cenários de jogos para transformá-los em outros é uma técnica que foi muito usada de forma oficial pelas produtoras de games nos anos 80 e 90, mas que mantém seguidores até hoje, porém de forma não oficial.

Oficialmente, tivemos dois casos clássicos no Nintendinho que permaneceram quase que em segredo por anos, devido ao limitado acesso à informação nos anos 80: "Super Mario Bros. 2" e "Yo-Noid".

Enquanto a segunda aventura do bigodudo no Japão (conhecida no ocidente como "Lost Levels" era uma espécie de versão turbinada - e mais difícil - do primeiro jogo, nos Estados Unidos a Nintendo optou por trocar os heróis do game "Yume Kojo: Dokidoki Panic" pelos personagens do Reino dos Cogumelos.

Veja abaixo o álbum com diversos exemplos de Rom Hacks:

O resultado foi uma aventura muito diferente do que os fãs de Mario estavam acostumados, com poderes diferenciados para cada um dos heróis. Peach, por exemplo, podia flutuar, enquanto Luigi dava um salto muito mais alto que os demais, técnicas essas que foram herdadas dos quatro heróis nipônicos, extraídos de uma série da TV japonesa Fuji.

Já o mascote da Domino's Pizza nos EUA, Yo-Noid ganhou seu jogo próprio no ocidente e fez muito sucesso. Apesar do carisma do personagem ser pra lá de discutível, a ótima mecânica herdada do game japonês "Kamen no Ninja: Hanamaru", o fez muito bem.

VEJA TRECHOS DE "TURMA DA MÔNICA EM O RESGATE"

PELEJA ADAPTADA

Na era 16 e 32 bits, a japonesa J-League rendeu bons títulos de futebol, mas devido a fraca recepção da liga fora do país, eles eram adaptados ao gosto ocidental. A Konami, por exemplo, adaptou por anos os times da série "Winning Eleven" para seleções nacionais . Da mesma forma, "Capcom Soccer Shootout" é uma transformação do bom "Excite Stage".

Jeitinho brasileiro

O termo 'jeitinho brasileiro' geralmente não é usado com uma conotação das mais positivas, mas se há uma empresa que soube muito bem como adaptar alguns jogos para o nosso gosto popular essa é, sem dúvida, a Tectoy.

Nos anos 80 e 90, a distribuidora do Master System e Mega Drive por aqui encontrou, no melhor "jeitinho brasileiro" uma forma para lançar diversos jogos protagonizados por personagens muito populares no nosso país, como a Turma da Mônica, TV Colossso e Sapo Xulé. Além disso, até o mexicano Chapolin Colorado recebeu o seu joguinho. 

Rival da Tectoy nos anos 80, a Playtronic ousou menos, mas aproveitou a Copa do Mundo de 94 para lançar uma versão modificada de "Tony Meola's Sidekicks", game que foi originalmente criado pelo Electro Brain para os Estados Unidos, mas que foi levemente retocado para chegar ao Brasil e outros países latinos.

De fã para... Fãs?

Por fim, mas não menos conhecido, há também o 'Rom Hacking' não oficial, que é personalizado por fãs. Mais popular nos dias de hoje, esses games muitas vezes recebem tantos recursos extras que só podem ser jogados em emuladores. Um exemplo muito bizarro disso é "Somari", jogo para NES que colocou os sprites do "Super Mario" nos cenários de "Sonic". Já o Super NES ganhou "Sonic 4", que trocou o Ligeirinho pelo ouriço azul nos cenários do jogo "Speedy Gonzalez". Mais recentemente, o fã Mike Mika modificou a rom do clássico "Donkey Kong" para que sua filha pudesse jogar com a garota Pauline ao invés do Mario.

Veja o vídeo abaixo: 

VEJA A MODIFICAÇÃO "DONKEY KONG: PAULINE EDITION"