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Vítimas da geração HD: relembre as produtoras fechadas nos últimos anos

Pedro Henrique Lutti Lippe

do Gamehall

13/08/2013 17h11

Em termos de quantidade de jogos de qualidade, a geração HD não decepcionou. Entre o final de 2005 e hoje, fãs da indústria de games foram apresentados a gêneros inéditos, formatos de distribuição de conteúdo inovadores, novas séries de sucesso e até mesmo plataformas revolucionárias, diferentes de todas as outras que vieram antes.

Mas nenhum dos avanços dos últimos anos veio de graça. Enquanto algumas franquias colossais prosperaram e estúdios independentes cresceram através da distribuição digital, muitas produtoras que antes tinham espaço na indústria acabaram dando de cara com a ruína em meio aos crescentes custos de desenvolvimento e à competição cada vez mais acirrada.

Assim, por mais que os jogadores estejam se divertindo com lançamentos constantes nas mais diversas plataformas, muitos estúdios estão fechando. E não apenas estúdios desconhecidos, como você pode ver abaixo:

É certo: o número de devhouses que alcançaram o suceso nos últimos anos certamente rivaliza o de estúdios encerrados. Mas a lista de baixas impressiona, demonstrando o caráter volátil e hostil da indústria de games.

Novas oportunidades e novos problemas

Celulares, tablets e serviços de distribuição digital nas plataformas tradicionais surgiram e ganharam espaço nos últimos anos, enquanto as vendas de jogos vendidos ‘nas caixas’ caem mês a mês, como reportam firmas de pesquisa de mercado como o NPD Group. No primeiro semestre de 2013, por exemplo, as vendas de games físicos nos EUA caíram aproximadamente 15% em relação ao mesmo período de 2012.

Projetos independentes tornaram-se abundantes e adquiriram visibilidade, mas os orçamentos médios das grandes produções aumentaram de US$ 5 milhões em 2006 para mais de US$ 20 milhões em 2010, como sinalizou na época à agência CNBC o presidente da Ubisoft, Yves Guillemot. E ele ainda garantiu que os custos de desenvolvimento não parariam de crescer com a chegada da nova geração.

Esses números impressionam até mesmo investidores e altos executivos, chegando a fazer de “Tomb Raider” – um jogo que vendeu mais de 3,4 milhões de unidades em um mês – um fracasso que “não atingiu expectativas”, de acordo com sua própria produtora, a Square Enix.

Investir na indústria é uma jogada que fica cada vez mais arriscada com o passar do tempo. Hoje, cada novo lançamento deve lutar pela atenção de seu público competindo tanto contra pequenos jogos para celulares quanto contra titãs como “Call of Duty”, nos quais as gigantes do mercado injetam centenas de milhões de dólares anualmente, entre custos de desenvolvimento e marketing.

Como uma cereja no bolo trágico, a crise financeira mundial que colocou grande parte do mundo em recessão econômica serviu apenas para aumentar as dificuldades enfrentadas pelas produtoras. Agora, resta esperar para ver se a geração que está começando agora terá condições mais favoráveis para os estúdios, ou se mais e mais deles acabarão caindo nos próximos anos.