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Impressões: "Castlevania: Lords of Shadow 2" empolga com herói vampiro

André Forte

Do Gamehall, em Los Angeles*

11/06/2013 16h01

Com uma trama que já se apresenta contando sem dó o desfecho do game anterior, "Castlevania: Lords of Shadow 2" mostra seu cartão de visitas com o mesmo Gabriel Belmont do jogo, só que em sua forma de vampiro.

Simples assim, chutando portas, sem delongas e sem se preocupar se você ainda não terminou o primeiro "Lords of Shadow".

Da mesma forma, sem enrolação, o produtor Dave Cox apresentou o game aos jornalistas em um evento pré-E3 realizado em maio. "No anterior, nós focamos muito em como iríamos apresentar a história, mas agora, nosso foco é na ação", avisou.

Segundo Cox, isso poderá ser notado até na forma como a história será contada, que promete menos 'enrolação'. "A trama acontecerá em uma única noite", prometeu.

E, nessa pegada rápida, começamos a testar o demo, com o já demoníaco Gabriel sentado no trono do Drácula, enquanto degustava uma taça de sangue. O sossego acabou quando um grupo de soldados em armaduras invadiu seu castelo a fim de matar a 'besta'. Era a hora de testar os poderes do sangue vampírico.

Gatilhos da discórdia

Com seus novos poderes, Gabriel pode sugar o sangue dos oponentes, mas as novidades da mecânica são as armas Void Sword, uma espada que 'rouba' a energia vital dos inimigos e a converte em saúde para o protagonista e as garras Chaos Clauds, que é um poder específico para quebrar inimigos mais fortes, como os cavaleiros protegidos com escudos. Os dois comandos podem ser combinados contra o mesmo inimigo.

A 'pegadinha', porém, é que para acessá-los, você deve pressionar o botão L1 para 'escolher' o poder, um de cada vez, ou seja, obrigatoriamente o comando deve ser feito no menor tempo possível para não 'quebrar' o timing dos combos.

VEJA O TRAILER DE "LORDS OF SHADOW 2" DA E3 2013

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Questionado sobre o sistema pouco intuitivo, Cox explicou que tudo foi pensado para dar "mais liberdade aos jogadores em escolher rapidamente qual comando for usar, com um toque rápido no botão".

Jogos como "DmC" já apresentam um sistema de 'gatilhos' mais eficientes oferecendo, por exemplo, o acesso aos poderes angelicais ao segurar um gatilho e os demoníacos no outro lado do controle.

A resposta para isso, segundo Cox, é que o "segredo para se dar bem é saber como modificar os poderes rapidamente" e que isso ficará "mais claro" quando os novos poderes forem apresentados.

Apesar dessa confusão inicial com os gatilhos, as batalhas de "Lords of Shadow 2" são bem divertidas, assim como já eram no primeiro jogo.  A troca constante de poderes e os diferentes inimigos fazem com que o jogador pense antes de ‘metralhar’ os botões, o que estimula as estratégias de combate.

Curiosamente, os produtores provaram seu bom humor e paixão pela série em uma cena logo ao se deparar ao primeiro sub-chefe. O gladiador com uma reluzente armadura dourada gritou, com empolgação até irônica, a clássica frase de "Castlevania: Symphony of the Night" "Die, Monster! You don't belong in this world", que no jogo original tem uma dublagem no mínimo, questionável.

Difícil não segurar o riso e até um suspiro nostálgico ao assistir a cena.

Novo mundo explorável

Visualmente, "Lords of Shadow 2" mostra cenários artisticamente belíssimos, personagens muito bem caracterizados e modelados, mas com inexplicáveis granulações em alguns pontos da tela.

No teste realizado, a construção dos mapas era muito linear, lembrando bastante os jogos da série "God of War", mas de acordo com Cox, os fãs de exploração podem ficar tranquilos.

"Teremos mais elementos de mundo aberto no jogo final, e muitos trechos não obrigatórios na trama para se explorar. Nesse demo, nós realmente focamos na ação".

Além da ação, o jogo apresentou os famigerados Quick Time Events, que exigem o acionamento rápido de botões conforme surgem na tela, mas eram raras, ficando para as batalhas com inimigos mais importantes.

O game investe de forma mais constante em trechos de plataforma e que exigem muito paciência e precisão para serem superadas.

Como exemplo, logo no começo do jogo há uma torre giratória com diversas plataformas para escalar, repletas de armadilhas. Descobrir qual é a hora certa de subir por essas passagens sem ser morto por uma guilhotina é uma tarefa que exige repetidas tentativas, assim como acontecia nos "Castlevania" do passado.

Se as promessas de Cox realmente se concretizarem, a nova aventura do vampiro Gabriel pode superar o primeiro "Lords of Shadow". Vale destacar, o game anterior não era ruim, mas puniu os jogadores com uma dinâmica lenta e uma trama arrastada, sobretudo nos primeiros capítulos.

Nesse ponto, "Lords of Shadow 2" já começa se redimindo: ação não faltou nessa primeira impressão.

*O jornalista viajou a convite da EA.