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Projeto musical, "A Lenda do Herói" vai virar game em 2014; entrevista

Douglas Vieira

do Gamehall

03/05/2013 10h14

Após ficar conhecido entre os jogadores graças às paródias do “Um joystick, um violão”, o carioca Marcos Castro iniciou uma nova empreitada: “A Lenda do Herói”. O projeto musical, que homenageia os jogos antigos, fez tanto sucesso que vai virar game em 2014.

Em entrevista ao UOL Jogos, Castro falou um pouco sobre o jogo, que terá versão para PC e possivelmente também fará o seu caminho até os celulares e o Facebook – e como um projeto que ganhou apoio da comunidade ao longo do tempo, o criador pretende pedir a ajuda da mesma para desenvolvê-lo.

Veja mais detalhes a seguir:

UOL Jogos: Como surgiu a ideia do projeto “A Lenda do Herói” como musical?
Marcos Castro: Acho que sempre foi um sonho de nós dois [Marcos aparece com seu irmão Matheus Castro nos vídeos] desenvolver um jogo. O primeiro vídeo foi concebido de maneira extremamente planejada, e nele quisemos juntar todas as nossas frentes de trabalho: música, games e humor. A solução "cantar sobre a jogabilidade de forma bem-humorada" acabou surgindo naturalmente na ocasião. Fazer é que foram outros quinhentos (risos).

UOL: Quando você teve a ideia de desenvolver o game de “A Lenda do Herói”? Foi uma pressão dos fãs ou já estava nos planos desde o início?
Castro: Quando o primeiro vídeo ficou pronto surgiu a vontade de poder ter aquele jogo em mãos. A resposta definitiva veio quando o público começou a perguntar que jogo era aquele e também a pedir que fosse desenvolvido. Os fãs ajudaram a nos dar confiança para buscar esse desenvolvimento, e eles certamente têm e terão um papel fundamental na construção desse game. Não diria pressão, mas eles certamente nos motivaram.

  • Reprodução

    “A Lenda do Heroi” vai homenagear jogos antigos e trazer vários de seus clichês

UOL: Sobre o desenvolvimento, você está criando tudo do zero e sozinho ou possui referências de jogos e apoio de outras pessoas?
Castro: O jogo está sendo desenvolvido com um estúdio de jogos do Rio de Janeiro. Eles hoje estão nos dando apoio na expansão desse universo e de todos os elementos que o compõe: arte, música, narrativa, etc. O jogo terá muita influência dos vídeos d’”A Lenda do Herói”, porém será uma coisa nova, respeitando a nova plataforma. E ele estará muito ligado à música e ao humor, que é basicamente o meu trabalho.

UOL: Você já tem ideia de data de lançamento, preço e plataformas que irão receber o jogo?
Castro: O jogo está previsto para 2014. Talvez ainda no primeiro semestre. Nós o imaginamos para PC, mas já houve discussão de lançá-lo para a nova geração de consoles. Até uma pequena versão Arcade para celular e Facebook. Está tudo bem no início e todas as possibilidades estão sendo estudadas. Quanto ao preço, nós queremos que seja acessível. Ele será um jogo para todos, mas não podemos definir valores até que toda a discussão com as distribuidoras seja feita.
Para o desenvolvimento vamos recorrer ao modelo de “crowdfunding” [similar ao que acontece no site Kickstarter, em que os jogadores financiam o desenvolvimento do jogo], mas não temos fechado ainda qual plataforma usaremos.

UOL: Muitos jogos que adotam o estilo retro costumam apresentar algumas referências ao longo das fases. Esse é o caso de “A Lenda do Herói”, já que em um dos vídeos há a citação quase literal da clássica frase de Toad no último estágio de “Super Mario Bros.” (“sua princesa está em outro castelo”)?
Castro: As referências estarão lá. Nós vemos “A Lenda do Herói” como uma celebração à nossa infância e aos jogos que fizeram parte dela, desde as plataformas voadoras aos clichês narrativos. Estamos escolhendo a dedo o que e onde por. Porém, nós vamos criar um universo particular e ele será certamente a base para consolidação do personagem e sua saga.

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    Os chefes em cada estágio não foram esquecidos nos vídeos de “A Lenda do Heroi”

UOL: As músicas do jogo seguirão o estilo visto nos vídeos ou serão instrumentais?
Castro: Por incrível que pareça o jogo terá música com voz. Estamos fazendo uma para cada mundo, cada uma com versão em português e inglês, o que tem sido bem difícil. Como disse, queremos um jogo para todos. A celebração da cultura do videogame é internacional e nós pretendemos levar isso para fora. Eu e o Matheus faremos parte da narrativa e até vamos brincar com isso ao longo do jogo.

UOL: E sobre a história do jogo, já tem um esboço do enredo? A ideia será salvar uma princesa?
Castro: Bom, isso ainda é segredo, mas posso adiantar que não entraremos em contradição com nada que já foi contado nos vídeos.

UOL: Caso “A Lenda do Herói” faça sucesso entre os jogadores, você pretende explorar mais o campo do desenvolvimento de jogos?
Castro: Acredito que a própria “A Lenda do Herói” terá uma expansão. O personagem ganha vida e personalidade a cada dia e não queremos jogar isso fora.
Quanto ao desenvolvimento de jogos, certamente é uma possibilidade. Em toda ideia descartada para esse projeto se cria a possibilidade de um novo jogo. Seria ruim ver isso tudo se perder. Acredito inclusive que os fãs vão nos ajudar a trilhar esse caminho, pois nosso diálogo é muito bom.